INFORMÁTICA
MUSICAL
O que é "computer
music"?
(Texto por Miguel
Ratton)
Com este artigo, estamos
dando início a uma nova coluna periódica,
que vai abordar os
"segredos e mistérios" do uso do computador na
música. Na verdade,
nosso objetivo é trazer as informações práticas
que lhes permitam
escolher, instalar e usar - de forma "indolor" - os
recursos modernos da
informática. Para isso, não iremos nos
preocupar muito com
detalhes estritamente técnicos ou científicos,
mas apresentaremos,
sempre que preciso, os conceitos
fundamentais. A idéia
é que essa seção seja prática e objetiva, nos
níveis da necessidade
do usuário. Viajaremos por temas que vão
desde a interligação
de instrumentos MIDI até os softwares
sequenciadores, passando
pelas interfaces MIDI e placas de som,
arquivos de música e
outros assuntos interessantes, sempre
procurando dar dicas
úteis para você aplicar na prática.
O termo computer music
poderia ser traduzido como "música de
computador", mas
acho que isso poderia dar uma idéia errônea sobre
o que realmente
significa. Em geral, quando as pessoas ouvem falar
de coisas "feitas
por computador", acabam pensando em robôs, vozes
estranhas, e outras
coisas que ficaram marcadas pelos filmes de
ficção científica dos
anos 60, quando muita gente achava que os
"cérebros
eletrônicos" eram perfeitos o suficiente para dominar o
mundo, mas um tanto
imbecis para fazer música ou pintar quadros.
Prefiro definir computer
music como "informática musical", isto é, não
é a música que é
computadorizada, mas na realidade são os recursos
do computador (e da
informática como um todo) que são aplicados
para a criação,
manipulação, execução e reprodução da música
(esses quatro estágios
são importantes, e em nossos encontros eles
serão abordados muitas
vezes). O uso do computador não significa
que é ele quem faz
(cria) a música (embora possa fazê-lo, a partir de
dados pré-definidos). A
aplicação da informática na música está
muito além disso, pois
coloca à disposição do artista (músico,
compositor, arranjador,
projetista de sons) um arsenal de ferramentas
cujo potencial é
enorme. Em nenhum momento o artista será
prescindível; sua
atuação é essencial no processo, e quanto mais
competente e talentoso,
melhor será o resultado obtido.
E se alguém ainda faz
alguma objeção quanto ao uso de máquinas na
música, então eu
pergunto: e o que são os instrumentos acústicos?
São instrumentos,
ferramentas, máquinas de fazer som, construídos
com a tecnologia
disponível. E é dessa forma que eu vejo o
computador na música, e
creio que todos os artistas que usam
computadores vêem da
mesma forma: um novo instrumento à
disposição do artista.
Com a grande diferença do enorme potencial
(muita coisa sequer foi
implementada ainda), que pode ajudar muito
se você dominar a
técnica de como usar (assim como se aprende a
tocar um instrumento), e
souber conviver com os limites que existem
(nada é perfeito!).
Portanto, computer
music, para nós, é todo o universo tecnológico
vinculado ao computador
(e à informática em geral) que dispomos
para fazer nossa arte, a
música. E assim é preciso que saibamos
como usar tudo isso da
melhor forma, para produzirmos o melhor
resultado, em todos os
aspectos, mas principalmente em termos
artísticos.
continua