São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2000

Pai e filho são acusados de preconceito

DA FOLHA VALE

A polícia de Campos do Jordão (SP) prendeu anteontem o advogado e comerciante Ivo Teixeira Pinto, 65, e seu filho Rogério Flores Pinto, 35, sob acusação de racismo contra duas garotas negras. A pena para o crime de racismo é de um a três anos de prisão.

Rogério ficou preso na cadeia do município. Por ter curso superior, o advogado está em prisão domiciliar, já que o local não tem cela especial.

Segundo a polícia, o crime ocorreu depois que as irmãs Laís Maria de Fátima, 20, e Thaís de Fátima de Carvalho Rodrigues,18, deixaram a papelaria do advogado, sem comprar nada. Elas disseram que pai e filho teriam desconfiado de furto.
As irmãs afirmaram à Folha que pediram uma folha de sulfite. "Rogério disse que "não gostava de negrinhas" na loja. O pai dele nos chamou de "putinhas"", acusaram.

Laís informou que foi agarrada de volta ao estabelecimento. Um dos vizinhos, que não quis se identificar, afirmou que uma das garotas foi agredida dentro da loja. O vizinho diz ter chamado a polícia, como registra a delegacia.


Outro lado
O advogado afirmou que elas entraram na loja e ficaram cerca de 15 minutos mexendo nas prateleiras.

Em seguida, pediram um item que não haveria na papelaria, conforme teria dito o balconista.

""Elas começaram a ofender o balconista e saíram da loja, só que antes jogaram um balcão no chão e pegaram dois pacotes de cartões, dizendo que não iriam pagar", acusou o advogado.

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