Janeiro/2002
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 Infarto do miocárdio

O que é o infarto do miocárdio?
É a morte das células de uma zona mais ou menos extensa do músculo que forma as paredes do coração (miocárdio) produzida pela falta de irrigação desta área.
A que se deve a falta de irrigação nesta área?
A obstrução de um vaso derivado de alguma das artérias coronárias, que são as que levam sangue ao miocárdio. Esta obstrução pode produzir-se de forma lenta e progressiva, como conseqüência do engrossamento das paredes arteriais em decorrência do acúmulo de gorduras, o que acontece com os doentes de arteriosclerose; com freqüência , a fase final desse processo é acelerada pela formação de um trombo ou coágulo sangüíneo que em última instância é o responsável pela obstrução arterial ou trombose coronária. A obstrução também pode se apresentar de forma brusca em conseqüência de uma embolia , ou seja, a presença na artéria de um coágulo transportado pela corrente sangüínea.
Geralmente se fala em infarto do miocárdio e da trombose coronária como se fossem a mesma coisa.
De fato não são a mesma coisa, embora a uma trombose coronária se siga um infarto do miocárdio. Na verdade, a trombose coronariana é a presença de um coágulo sangüíneo no interior do vaso coronário , e o infarto é a morte das células do miocárdio que ficam sem sangue.
Em que idade existe maior propensão de se sofrer um infarto do miocárdio?
Embora dependa de uma variedade de fatores biológicos e ambientais, a idade mais afetada é a compreendida entre os 40 e os 70 anos.
Como se manifesta?
O sintoma é uma dor opressiva, intensa e duradoura que se centra quase sempre atrás do esterno e se estende até o ombro e braços, sobretudo o ombro esquerdo e a parte interior do braço deste mesmo lado. Esta dor é acompanhada quase sempre de sintomas que não são específicos do infarto do miocárdio, tais como sudorese abundante e fria, febre, náuseas e vômitos, perturbações do ritmo cardíaco, etc. O paciente se encontra ansioso e tem a sensação de morte iminente.
Qual a causa desencadeante do infarto do miocárdio?
Diferente da angina do peito, o infarto do miocárdio não é desencadeado por nenhuma circunstância específica. Pode acontecer quando se está passeando, descansando ou dormindo, sem qualquer esforço violento prévio.
Pode-se confundir qualquer dor torácica com o infarto?
Existem várias doenças, na verdade, em que a dor tem a mesma localização, por exemplo, a perfuração do estômago, inflamação do pericárdio ou capa externa do coração (pericardite) etc.
Quanto tempo dura a dor?
Mais de 20 minutos e, às vezes, horas e até dias.
Fala-se no infarto como sendo uma doença gravíssima?
Freqüentemente determina a morte do paciente e em qualquer caso é sempre de prognóstico reservado. Contudo, se o paciente sobreviver 24 horas ao ataque, pode-se ter um moderado otimismo e se sobreviver uma semana pode-se ter a esperança de que vai se recuperar.
Que cuidados devem ser dispensados ao doente?
Dada a gravidade do processo, é necessário que seja imediatamente hospitalizado, se possível, em uma unidade coronariana de cuidados intensivos onde será aplicado o tratamento conveniente e se detectará o surgimento de possíveis complicações como o choque ou os transtornos de ritmo cardíaco. Deverá ficar em repouso absoluto durante algum tempo, se bem que é conveniente realizar alguns exercícios para evitar a formação de trombose e o perigo de uma embolia.
Durante quanto tempo a pessoa terá que ficar de cama?
Depende da gravidade do ataque. Graças ao eletrocardiograma pode-se conhecer a extensão da zona atingida e o tempo que será necessário para o restabelecimento. O recomendado é que se fique no leito de 4 a 6 semanas. Transcorrido este tempo, o doente poderá reintegrar-se às suas ocupações cotidianas, embora com certa cautela nos primeiros meses.
Então, a pessoa que sofreu um infarto poderá levar uma vida normal depois de restabelecida?
Na verdade, isto é verdade quando o paciente não fica com seqüelas. Contudo, deverá evitar um trabalho duro, exercícios físicos violentos, tensões emocionais, álcool, fumo, comida abundante, etc.
Diz-se que a vida moderna favorece o aparecimento do infarto, é verdade?
A tensão nervosa que a vida moderna impõe, principalmente nas grandes cidades, contribui para o aumento desta doença. Por outro lado, muitas das medidas que poderiam proteger as artérias coronarianas, como exercícios físicos constantes, o controle do peso ou a eliminação do fumo e do álcool não podem ser adotadas sem adotadas sem dificuldade na era do automóvel, das bebidas carbônicas (gasosas), e dos alimentos sintéticos, da televisão, da Internet, etc.
Ficou comprovado que os homens são mais propensos ao infarto do que as mulheres; esta situação pode reverter-se com as mudanças de atividade da mulher moderna?
Para cada mulher que sofre um infarto há 4 homens vitimados. Contudo, parece que a incidência no sexo feminino está aumentando.


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