CLUBE DOS ANARQUISTAS - Padre Justiniano da Cunha Pereira - Barbacena - 1838

 

 

 

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bre a nossa terra, que ameaça todas as fortunas, assim públicas, como particulares. É a terrível bancarrota de oito milhões de cobre punçado que o Governo não tem querido resgatar. Nisto se descobre a fraude, o dolo e malícia com que o Ministro da Justiça tem procedido. Este Ministro de propósito quer ser o flagelo de nossa terra, que é também sua infeliz pátria, e que há muito o rejeita de seu seio. Ele tem feito a desgraça de seu país, e ainda quer ser reeleito Deputado por Minas? O tempo de enganar os homens já se acabou; agora com grande pesar seu há de ver-se substituído pelo nosso candidato o Sr. Fanhoso. Ó sô Fanhoso! Amigo! Está cochilando!

Fanhoso. (esfregando os olhos.) Não sinô; eu estou apoiando aqui devagarinho.

Rebolo. (aparte) Foi uma miséria a escolha de tal candidato.

Fanhoso. Na verdade, perdemos o tempo com este samouco; isto vai nos envergonhar.

Imparcial. Não compreendo a bancarrota do Sr. Macaco. Como pode isto ser, se o cobre que existe punçado é autorizado por lei? Tirai o cobre todo; como se farão as transações pequenas? Não o vemos já como o prêmio de 8 a 10 por cento? E para que a sarabanda no Ministro da Justiça? Tem ele porventura ingerência no troco do cobre? Isto, Srs., não me parece racionável; antes...

Muitas vozes. À ordem, à ordem.

Macaco. Que importa que leve a sarabanda este ou aquele Ministro. Porventura o povo sabe fazer essa distinção? Além disso todo o nosso empenho é expelir da reeleição o Ministro da Justiça, e não o da Fazenda; por conseqüência devemos imputar àquele todos os males que vier sobre o Brasil. A bancarrota, ainda que se não possa explicar aritmeticamente, é uma idéia odiosa, faz sensação no público e o que nós queremos é desacreditar o Governo. O Sr. Imparcial devia estar mais enfarinhado nesta tática.

Imparcial. Não; nunca aprendi a enganar.

Rebolo. Sr. Presidente, é uma verdade da primeira intuição que nós, não somente legislamos para a geração presente, como para a geração vindoura. Eu considero muito mesquinho o subsídio de 4$000 réis diários para os Deputados Provinciais. Os Deputados Gerais ganham 20$000 réis e eles pouco mais fazem do que nós. Portanto, indico que o nosso subsídio seja levado à quantia de 8$000 réis, que ainda assim mesmo não é muito. Srs., o bom jornal é que faz apetite ao trabalho. Venham portanto os 8$000 réis por dia, e veremos a casa cheia, sem ter mais necessidade de chamarmos os suplentes.

Tiple. Nada, nada de acréscimos; seria um contrasenso, se, no momento em que nos queixamos de uma bancarrota, exigis-