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Portugal, pequeno pais localizado na extremidade sul do continente ibérico com limites de um lado pela Espanha e do outro pelo Oceano Atlântico, procurou na vastidão das águas alargar a sua civilização, povo irrequieto e bravo, de sangue mesclado de iberos, celticos e judeus, depois de séculos não se conteve no pequeno paralelogramo de terra que lhe restou com o Rei Dom Afonso Henrique e, por isso, procurou expandir-se, e dar ao mundo, novos mundos edificado pelo seu gênio civilizador.

Após terem realizado o contorno da terra negra, e batizado a sua costa, estudado as reentrâncias das baias, istmos e penínsulas, o rei determinou que fosse penetrado o interior do continente para ser desvendado os seus segredos e para submeter as nações que ali habitavam, para tal foi organizada uma poderosa armada sob o comando de Diogo Cão, fidalgo do rei que com uma grande numero de condenados que ali deveriam ser deixado, para entrar em contato com os habitantes locais e aprenderem a língua e seus costumes, a nação portuguesa exigia esse sacrifício dos já sacrificados que ganhavam a liberdade pelos serviços prestado à pátria e a religião! Em troca os condenados, deveriam ser levados para Portugal os negros que caíssem nas mãos dos invasores para que fossem educados e depois recambiados as suas origens, para facilitar a conquista do vasto império que se estendia por toda a bacia hidrográfica do rio Zaire. Diogo Cão, experimentado navegador português cumpriu galhardamente a missão recebida de seu rei, e regressou a Portugal levando em sua armada uma numerosa embaixada de negros, que foram escolhidos na corte congolense para serem instruídos na religião católica segundo os costumes da corte lusitana e para os quais foram dispensados todo o conforto material e moral que era possível a bordo do navio capitania de sua armada, e deste modo estava ganha a primeira batalha, que era a do domínio espiritual dos negros com aquela embaixada, da qual fazia parte o negro Caçula, herdeiro do reino do Congo.

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A chegada da embaixada negra a Lisboa constituiu um fato extraordinário e durante um ano os negros deslumbrados e confiantes foram educados e preparados na rigidez dos costumes da corte, para o domínio material de sua própria pátria. E um ano depois a expedição de retorno foi composta de uma esquadra sob o comando de Dom João de Souza ilustre fidalgo da casa do rei, que levava em um dos navios o negro Caçula de regresso ao reino do Congo já educado e batizado segundo os ditames da religião cristã acompanhados de numerosos frades franciscano, dominicanos e evangelista e de muitos operários, comerciantes e agricultores, e a 29 de Março de 1491 a armada chegou ao Zaire e assim se inicia a colonização africana em Angola do grande Império do Congo, sob imponentes festas e missa campal realizada em 3 de Abril com toda a tripulação quando o Rei Manisonho tio do Rei do Congo recebeu a água lustral do batismo, de imediato foi organizada uma expedição para penetrar até a embala do Rei do Congo onde foi recebida festivamente pelo poderoso Rei Manicongo e seus súditos, porém a população negra tocada de misteriosa desconfiança, não viam com bons olhos a penetração portuguesa no coração de sua terra e aproveitando-se dos festejos, as numerosas tribos dos Mundequetes levantaram-se em armas e rebelaram-se contra o Rei Manicongo e os portugueses e neste momento o rei a conselho dos frades, pediu para ser batizados, recebendo o nome de Dom João e o herdeiro do trono Mbemba-a-Nazinga o nome de Dom Afonso, e partiram com numerosos guerreiros e combatentes portugueses para derrotar os sublevados, voltando vitorioso e senhor absoluto de seu povo à embala, seguia-se desta maneira a posse pacifica do reinado negro, futuro mercado de trafico de negros escravos para outras terras, concorrentes aos Mouros nas margens monótonas do Mar Vermelho.

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Os frades das três ordens religiosas não souberam ser tolerantes verdadeiros missionários catequizadores de homens selvagens das tribos poligamicas, com isto dificultavam a submissão das massas rebeladas, ao contrario dos comerciantes que estimulavam os costumes dos negros e desta maneira se estabeleceram pacificamente em quase toda a margem do rio Zaire e com isto concorriam de modo notável para a obra colonizadora. Em 1513 devido as relações comerciais entre os pretos e os portugueses em todo o rio Zaire, o Rei Dom Manoel de Portugal, oficializou o resgate dos negros o resgate dos negros estabelecidos pelos negociantes e baixou um regimento a Simão da Silveira sem lugar-tenente junto ao Rei Manicongo, pois os princípios morais da obra colonizadora havia desaparecido, e o regimento estabelecia oficialmente com o Rei do Congo o trafico dos negros, já antes iniciado pelos comerciantes do rio Zaire e também adotado pelos missionários em beneficio de suas ordens religiosas, com o trafico de negros oficializado os portugueses.

