Ética e Cidadania

Crimes                                                                      

     Falar sobre crimes em nossa época é como procurar discorrer sobre a água da chuva estando sob um temporal. Todo mundo vê o temporal e constata o que ele desencadeia; todo mundo percebe também a sua intensidade. Não é preciso explicá-lo, já que para onde quer que se olhe, a tempestade dos crimes humanos está lá, inundando e destruindo tudo em baixo. A tal ponto, que ninguém hoje mais pressente que houve uma época em que Luz e calor se derramavam por toda a Terra, e os seres humanos trocavam não tiros entre si, mas sentimentos de amor e alegria. Essa época de felicidade, a maior parte da humanidade de hoje sequer merece saber que existiu.

     Furtos, roubos, seqüestros, torturas, homicídios, infanticídios, genocídios, estupros, latrocínios… Essas palavras estão tão integradas no nosso dia-a-dia que nem mais percebemos o horror que expressam. Ouví-mo-las todos os dias, no rádio, na televisão e em conversas corriqueiras com nossos colegas de trabalho nos intervalos do café. Apesar de estarmos acostumados a essas coisas, só mesmo com muito esforço de auto-entorpecimento alguém ainda diria que a quantidade e a violência dos atos criminosos não estão aumentando em todo o mundo. Mesmo acreditando que o mundo sempre foi o vale de lágrimas, de horror e de dor em que vivemos hoje (o que é falso), e que por conseguinte a violência é inerente ao ser humano, não há como negar que as "ondas de crime" aumentam continuamente.

Todas as formações intuitivas de ódio, inveja, cobiça, ciúmes, etc., geradas pelas pessoas no decorrer de milênios estão soltas hoje sobre a Terra, influenciando sem parar qualquer um que nutra alguma espécie igual desses sentimentos dentro de si. Pessoas fortemente influenciadas são muitas vezes impelidas a cometer atos criminosos. Depois dão aqueles depoimentos hoje tão comuns, em que não sabem explicar o que aconteceu: "Estava fora de mim!", "Estava possuído!", "Senti uma vontade irresistível de matar!", "Não me lembro do que aconteceu!"

     Na Rússia, um aposentado matou a machadadas seis pessoas que haviam acabado de participar dos funerais de sua mulher. Depois de praticar o múltiplo homicídio, ele entrou em estado de choque e dizia não se lembrar de nada que havia feito… E é assim no mundo todo. Um recente estudo nos Estados Unidos indicou que 61% dos casos de violência "são nebulosos e não têm justificativas lógicas."

     Essas influências são também a causa do aumento, em escala planetária, dos casos de massacres cometidos por uma única pessoa que, sem causa aparente, matam dezenas de outras e na maior parte das vezes acabam se suicidando. Até o ano de 1985 haviam sido registrados três massacres desse tipo no mundo, respectivamente nos anos de 1966, 1979 e 1985. Nos dez anos seguintes, de 1986 a 1996, foram 17 tragédias dessa espécie em vários países da Terra.

     Quando o criminoso não se suicida, ou então quando deixa registradas as razões do seu ato, nada disso ajuda na elucidação do ocorrido. Alguns meses antes de matar dezesseis crianças e a professora de uma escola primária da Escócia e suicidar-se em seguida, o assassino havia enviado uma carta à rainha da Inglaterra solicitando ajuda para retornar ao escotismo. Em San Diego, Califórnia, depois de matar onze pessoas, uma adolescente declarou que havia feito aquilo porque "odiava as segundas feiras". Numa pequena cidade da França, um jovem de 16 anos matou dezesseis pessoas e se suicidou depois de uma discussão com o pai sobre o local onde deveria morar. Em Oklahoma, Estados Unidos, um carteiro matou catorze pessoas, feriu seis e se suicidou depois de ser ameaçado de demissão. Numa cidade da Suécia, um instrutor de tiro abriu fogo no meio da rua e matou sete pessoas depois de brigar com uma mulher num restaurante. No primeiro caso do tipo registrado no Brasil, em maio de 1997, um ex-soldado matou 15 pessoas em 22 horas para provar que não era homossexual.

     Contudo, tais atos insanos e também os premeditados cuidadosamente, ou ainda aqueles tidos como "obras do acaso", só podem atingir aquelas pessoas que têm um carma para sofrerem esse tipo de violência, pessoas que nesta ou em outras vidas também fomentaram continuamente pensamentos, atos e sentimentos de ódio e vingança. O Juízo Final força a destruição mútua das trevas. Elas têm de se aniquilar mutuamente em todos os campos de atuação humana! Os atos criminosos são apenas uma parte deste processo.

     Deve-se esclarecer, porém, que assassinos, estupradores e torturadores, apesar de servirem de instrumentos para desencadear na matéria o efeito retroativo de carmas de mesma espécie de outras pessoas, de forma alguma ficam isentos de culpa pelos seus atos. Se uma pessoa tem o carma de ser assassinada, isto atrai a ação do assassino, ou forma as circunstâncias em que se dá o assassinato. São os casos, por exemplo, ultimamente bastante comuns, em que uma "bala perdida" atinge e mata uma pessoa aparentemente inocente.

     A pessoa atingida não é inocente, e o acontecimento não foi uma casualidade ou azar. No caso do assassino que mata conscientemente, o que acontece é que aquele carma mau e tão pesado da vítima serviu de atração para o atuar de uma pessoa de características semelhantes: muito baixa e muito má, carregada de culpas da mesma espécie. A Lei de Atração da Igual Espécie, em atuação conjunta com a Lei da Reciprocidade, forma automaticamente as circunstâncias em que se dá o crime, seja ele intencional ou aparentemente ocasional.

     Mesmo que excepcionalmente as pessoas sejam hoje obrigadas a reconhecer que o crime e a violência aumentam continuamente em todas as partes, mesmo assim é preciso ter  uma visão mais abrangente e concreta desse crescimento. A magnitude do aumento da criminalidade é um dos sinais mais evidentes do movimento a que as trevas são forçadas a se submeter agora, nesses últimos anos do Juízo Final sobre a Terra.

     É como se todas as trevas tivessem sido lançadas num caldeirão que foi levado ao fogo. Quanto maior a temperatura, maior a agitação e o caos dentro do caldeirão. Os números sobre a criminalidade no mundo mostram que o caldo venenoso dentro do caldeirão já atingiu a temperatura de ebulição e a evaporação se dá mais rápido. Em breve, só restará uma crosta morta no fundo, que nunca mais poderá causar danos. A crosta também será retirada e o caldeirão ficará vazio… e limpo. O caldeirão é a Terra, o fogo é a irradiação do Juízo Final.

Vamos fazer uma breve análise da evolução da criminalidade em nossa época:

     Em todo o século XIX registrou-se três assassinatos de grandes personalidades políticas: o presidente americano Abrahan Lincoln em 1865, o czar russo Alexandre II e o presidente americano James A. Garfield, ambos em 1881. No século XX, até o ano de 1995, houve 69 assassinatos de importantes personalidades políticas. Nos primeiros cinqüenta anos do século foram cometidos 19 desses assassinatos; os outros 50 assassinatos ocorreram nos 44 anos seguintes. Também nos primeiros cinqüenta anos do século XX registrou-se 3 tentativas de assassinato de grandes personalidades políticas; nos 36 anos seguintes houve 13 tentativas de assassinato desse tipo no mundo.

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André Carnevale - Pedro Paulo Ruiz