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As características
climáticas da Serra da Mantiqueira, incluindo o Planalto Sul-Mineiro,
dependem tanto das massas de ar que atuam em todo o Sudeste (Equatorial
Continental, Tropical Atlântica e Polar Atlântica), quanto do
relevo montanhoso. Na área de meias encostas da escarpa da Mantiqueira e do Planalto Sul de Minas, domina o clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa no verão (Cwb, da classificação de Koppen), de temperatura média anual entre 17 e 20ºC, com geadas esporádicas. Das altas encostas da Serra aos seus pontos mais elevados ocorre o clima mesotérmico com verão brando e sem estação seca (Cfb), de temperatura média anual entre 16 e 19ºC, geadas freqüentes e raras nevadas. As médias de inverno mais baixas ocorrem em Campos do Jordão (9,8ºC) e Alto Itatiaia (9,1ºC). Os índices pluviométricos ultrapassam os 1750mm, atingindo 2395mm no Alto Itatiaia. Mas o índice diminui quanto mais se vai ao interior, distando do mar. |
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.:: Tipos de CLIMA que dominam a região da Mantiqueira ::.
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Clima Mesotérmico
Brando
Compreende
as superfícies mais elevadas do sul de Minas
Gerais, da serra do Espinhaço,
das "Serras" do Mar e
Mantiqueira. Trata-se, pois, de um clima cujo predomínio
de temperaturas amenas durante
todo ano (a média anual varia
em tomo de 19 a 18°C) é devido
principalmente à orografía.
Com efeito, do centro de Minas Gerais
ao extremo da Região Sudeste, este clima aparece acima das
seguintes cotas altimétricas:
1.000 a 900m no Espinhaço; 900m no sul de Minas Gerais;
800
a 700m no Caparaó; 700m na escarpa da Mantiqueira e na Serra do
Mar.
Em quase todas estas áreas o Verão é brando
e o mês mais quente acusa média inferior a 22°C, predominando entre
20 e 18°C. Entretanto, o Inverno é bastante
sensível e possui pelo menos um mês com temperatura média
inferior a 15°C, porém nunca descendo abaixo de 10°C. Em junho/julho,
seus meses mais frios, são comuns mínimas diárias de 0°C,
motivo pelo qual a média das mínimas nestas áreas varia, nestes
meses, em torno de 8 a 6°C. O fenômeno da geada é aí também muito comum, principalmente nas áreas menos sujeitas à influência marítima, como é o caso do sul de Minas Gerais e do extremo sul de São Paulo, cuja média de ocorrência de geada durante o ano varia, sobretudo, de 5 a 20 e de 5 a 10 dias, respectivamente. Nestas áreas já se registrou mínima absoluta de 4°C abaixo de zero. >>
Clima Mesotérmico Médio
Este
clima aparece acima das cotas altimétricas de
1.600 metros das "Serras" do Mar, Caparaó e
Mantiqueira. Nestas restritas áreas, o constante resfriamento adiabático
do ar não permite calor, nem mesmo no Verão. Nelas jamais
registrou-se temperatura superior a 30°C. A média dos meses
mais "quentes" é inferior a 17°C e a média anual
é, juntamente com as verificadas nos planaltos de São Joaquim e de
Palmas (no Sul do Brasil), a mais baixa do Brasil, sendo inferior a 14°C.
Neste clima há, pelo menos, 1 mês com temperatura média inferior a
10°C.
Tomando por exemplo as estações meteorológicas de Campos do Jordão
(1.600m de altitude) e do alto Itatiaia (2,199m de altitude,
esta situada em nível altimétrico mais alto do Brasil),
verifica-se o seguinte: em Campos do Jordão a média
anual é de 13,6°C e no alto Itatiaia é
de 11,5°C. O mês mais "quente" (janeiro) apresenta
os seguintes valores: média compensada de Campos do Jordão, 16,9°C,
do alto Itatiaia,
13,6°C; em Campos do Jordão registram médias compensadas inferiores
a 15°C de abril a outubro, e em todos os meses no alto Itatiaia; em
Campos do Jordão os meses de junho/julho apresentam médias
compensadas inferiores a 10°C, descendo a 8,9°C no mês de julho,
enquanto que no alto Itatiaia a média compensada inferior a 10°C se
dá de maio a agosto, descendo a 8,4°C em julho; em Campos do Jordão
a média das mínimas diárias é inferior a 4°C durante o Inverno,
descendo a 1,8°C no soistício de julho, enquanto que no alto
Itatiaia o Inverno possui média das mínimas diárias inferior a 6°C,
descendo a 5, PC no solstício de julho; em Campos do Jordão, de
abril a outubro já foram registradas temperaturas mínimas inferiores
a 0°C, tendo caído a 7,2°C abaixo de zero em
14/06/1948, enquanto que no alto Itatiaia já registraram-se mínimas
abaixo de zero de maio a novembro, tendo caído a 6°C negativos em
2/7/1918.
Nessas estações o número de dias de ocorrência
de geada é o mais elevado do País: em média,
se verificam 46 dias de geada durante o ano em Campos do Jordão e 56
dias no alto Itatiaia.
Daí se conclui que, em termos de condições médias anuais, estas áreas
ou mais precisamente estes locais, pelas suas elevadas altitudes,
possuem o clima mais frio do Brasil.
