Pré-Modernismo
 

- Euclides da Cunha -

  Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, município do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1866. Órfão, foi criado por suas tias na Bahia, onde fez os primeiros estudos. Matricula-se, mais tarde, na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, transferindo-se depois para a Escola Militar. Positivista e republicano, é expulso em 1888, por desacatar o então Ministro da Guerra; no ano seguinte da proclamação da República (1890), reingressa na Escola Superior de Guerra, formando-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais. Discordando dos rumos tomados pela república, desliga-se definitivamente do exército em 1896.
  Em 1897, trabalhando como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, é enviado a Canudos, Bahia, para cobrir a revolta que lá explodia. Reúne então material para sua obra mais conhecida: "Os sertões" (1902), redigido enquanto o autor planejava a construção de uma ponte em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo (Euclides da Cunha se desligara do jornal ao voltar da campanha de Canudos).
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. Entre 1905 e 1906, designado para tratar problemas de fronteiras no norte do país, faz profundos estudos sobre a Amazônia. Retornando ao Rio de Janiero, foi nomeado professor de Lógica do Colégio Pedro II.

  Envolvido em dramático episódio familiar, foi assassinado em 15 de agosto de 1909, no Rio de Janeiro.
  Embora apresente uma visão de mundo profundamente determinista, cientificista e naturalista, o autor é considerado um pré-modernista, pela denúncia que faz da realidade brasileira, ao mostrar, pela primeira vez em nossa literatura, as verdadeiras condições de vida no nordeste brasileiro. Nisto está o caratér revolucionário de "Os sertões".