Fases mais importantes do meu desenvolvimento
(pessoal e profissional):



 
 
 

1. Infância

Lembro a escola que frequentei no ensino primário – "Só é bom saborear a vida quando se saboreou a doçura da infância".

O ensino que aí era ministrado, e os métodos adoptados, eram do mais perfeito modelo salazarista, mas pessoalmente e felizmente não guardo más recordações.

Era uma escola camarária da cidade de Lisboa, e lembro que, o sucesso como pessoa era resolvido mais ou menos nos dois primeiros anos, porque a percentagem de insucesso era tão grande que metade dos alunos ficava pelo caminho. Era, então, muito prematuramente que se fazia a divisão entre bons e maus alunos.

Era corrente que, os bons alunos logo nas primeiros anos de aprendizagem servissem como professores dos menos bons, servindo de referência, não pela positiva, mas como mandantes de uma autoridade absolutamente ilegítima. Lembro-me ainda, que na disposição da sala de aula , as primeiras carteiras serviam para os bons alunos sendo os maus alunos relegados para os lugares de trás.

Tenho presente também, a figuração dos castigos, ao canto da sala de costas, expostos, ou numa extremidade, em frente aos restantes alunos, e a humilhação de que eram alvo os prevaricadores, e ainda dos castigos corporais quase sempre por erros na ortografia ou por falta de cumprimentos dos deveres de casa.

Lembro ainda , a cisão irreversível, aos 10 anos, entre os alunos que iam fazer exame de aptidão aos liceus e os que iam fazer o exame de aptidão à Escola Técnica fez com que, a uma grande "fatia" dos meus colegas os tivesse perdido por completo, porque por um motivo ou por outro seguiram para o liceu.

2. A adolescência

Filha de uma família que pertencia à média burguesia, neste caso, comércio armazenista, teria à partida condições para aspirar ao prosseguimento de estudos , mas optaram pela minha prossecução de estudos no ensino técnico, dado que o meu destino futuro, na sua perspectiva, seria o escritório da empresa da família.

Um outro pormenor que lembro, já durante a minha estadia na Escola do Ciclo Preparatório, e que pode ter sido desastroso para a minha sequência de estudos, e que se veio a manifestar desajustada às minhas aptidões , foi o facto de que a minha vocação para as artes se perdeu completamente. No Ensino Técnico (Comercial), não mais era dada a oportunidade de frequenta a área das artes, que havia sido abordada com muitíssimas referências positivas pelos professores de Desenho naquele período. O Desenho era uma disciplina do Liceu. No Ensino Técnico havia Lavores, Economia doméstica, Bordados ,Puericultura, etc..., mas Desenho, não!

Nota: A minha vocação artística ficou assim pelo caminho. Quando mais tarde a retomei foi como cenógrafa das récitas de finalistas, gravadora de fitas de livro de curso, executante de cartazes de divulgação de actividades, etc... já no Ensino Superior. E depois, muito mais tarde, na frequência de Cursos em Galerias de Arte. Então ....

3. A juventude
 

Iniciei, o meu percurso Profissional, com a conclusão do Curso Geral do Comércio e o Exame de Aptidão Profissional – Decreto Lei 37 029 de 20/5/48, na Escola Comercial de Ferreira Borges em Lisboa.

Concluí a Secção Preparatória e o Exame de Admissão ao Extinto Instituto Comercial de Lisboa ( - Hoje - Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa – Ensino Politécnico) – e finalizando o Curso de Contabilista - Decreto – Lei 38 231 de 23/4/51.

Complementei a minha Formação Académica, com um Estágio Profissional (facultativo), numa Empresa.

Concorri para o Ensino Oficial em Maio de 1975, e fiquei colocada numa Escola Secundária a leccionar disciplinas do no 6ª Grupo – Contabilidade – com habilitação própria.

4. A idade adulta

O Percurso profissional no Ensino, por determinantes da minha Formação Académica – Bacharelato em Contabilidade, concorrendo , não ao Estágio Clássico no 6º grupo- Contabilidade (nosso grupo de docência), mas ao do 12º Grupo C - Secretariado (c/ habilitação própria – mas sem experiência profissional).