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   E difícil fixar-se nas historia, o primeiro porto de desembarque de negros africanos no Brasil, porém Francisco Adolfo Varnhagem – Visconde de Porto Seguro dá a entender que Martins Afonso de Souza em 1531 desembarcou na Bahia alguns escravos encontrados na Caravela Santa Maria do Cabo que foi aprisionada e incorporada a sua esquadra e também na cultura de cana-de-açúcar que introduziu na Capitania de São Vicente, da qual fora o primeiro donatário, onde desembarcou em 20 de Janeiro de 1532.

   E que no ano de 1535, Duarte Coelho o primeiro donatário de Pernambuco importou os primeiros escravos negros, quando de sua chegada.

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   E desta maneira a historia da escravidão negra no Brasil, pende assim para Pernambuco como o primeiro porto brasileiro de desembarque dos infelizes negros para aqui carreados e vendidos como peças ou trocados por uma simples garrafa de aguardente entre mercadores negreiros e senhores de engenho. Primitivamente, os escravos importados eram destinados aos engenhos de açúcar das Capitanias de São Vicente, da Bahia e de Pernambuco e tão logo chegados ao Brasil e logo após uma pequena triagem de refresco nos portos de desembarque eram encaminhados para o interior e os dois centros mais importantes de importação eram Pernambuco e Bahia e a distribuição do elemento servil para o interior, pode ser dividida em grandes ciclos, como o da agricultura e industria pastoril e o da mineração. A escravidão negra do Brasil tomou impulso no século XVII no período áureo da industria açucareira, tendo em vista o consumo do açúcar no mundo , e devido a pequena produção das ilhas portuguesas do atlântico, estimularam a produção do Brasil, e a mão de obra empregada nessa extraordinária industria era a do escravo africano, visto que o índio era indomável e não se acostumava com a vida sedentária dos engenhos, e por este motivo a coroa portuguesa facilitou a entrada do negro. E Angola tornou-se o centro principal de fornecimento, o negro entrava em Pernambuco por todos os meios trazidos pelos assentistas ou pelos contrabandistas e eram encaminhados para os engenhos disseminados no interior, e com a criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e o desenvolvimento da agricultura, principalmente a do arroz no Maranhão, Belém e São Luiz tornaram-se portos negreiros em pequena escala, não só a lavoura nortista absorveu o braço escravo, mas também a pecuária, principalmente nos vales dos rios Itapicuru e Mearim no Maranhão e Piauí.

Com a descoberta de ouro, houve uma correria e abandono das lavouras e dos engenhos, foi um verdadeiro êxodo, as primeiras oitavas descobertas em Minas Gerais, no córrego de Ouro Preto, fizeram com que o preço do escravo subisse e que os fazendeiros nortistas abandonassem as suas lavouras e fazendas e rumassem para a Minas Gerais em buscado ouro.

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  A febre do ouro provocou profundas penetrações e bandeiras para Mato Grosso, Goiás, Bahia e por todos os recantos de Minas Gerais e o porto de Recife em Pernambuco perdeu a supremacia escravista, que passou para o Rio de Janeiro, que se fez então durante todo o século XVIII como um porto africano, com todo o aspecto de Luanda na África, mais vastos e agitados.

   Por este motivo foi organizado no porto do Rio de Janeiro a maior feira de escravo do Brasil, e escusado dizer que nem todo os negros que desembarcaram neste entreposto seguiram para as minas ou para as fazendas, pois grande número deles permaneceram no Rio de Janeiro nos lares servindo como servos ou fazendo serviços de estivas e de transporte local nos armazéns de comércio e até em pequenas oficinas de arte, neste período desenvolveu-se entre as pessoas mais abastada, o costume de comprar negros para os pôr de aluguel nas fabricas, de soldado nas praças ou em obras publica. As levas de negros desembarcados no Rio de Janeiro permaneciam nos galpões de refresco no bairro do Valongo por um curto prazo de tempo, para logo a seguir iniciarem as grandes caminhadas através da Serra dos Órgão para as ricas minas de ouro em Minas Gerais e da Bahia seguiam através da chapada Diamantina e pela estrada dos gerais para atingirem o Tejuco, e dentre os mercadores de negros pelo interior durante o ciclo da mineração auro-diamantina se destacava o tipo do camboeiro. A mineração auro-diamantina criou o trafico interno e a distribuição do negro se fez para Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia e em menores contingentes para São Paulo e Rio de Janeiro onde foram confinados os africanos puros. A arrecadação das rendas da coroa nas minas auro-diamantina era sistematicamente feita por contratos entre a coroa e particulares por meio de arrematação e em geral pelo período de três anos, e para isto o número de escravos empregados na mineração e que servia de base para o pagamento à coroa pelo contratante e este regime durou até 3 de Dezembro de 1771, quando a coroa passou a explorar oficialmente as minas, com administração própria a que se chamou Real Extração que iniciou os trabalhos com três mil seiscentos e dez escravos distribuídos em varias minas.

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