bre a nossa terra, que ameaça todas
as fortunas, assim públicas, como particulares. É
a terrível bancarrota de oito milhões de cobre punçado
que o Governo não tem querido resgatar. Nisto se descobre
a fraude, o dolo e malícia com que o Ministro da Justiça
tem procedido. Este Ministro de propósito quer ser o flagelo
de nossa terra, que é também sua infeliz pátria,
e que há muito o rejeita de seu seio. Ele tem feito a desgraça
de seu país, e ainda quer ser reeleito Deputado por Minas?
O tempo de enganar os homens já se acabou; agora com grande
pesar seu há de ver-se substituído pelo nosso candidato
o Sr. Fanhoso. Ó sô Fanhoso! Amigo! Está cochilando!
Fanhoso. (esfregando os olhos.)
Não sinô; eu estou apoiando aqui devagarinho.
Rebolo. (aparte) Foi uma miséria
a escolha de tal candidato.
Fanhoso. Na verdade, perdemos o
tempo com este samouco; isto vai nos envergonhar.
Imparcial. Não compreendo
a bancarrota do Sr. Macaco. Como pode isto ser, se o cobre que
existe punçado é autorizado por lei? Tirai o cobre
todo; como se farão as transações pequenas?
Não o vemos já como o prêmio de 8 a 10 por
cento? E para que a sarabanda no Ministro da Justiça? Tem
ele porventura ingerência no troco do cobre? Isto, Srs.,
não me parece racionável; antes...
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Muitas vozes. À ordem,
à ordem.
Macaco. Que importa que leve a sarabanda
este ou aquele Ministro. Porventura o povo sabe fazer essa distinção?
Além disso todo o nosso empenho é expelir da reeleição
o Ministro da Justiça, e não o da Fazenda; por conseqüência
devemos imputar àquele todos os males que vier sobre o
Brasil. A bancarrota, ainda que se não possa explicar aritmeticamente,
é uma idéia odiosa, faz sensação no
público e o que nós queremos é desacreditar
o Governo. O Sr. Imparcial devia estar mais enfarinhado nesta
tática.
Imparcial. Não; nunca aprendi
a enganar.
Rebolo. Sr. Presidente, é
uma verdade da primeira intuição que nós,
não somente legislamos para a geração presente,
como para a geração vindoura. Eu considero muito
mesquinho o subsídio de 4$000 réis diários
para os Deputados Provinciais. Os Deputados Gerais ganham 20$000
réis e eles pouco mais fazem do que nós. Portanto,
indico que o nosso subsídio seja levado à quantia
de 8$000 réis, que ainda assim mesmo não é
muito. Srs., o bom jornal é que faz apetite ao trabalho.
Venham portanto os 8$000 réis por dia, e veremos a casa
cheia, sem ter mais necessidade de chamarmos os suplentes.
Tiple. Nada, nada de
acréscimos; seria um contrasenso, se, no momento em que nos
queixamos de uma bancarrota, exigis-
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