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Foram formados em época incerta, não coincidindo com a entrada dos primeiros negros no Brasil por volta de 1538 e nem foram originários das raças importadas da África no primeiro século da descoberta, pois as numerosas tribos importadas da Guiné, representados por grupos étnicos importantes que foram distribuídos proporcionalmente pelas diversas seções regionais da colônia portuguesa, porque não era conveniente que se juntasse na mesma capitania um grande número de negros escravos da mesma nação, o que facilmente poderiam resultar em perniciosas conseqüências, no entanto tudo leva a crer que tais intuitos de separar as nações de negros se tivessem frustado na pratica, pois na Bahia fortemente se fez sentir a ascendência dos Sudaneses, ao passo que em Pernambuco e no Rio de Janeiro prevaleceram os do grupo Banto.

   Os primeiros quilombos, que a principio foram reduzidos, de poucos negros, muitos dos quais famintos, e doentes, que fugiam dos engenhos, das fazendas e dos eitos, só foram possível graça a associação que o negro efetuou com o índio

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na causa da resistência a escravidão, e no século XVIII foi o de grandes protesto da raça africana, quando se formaram os maiores e mais tremendos quilombos que tantos apreensões causaram aos colonos e aos governos.

   Alguns historiadores fixam a data de 1630 para o inicio dos quilombos constitutivos dos Palmares pela entrada e distribuição de negros escravos provenientes de Angola pertencentes a tribo Jagas que eram indomáveis e amantes da liberdade, pelas fazendas de Pernambuco e Alagoas. A razão preponderantes da formação dos quilombos no Brasil assentam-se na ferocidade atroz do colono dominante nos engenhos e nas fazendas, nos leitos e na mineração, protegidos pela mais brutal legislação negra que incluía os castigos, as penas e os maus tratos infligidos desde o momento de sua captura na África. Diversos fatos sociais tais como; de serem presos a correntes de ferro a um cepo, de trabalharem junto das caldeiras nos engenhos, de ser chicoteados para trabalharem, a alimentação e vestuário limitado, concorreram para acirrar o ódio entre o negro e o colono. O negro que chegava, era considerado como peça de trabalho, por mais abatido e rebaixado que fosse em sua dignidade, em sua vontade de liberdade, pela prepotencia de seu semelhante tendeu a sucudir o jugo, fugindo da sociedade que o acabrunhava e o esmagava, procurando a expansão de sua liberdade, em algumas vez em insurreições. O quilombo era sem duvida a ultima fase do protesto – pois o negro na sua aflição de liberdade, não sentia dificuldade nem hesitava em privar-se da vida para se livrar de seus sofrimentos infligidos pelos senhores e por isto só restava ao escravo a fuga para as montanhas, para os quilombos, para os ermos e para os antros e historicamente os Jagas da raça Banto que eram belicosos da tribo indomável do sobado do famoso N`gola Bandi, aprisionado pelos portugueses durante o governo de Luiz Mendes de Vasconcelos em Angola e mandados para o Brasil lhe cabe a paternidade do grande movimento palmerino já anteriormente iniciado com alguns negros desgarrados que seguiam para o Maranhão marchando dos centos da Bahia e pelos sertões a dentro de Caxias onde o africano ergueu as portas do grande sertão, uma cidade rica e prospera.

 

A região escolhida pelos negros aquilombados nas faldas da Serra da Barriga, no territorio de Alagoas, pela semelhança dos seus cômoros, colinas, montes, rochedo e sua flora e fauna dir-se-ia um pedaço de chão transplantado da África para lhes servir de abrigo das primeiras levas que por ali passaram acorrentados e voltaram

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os seus olhos para a região montanhosa que vinha desde o planalto de Garanhus no sertão pernambucano até as serras dos dois irmãos e do Bananal no município de Viçosa em Alagoas que compreendia as serras do Cafuchi, Jussara e Pesqueira, Comonati e da Barriga de terras virgens e extremamente fértil.

   Cortada pelos rios Ipojuco, Serinhaém, Una em Pernambuco e pelos rios Paraíba, Mandau, Panema, Camaragibe, Porto Calvo e Jacúpe em Alagoas, com uma floresta povoada de arvores frutíferas e outras arvores excelentes para uso industrial, que cresciam em volta das palmeiras pindoba-palma attalea, pindoba, buriti-mauritia vinifera, catolé e inúmeros coqueiros de dendê- elaeis guineensis e no meio a essa mata se movimentava uma variada populçao animal onde puderam encontrar suas caças e pesca. Esta era a região abençoada o valhacouto dos negros palmerinos, na realidade era as matas das palmeiras às mais ricas e bonançosas de todas as regiões, cuja pujança convidava as raças oprimidas a se aquilombarem na formação do maior e mais renhido centro de resistência negra em todo o período colonial, e não foi um simples acidente geográfico e nem tampouco um campo de batalhas sangrentas que deu o nome a região de Palmares no altiplano da Serra da Barriga; foi a frondosa e grande Álea de Palmares que ali se estendiam, ululante e viçosa, magnetizada pela natureza portentosa dos trópicos, caprichosa na sua beleza e rica na sua fartura, onde se encontrava as titaras com suas guirlandes enfeitadas de espinhos galgando as arvores próceras, que mais tarde seria a coroa de espinho dos tombados em lutas feroz pela liberdade.

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Todas as palmeiras desta floresta deram aos negros aquilombados os alimento para o corpo e para o espirito, material para seus tijupares de amor e seus palácios e fibras para suas roupagens e estrepes na construção de suas defesas tiradas de seus caules endurecidos e fibrosos. E se mais não dessem, deram na saudade da África um pouco de esperança na terra magnifica que delas recebeu o nome Palmares !

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