INFORMÁTICA MUSICAL

 

Há música no ar. Fica fácil percebe-la quando damos conta de que um som, um timbre, uma idéia sonora, torna-se parte de um todo que é reconhecido como música, ao ser dividido em compassos (divisões de um determinado tempo em partes iguais) binário (1e 2e), ternário (1e 2e 3e) ou quaternário (1e 2e 3e 4e). Acrescenta-se a harmonia, o rítmo e a melodia e temos mais uma nova composição musical.

Existem dois tipos de música popular: a instrumental e a cantada. A voz humana somada aos elementos citados acima, mais um poema, ou uma letra dará à luz ao que é chamado simples e magnificamente de canção (palavra cantada acompanhada por instrumentos ou não).

O canto dos pássaros é um exemplo generoso. Podemos extrair melodias das mais variadas e diversos rítmos desses seres encantadores, capazes de nos fazer acreditar que realmente a música está no ar, independente da nossa sensibilidade para apreciá-la ou não, e que podemos já no limiar de uma nova era e dentro de uma verdadeira revolução tocá-la no computador.

Hoje é possível sintetizar, editar, combinar, gravar, mixar e apresentar música por computador, utilizando softwares comerciais ou de domínio público, com quantidade mínima de equipamento de apoio (placas de som de alta qualidade), pois é muito mais fácil incluir uma nova função num programa do que um novo conjunto de componentes num aparelho eletrônico.

É preciso determinar novos rumos para o trabalho na área da música em geral, principalmente no caso específico da produzida por computador (especialmente em relação às escolas), em função das novas tecnologias e da facilidade de acesso a informações.

Tudo indica que a maioria do processamento sonoro será feito por software no futuro. Além disso, a comunicação dos elementos sonoros pela Internet (rêde mundial de computadores) é uma outra tendência.

As técnicas para criar novos sons e compor músicas por programação são chamadas respectivamente de síntese e composição algorítmicas.

Programas inteligentes darão cada vez mais, maior apoio ao músico até mesmo para acompanhamento de performances.

Alguns desses programas são desenvolvidos por brasileiros e podem ser conferidos na Rede em www.ufrj.br/lamut e em www.ccc.nottingham.ac.uk/~amxvl/victor.html.

É de se prever o dia em que a grande maioria das pessoas preferirá fazer música a ouvir música. A computadorização musical e as técnicas de gravação digital foram fundo na criação de aparelhos que chegaram a gerar uma estética própria.

MIDI ou Musical Instrument Digital Interface, permite o diálogo entre instrumentos digitais de diferentes marcas e modelos. Assim, uma só pessoa pode reger sua orquestra pessoal em que um computador através de um ou mais softwares musicais disponíveis instalados em seu disco rígido, é o cérebro que proporciona as informações digitais necessárias sobre onde, quando e o que tocar.

Pode ser trabalhoso ficar horas sentado programando e editando, mas é recompensador o esforço empregado, sendo que o resultado final da operação é satisfatório.

A música por computador evoluiu muito, a partir do pontapé inicial, com nova tecnologia, novos programas e novas interfaces.

Quase tudo pode ser feito por software, em vez de ter de ser produzido um novo hardware a cada nova técnica.

O protocolo MIDI não permite a transmissão de voz. Só funciona para música instrumental. Tem também outra característica: o timbre de cada instrumento depende do equipamento que reproduz o arquivo MIDI. Uma pessoa pode fazer uma música em MIDI com um solo de piano, e se outra pessoa for ouvir em outro equipamento, o timbre do piano pode ser diferente. E os equipamentos usados para reprodução MIDI variam desde placas Sound Blaster, passando por módulos externos como Roland Sound Canvas, até complexas configurações de sintetizadores.

A informação MIDI é a que trafega melhor no ciberespaço, por ser compacta. Assim, a qualidade da música que se vai ouvir depende, e muito, da qualidade da placa de som usada em cada computador. As placas Sound Blaster possuem um esquema de síntese inadequado para a reprodução realista de instrumentos musicais, que é a síntese FM. Por isso, as sequências MIDI tocadas em uma Sound Blaster comum ficam com aquela característica de "música de vídeo game".

As placas mais modernas, como a Sound Blaster AWE ou as placas Turtle Beach, possuem uma memória interna com instrumentos sampleados , e reproduzem MIDI através destes instrumentos. O som fica muito mais real.

As novas tecnologias provindas da microinformática estão invadindo todas as áreas em nosso dia-a-dia. Do lazer ao trabalho, passando pela escrita e pelas artes, atingindo em cheio o sonoro reino musical.

Existe um impulso interno que, tal como uma onda sonora, faz a mente do ser humano vibrar, criar e evoluir, em ressonância com o início de um novo milênio.


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