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Os seus navios chegavam a África com variadas especiais de mercadoria e voltaram carregados de negros para os mais variados mercados, com isto a caça ao negro pelo sertão africano tornou-se desabusada e todo o negro que caia no laço, fosse plebeu ou da família real, eram vendidos como peças aos tráficos estabelecidos no rio Zaire, a cizânia que imperava entre varias tribos e o clamor dos negros, que se viam presos e vendidos como escravos, aumentava o mal-estar que seria mais tarde a causa da dizimação impiedosa e barbara dos portugueses que se encontravam espalhados pelas margens do rio Zaire e pelas costas do Congo. Com a morte do Rei Dom Manoel de Portugal e sucedido por Dom João III e de Dom Afonso Rei do Congo sendo sucedido por seu filho Dom Diogo e com estes dois imperantes desapareceram todos os liames morais ainda existente entre seus antecessores e o trafico se tornou absolutamente franco, imoral e com isto a obra civilizadora de Portugal baqueou em terras africanas, que tão belamente fora iniciada no final do século XV, e Dom João III, procurou remediar as coisas do Congo, para isto enviou uma comissão de jesuítas que chegou ao Pindá em 1547.

Na antiga população Bantu, tinham-se introduzido além do branco, os mais diversos elementos, assim como os mestiços, os escravos da Guiné, os semicivilizados, e as lutas entre os brancos e sobretudos contra os padres portugueses, devido ao comercio desenfreado de escravos dos padres que competia com os comerciantes de profissão, e a falta de autoridade portuguesa que exercesse a ação e a direção da administração e o regimento que o Rei Dom Manoel fizera para Simão da Silveira, fizera com que o negro perdessem o respeito aos portugueses, pois o Rei preto Dom Diogo mandava roubar e espancar muitos dos colonizadores, não pagavam as mercadorias que compravam junto aos comerciantes portugueses, fechou o mercado de escravo aos portugueses e abriu os mesmos para os pretos de seu reino, e pelo rumo tomado pelos acontecimentos outra coisa não poderia acontecer no Congo, a colonização pacifica estava com os dias contados. A ambição do trafico sobrepujou o tato político dos portugueses, criando uma situação de insegurança no interior do Congo e devido aos acontecimentos os portugueses substituíram a conquista pacifica pela ocupação militar, para garantir o trafico negreiro naquele sobado, a ambição de riqueza era desmedida e não tinha freios!... dos produtos da terra quase nada saia para os mercados portugueses, porém um fortuito veio aumentar esta ambição que foi a existência de prata e ouro em terras angolenses, no importante sobado do Congo ao sul, junto as tribos dos Ambundos e Nbundos que tinham como chefe o sobra N`gola que pediu ao Rei do Congo para que enviasse alguns padres existente no seu reino para a pregação da religião cristã entre suas tribos. O Rei do Congo deu conhecimento deste período a Dom Manoel acompanhado de algumas manilhas de prata, que afirmava Ter sido extraída das terras do Rei N`gola, o Rei preto Dom Afonso fizera isso para acirrar a ambição portuguesa e para enfraquecer o poder do preto N`gola que era forte ameaça ao seu reinado. A existência de prata não passava de temerária lenda, porém fez surgir na metrópole uma nova mentalidade colonial ao comércio de permuta de escravos, pois iria juntar-se a riqueza proveniente de minas de metais preciosos. Em 1520 o Rei Dom Manoel ordenou o descobrimento de Angola até o Cabo da Boa Esperança e para esta missão, encarregou Manoel Pacheco como Capitão do navio a ele destinado e como Escrivão Baltazar de Castro, que logo após desembarcarem marcharam para o embala do N`gola, onde Baltazar de Castro ficou encarcerado durante seis anos, porem assim mesmo não deixou de cumprir a missão estabelecida pelo Rei Dom Manoel, desmentiu a existência das minas de prata, porem a ambiciosa corte portuguesa insistia na sua existência e para descobri-la levou a efeito a conquista militar de Angola. A obra colonizadora iniciada no Congo e Angola em 1491 fora manchada e conspurcada no século seguinte, pois a intriga urdida pelos clérigos e portugueses contra os negros tinha quartéis sobre os destroços do Império do Congo e dos sobados de Angola e continuava na sua insânia destruidora por causa do resgate dos negros apanhados a laço por toda a parte. Era preciso que os negros se odiassem e se exterminassem mutuamente para beneficio dos traficantes e foi o que se deu por volta de 1556, nas margens do rio Dande quando da batalha entre ambundos e congolenses que o soba N`gola saiu vencedor, do Império do Congo só restava destroços e tribos errantes e o soba N`gola com isto se tornou reinante e senhor de vastas terras para gáudio da gente portuguesa, o soba negro solicitou a Dona Catarina que nesta época reinava em Portugal uma missão de padres da Companhia de Jesus para evangelizar aquela terra, a rainha despachou para Angola uma armada sob o comando do Capitão Paulo Dias de Novais, que não foi feliz em sua missão, porque quando chegou a Angola em 1560, o soba N`gola já havia falecido e o substituto não quis recebe-lo e aprisionou todos os membros, era a vingança da raça negra que explodia em grandes proporções contra os portugueses, com as tribos vivendo-se em lutas fratricidas, Paulo Dias de Novais aproveitou-se das lutas e conseguiu se libertar e fugir para Portugal, e devido aos maus tratos recebidos pelos negros, jurou ali voltar como implacável conquistador e vingar-se a ferro e fogo.

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