CLUBE DOS ANARQUISTAS - Padre Justiniano da Cunha Pereira - Barbacena - 1838

 

 

 

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Srs., isto é escarnecer de nós. Não são ratos, são Camarilhas do Ministro da Justiça (apoiados). Esta prevaricação deve ser exemplarmente castigada (apoiado.).

Mentira. É preciso estabelecermos uma regra. Quando se atacar o Governo, passa-se logo informações sobre o motivo do ataque; assim supõe-se que procedemos em boa fé, ainda que as informações de nada sirvam.

Tiple. Muito bem. Lá vai. Sr. Presidente, para que os ratos sejam chamados à responsabilidade, exijo que se peçam informações ao Governo, que nos diga quantas foram as obréias que os ratos roeram, se os ratos eram grandes ou pequenos, se tinham dentes podres ou sãos.

Mentira. Isso; isso mesmo, está ótimo.

Chicrapires. A peste dos ratos deve ser extinta neste país, o que não é difícil havendo um Governo forte e diligente. Quando eu governei a Capitania do Espirito Santo (oh, tempo feliz e bem-aventurado) eu observei no meu Palácio muitas ratazanas, cuja voracidade era sem limites; empreguei o uso do arsênico; mas o melhor expediente que achei foram os gatos. Portanto, em aditamento ao requerimento do Sr. Tiple, recomende-se ao Governo que envie um batalhão de gatos contra os ratos.

Narigão. Já que se fala em batalhão, tenho de mandar à mesa uma indicação que me parece

muito justa. Senhores, o reinado do terror deve extirpar-se de uma vez. Nós vemos esta pacífica Cidade entulhada de Guardas Nacionais e Policiais, de maneira que, a cada canto se encontram baionetas caladas, e outras ainda por calar, alfanjes; sabres, espingardas, peças de artilharia, etc. etc. Ora, do que serve este aparato militar, senão para ameaçar os Representantes da Província? Que necessidade há de um exército de mais de mil homens? Que....

Imparcial. É exageração. Todas as praças não chegam a 300; e isto não é muito para o serviço e guarnição da Capital.

Pança. À ordem. Não interrompam a quem está falando.

Narigão. Há nada mais supérfluo e perigoso do que tanta gente armada? O Governo ou é traidor, ou poltrão e cobarde. Nós porém devemo-nos opor a este despotismo, até mesmo para que os nossos comitentes conheçam o zelo que tomamos em defender a nação contra os seus opressores (apoiado). Requeiro portanto que se peçam ao Governo as informações seguintes: Primeira, por ordem de quem convocou este batalhão; segunda, qual o decreto que decretou essa medida decretada; terceira, se o Governo teme alguma revolução próxima ou remota; quarta, se o medo é grande ou pequeno.

(O requerimento é apoiado geralmente.)

Macaco. Sr. Presidente, eu entrevejo uma crise horrorosa so-