Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

Etapas da Construção

Conforme já foi dito anteriormente, poucas vezes a construção de uma ferrovia teve um acompanhamento fotográfico tão grande e detalhado como a da Madeira-Mamoré, e se pensarmos que essa estrada de ferro foi construída nos primeiros anos do nosso século XX, em uma região inóspita e selvagem, desprovida das facilidades da "civilização" no tocante ao fornecimento dos produtos químicos e demais materiais necessários para a prática profissional da fotografia, bem como as condições para o estabelecimento de laboratórios fotográficos eram rudimentares e as condições climáticas as piores possíveis, alternando-se períodos de calor intenso com forte chuvas e umidade acima da média, conseguiremos então entender o que representou o trabalho de Danna B. Merril nesse empreendimento.

Pouco nos importa hoje se esse trabalho documentacional tinha ou não a finalidade de respaldar um "golpe" no governo Brasileiro, ao servir de escopo para a companhia construtora exigir quase que o dobro do valor inicialmente acordado para a construção da ferrovia, alegando que as condições encontradas eram muito diferentes do previsto no edital de concorrência. O que nos interessa é que, para variar, enquanto nós, Brasileiros, deitávamos falatório e verborragias pela imprensa sobre a construção dessa ferrovia, alguém a estava construindo, vencendo a selva e documentando esse fato, constituindo um arquivo como poucas ferrovias nacionais dispoem. Esse fotógrafo brilhante registrou praticamente todo o período que abrangeu do início da construção até o funcionamento da Estrada de Ferro, conforme podemos ver agora.

I - Chegando a Santo Antônio. As cachoeiras

Vistas pela objetiva de Danna Merrill, as terríveis cachoeiras e corredeiras da região podem até parecer lugares agradáveis e pitorescos, propícios a uma boa pescaria, mas milhares de pessoas que se enganaram pagaram esse erro com sua vida.

Na época das secas, podemos ver a armadilha que representam essas pedras submersas, bem como as milhares de cavidades que permaneciam com água vinham a servir de incubadoras das legiões de mosquitos transmissores da malária e outras doenças

II - Locação / derrubando a mata / acampamentos

Nos trabalhos de locação, medição e estabelecimento do futuro traçado da estrada, frequentemente as turmas de exploração tinham que atravessar rios com água pela cintura e derrubar imensas árvores, comuns na região, vivendo em acampamentos que mais lembravam choças indígenas.

Turma atravessando o rio

Castanheira derrubada

Acampamento

III - Preparando o leito / aterros / colocado os trilhos

Na sequência a seguir, vemos desde os trabalhadores preparando os canais laterais de drenagem, até o trabalho final de colocação dos trilhos, inclusive nos locais mais pantanosos, onde a linha era assentada provisoriamente sobre troncos de palmentiras ou galhos de árvores, para em seguida passarem os trens com o lastro que irira drenar aquele trecho da linha e proporcionar uma base mais sólida para os trilhos.

Entretanto, muitas vezes as chuvas e infiltrações faziam com que os aterros e lugarem recém-lastreados cedessem, sendo perdido praticamente todo o trabalho, que teria que ser refeito. Isso quando o aterro não cedia com a passagem do próprio trem de de lastro, quando nesse caso os vagões e locomotivas eram seriamente danificados também....

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