ENTRE LUZ E TREVAS
Yumi Death

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CAPÍTULO 9 - ENCONTRO NA TRAVESSA DO TRANCO

As aulas daquele ano não demoraram muito para acabar. E Severo percebeu que, estava sendo mais odiado ainda. Sonserina ganhou o campeonato das casas pelo segundo ano consecutivo e, muitos afirmava que era por causa da injustiça do professor de poções, que descontavam pontos de outras casas sem motivo e favorecia a Sonserina sem os alunos moverem um dedo sequer.

Isso não era impotante naquele momento. Daqui a uma semana, ele encontraria Malfoy na Travessa do Tranco, em frente à Borgin & Burkes, uma loja aonde vendia artigos muito interessante dedicado à Arte das Trevas. Ele sempre ia lá, comprar alguns artefatos quando estava convivendo isoladamente entre os trouxas.

Conforme a semana ia passando, Severo ficava cada vez mais ansioso. Estava certo que era capaz de fazer com que Malfoy entenda a situação entre a luz e a escuridão. Mas ele estava ficando meio incerto se era realmente capaz de converter Malfoy. Lembrava de seus anos como estudande de Hogwarts e, a cada fato que ocorrera no passado e que envolvia Malfoy, era terrível.

O diretor da Sonserina tomou o expresso para a estação King´s Cross e estava preparado para ir até o Caldeirão Furado e tomar o caminho pata o Beco Diagonal. No caminho, ele pensava em que argumentos utilizar para a sua conversa séria com o ex-comensal de morte.

Estava fazendo isso tão distraídamente que não percebeu quando Malfoy cutucava seu ombro. Severo olhou para os lados e surpreendeu ao se encontrar em frente à loja Borgin & Burkes, na prórpia Travessa do Tranco.

- Snape, o que há com você! Estava passando reto por mim! - Lucio falou.

- Desculpe... Estava distraído!

- Percebe-se... Me diz, meu caro, como anda o seu novo emprego em Hogwarts?

Severo pôde ver o Sr. Borgin arrumando alguns livros em uma prateleira através da vitrine de sua loja. Ainda observando o Sr. Borgin, ele respondeu:

- Está indo bem... como deveria ser.

- Soube também que virou o diretor da nossa antiga casa...

- Sim - ele desviou o olhar da vitrine e encarou Malfoy - Escuta, Malfoy, acho que temos que ter uma conversinha...

Lucio sorriu ironicamente e o conduziu até um barzinho que tinha por ali. Era pequeno e escuro por fora; por dentro era pior ainda. Estava por lá milhares de bruxos esquisitos, todos mal-encarados que ficava examinando cada pessoa que entrasse lá com olhares ameaçadores.

Ambos sentaram-se em uma mesa que estava localizada em um canto escuro do bar. Tinha uma vela flutuando sobre a mesa, mas a sua luz era muito fraca. Lucio cruzou os braços sobre a mesa e indagou para o amigo:

- O que há de errado, Snape?

Severo encarou Lucio. Não estava mais ansioso e nem tenso; estava normal. Sem demonstrar nenhum sentimento, ele iniciou o assunto que o trouxera até ali:

- Na carta você me perguntou como eu consegui me livrar de Azkaban. Vou responder como. Não vou inventar nada; tudo que eu disse aqui ocorreu mesmo.

Confuso, Malfoy escutava a história que seu amigo contava. Ele contou sobre as noites terríveis que tivera enquanto estava servindo Voldemort; contou sobre o seu arrependimento e o encontro de Dumbledore. Também não deixou de dizer sobre a proposta que recebera do diretor de Hogwarts.

Quando terminou, Lucio soltou uma risada forçada tão alta que fez com que todos os bruxos que estavam naquele bar olhasse para ele.

- Quem diria, hein, Snape! Eu nunca iria imaginar essa sua ousadia!

- Ousadia? - Severo olhou para Malfoy, sem entender nada.

- É. Você conquistou a confiança de Dumbledore para poder se livrar de Azkaban. Meu caro amigo, eu nunca imaginei que você fosse capaz disso.

- Deixe de ser idiota, Malfoy!

- Típico de um ex-comensal de morte. Personalidade que quem estudou na Sonserina. Não precisa inventar esse papo de que está arrependido do que fez! Eu não estou arrependido, e sou capaz de fazer tudo de novo, caso nosso mestre volte.

Então era assim. Severo ouviu tudo o que ele tinha que ouvir. Viu que Malfoy jamais se converteria por outro lado. Não iria gastar mais a sua fala, sendo que já percebera que não iria conseguir. Ele não tentaria novamente.

- Mas, vamos falar de outro assunto, Snape! - Lucio deu um gole de uma bebida que o garçom acabava de trazer - Sabe, sobre meu filho Draco!

Enquanto ouvia histórias sobre supostas mágicas que o último dos Malfoy fazia mesmo sendo ainda um bebê, Severo estava pensando se este seria como o pai. Naturalmente, tendo um sangue Malfoy correndo em suas veias, ele iria estudar em Hogwarts e certamente cairia na Sonserina. Para ele, seria uma grande recompensa se pudesse ajudar esse pequeno Malfoy a seguir o caminho certo; ele estaria compensando seus atos como comensal de morte.

- Bom, preciso partir, Malfoy - Severo levantou-se, e já caminhava em direção à porta - Tenho afazeres à fazer em Hogwarts...

- Sim, claro, claro - Lucio encontrava-se já animado, devido à quantidade de bebida que havia tomado - Continue servindo Dumbledore e ganhando mais a sua confiança... Quem sabe, se o nosso mestre ressurgir, ele ira compensá-lo muito bem!

Severo bateu a porta do bar bufando pela ignorância de Malfoy, que o irritou durante esse encontro. Nem sequer se despediu e já aparatava para a Estaçao King´s Cross, pronto para voltar para Hogwarts.


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