Entretanto, levando-se em conta o regime pluviométrico
(ou de umidade) ou, mais especificamente, a existência ou inexistência
de seca, e o regime de duração dos períodos secos, verifica-se que
estes domínios climáticos aparecem em 4 tipos: clima superúmido,
clima úmido, clima semi-úmido e clima semi-árído. Estes, por sua
vez, compreendem 6 variedades: sem seca, com subseca e com l a 2
meses, com 3 meses, com 4 a 5 meses e com 6 meses secos (Tab. l).
Cerca de 50% do território regional se constitui em domínio de clima
superúmido e úmido, ou seja, quase todo o
Enquanto isso, a maior parte do Estado de Minas Gerais é dominada por
clima semi-úmido com estação seca bem caracterizada, atingindo em média
4 a 5 meses. Estas condições climáticas aparecem ainda no baixo e médio
curso do rio Paraíba do Sul e na Zona da Mata de Minas Gerais, além
de restrita área do alto curso daquele rio, em torno de Taubaté e
Guaratinguetá.
No norte de Minas Gerais as depressões dos vales do São Francisco,
do médio Jequitinhonha e de Montes Claros
acusam clima
semí-árído brando, com 6 meses secos.
Neste ponto chama-se a atenção para o seguinte fato: no Sudeste do
Brasil não há, na maioria das vezes, concordância entre a maior ou
menor umidade do clima com a maior ou menor acumulada de precipitação
ao longo do ano: enquanto o centro-oeste de Minas Gerais, não
obstante possuir uma precipitação anual superior a 1.250mm, possui
clima semi-úmido, de 4 a 5 meses secos em média, quase todo interior
de São Paulo, apesar de possuir precipitação anual inferior a
1.250mm, tem, no entanto, clima úmido e superúmido. Nesta análise
comparativa somente o norte de Minas Gerais e litoral e serras dos
Estados do Rio de Janeiro e São Paulo apresentam aquela concordância:
no norte de Minas Gerais o clima mais seco (semi-árido) é justamente
o de menor total pluviométrico (inferior a l.OOOmm); no
litoral, do Município do Rio de Janeiro ao extremo sul de São Paulo
(baixada e Serra do Mar), o clima super-úmido está relacionado com
os maiores totais pluviométricos do Brasil (1.500 a 4.000mm,
aproximadamente).
Se por um lado, levando-se em conta a temperatura e a precipitação,
com ou sem regime de seca, verifica-se uma diversificação climática
sem igual em outra Região brasileira, por outro lado, considerando-se
a marcha estacional daquelas precipitações, fica evidente a
homogeneidade climática na Região Sudeste. De
fato, o máximo pluviométrico para toda a Região Sudeste se dá no
soistício de Verão, enquanto que o mínimo, determinando ou não a
existência de seca, verifica-se no soistício de Inverno,
caracterizando, portanto, um ritmo climático tipicamente tropical,
uma vez que dos sistemas de circulação atmosférica na Região
Sudeste predominam os de origem tropical.
Em outras palavras, esta homogeneidade se deve ao fato de que em toda
a Região predominam ventos de E a NE (por vezes
de N a NW) do anticiclone subtropical do Atlântico Sul, os
quais somente desaparecem com a chegada de correntes de circulação
perturbada, trazidas pêlos móveis anticiclones polares ou por
descontinuidades formadas no seio da própria massa de ar tropical (IT
e EW). A
diversificação climática é decorrente da maior ou menor frequência
daquelas correntes e da influência dos fatores geográficos ou
locais, dentre os quais destaca-se o relevo.
>> Algumas conclusões sobre o Clima da Região Sudeste do Brasil 1.°
Apesar de sua notável diversificação climática, o Sudeste do Brasil
se constitui, inegavelmente, em uma unidade climatológica específica,
advinda do fato desta Região estar sob a zona
onde mais frequentemente o choque entre o sistema de altas tropicais e o
sistema de altas polares se dá em equilíbrio dinâmico. Desta
circunstância decorre o caráter de transição na climatologia
regional do Sudeste, o qual é expresso, principalmente, no seu regime térmico.
De fato, o que mais caracteriza a Região Sudeste é o predomínio de
clima subquente; 2°
Interferindo sobre o fator regional (mecanismo atmosférico), a
orografia determina uma série de variedades climáticas, tanto no que
se refere à temperatura quanto à precipitação. Nenhuma
outra Região
brasileira possui, em seu território, tanta diversificação climática; 3.°
O Sudeste é bem regado por chuvas, no entanto a distribuição deste
fenómeno se faz de modo muito desigual ao longo do espaço regional e
ao longo do ano. Enquanto a Serra do 4.°
Entretanto, a maior desvantagem de seu regime de chuvas não reside em
sua distribuição média, no espaço geográfico e no ano, mas no
tempo, isto é, através dos anos. Com efeito, a irregularidade das
precipitações, expressa em notáveis desvios anuais, constitui seu
maior problema; 5.°
Sua notável diversificação climática
desempenha, sem dúvida alguma, um papel dos mais importantes na
diversificação que bem caracteriza a economia agrícola do Sudeste.
Entretanto, esta vantagem, oferecida pela climatologia regional do
Sudeste, poderá ser melhor aproveitada desde que a utilização do solo
e do clima venha a ser realizada de forma cientificamente planejada; |
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PELA PRESERVAÇÃO DA SERRA DA MANTIQUEIRA E SEUS BIOMAS |