PATRIMÓNIO RELIGIOSO

 

CAPELA DE S. SILVESTRE

 

 

 

        A origem do povoamento da área de Vila Deanteira remontará pelo menos ao período romano ou à Alta Idade Média, como o atestam vestígios dessa época localizados um pouco a montante do ribeiro que a atravessa, num local chamado de Regueiras. Seria uma "villa" ou um lugarzito na época romana sob a protecção dos deuses da altura, mas que com a chegada da religião cristã, os substituiu pela protecção de S. Silvestre, um santo que havia sido papa no século IV e portanto ainda de recente memória.

 

         1. A IMAGEM DE S. SILVESTRE

        A imagem de S. Silvestre datará de princípios do século XVI e por esta altura terá subido de barco o rio Mondego, desde as oficinas dos escultores de Coimbra, até à Raiva e depois, a partir daí, um carro de bois tê-la-á conduzido com mil cuidados até Vila Deanteira.

       A imagem de S. Silvestre é feita em pedra de Ançã, mede 0,77 m de altura e o santo foi representado com tiara de três coroas (que no século XV passou a ser usada por todos os papas nas cerimónias solenes), atribuindo-se às três coroas o significado da tripla jurisdição do papa, sobre a Terra, sobre o Purgatório e sobre os Céus, como representante de Cristo, e na mão direita segura a cruz papal com três braços, que representam as funções de padre, de doutor da Igreja e de pastor.

        A imagem foi restaurada, pintada e dourada em várias épocas, nomeadamente no início da década de 60 do nosso século.

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          2. A CAPELA ANTIGA

        O templo que a esperava não era o actual. Era uma capelinha humilde, sem cantaria, com 10 metros de comprido por 5 metros de largura e reflectindo as gentes que a construíram e que nada sabiam dos lavores manuelinos ou das modernices renascentistas, pois isso eram coisas de terras importantes e a nossa gente poucos quilómetros em redor conheceria.

        E aí permaneceu S. Silvestre cerca de 300 anos, nem sempre nas melhores condições que o povo tinha míngua para a boca quanto mais para o santo, e, de tal modo era assim que a capela no último quartel do século XVIII encontrava-se "inteiramente arruinada". 

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        3. A CAPELA ACTUAL (SÉC. XVIII)

          Redízima e eleitos

        A 10 de Dezembro de 1786 os moradores de Vila Deanteira tentaram fazer uma "escritura de contrato para redízima" com o intuito de construírem uma capela nova. Reuniram-se em casa do capitão José Correia de Almeida, onde estavam presentes, para além do dono da casa, o capitão-mor João Homem de Brito Ribeiro e Almeida Castelo Branco, Agostinho Pinto de Figueiredo, António de Carvalho, Manuel Rodrigues [ Alves] , João Simões, Manuel Afonso e outros, e testemunharam "...o zelo e desejo que tinham de ver a sua capela de S. Silvestre, do mesmo povo, bem ornada e paramentada, tanto de paredes como de mais obras necessárias para nela se celebrarem os cultos divinos com decência, os quais na mesma capela se não podiam celebrar em razão desta se achar inteiramente arruinada e incapaz de nela se celebrar o santo sacrifício da missa e outros mais cultos divinos, o que não podiam remediar por finta entre eles nas quais costumam haver desigualdades e estas as queriam evitar...", pelo que optaram por uma redízima sobre "...vinho, milho, azeite, centeio, de tudo o que lavrassem nesta freguesia e recolhessem por tempo de três anos completos dos ditos géneros e frutos que terão seu princípio nas colheitas dos milhos, vinhos, centeios e azeites que vierem da era de mil setecentos e oitenta e sete, cuja redízima ou meios dízimos seria de vinte alqueires um, de dez alqueires meio, de cinco uma quarta dos ditos géneros e assim a proporção conforme a maioridade ou menoridade dos ditos géneros de medidas que cada um lavrasse tanto nas suas próprias como nas terras arrendadas nesta freguesia e no caso que fossem precisos mais alguns anos para se completar a referida obra se obrigavam a pagar a referida redízima até se findar a referida obra..." .

        Os eleitos nomeados para dirigirem as obras foram o capitão José Correia de Almeida, Agostinho Pinto de Figueiredo, Manuel Rodrigues Alves e António de Carvalho.

       No entanto, esta escritura, não teve efeito, por o "capitão-mor João Homem de Brito a não querer assinar...". Não sabemos a razão deste procedimento, mas a verdade é que a assinatura do capitão-mor não constará em nenhum documento referente à capela de S. Silvestre. O capitão-mor das Ordenanças de S. João de Areias, João Homem de Brito Ribeiro e Almeida Castelo Branco, morgado e possuidor de uma importante Casa e Quinta em Vila Deanteira possuía na Igreja, como dissemos anteriormente, a capela funerária de invocação de Nossa Senhora da Conceição e na sua casa uma capela particular.

        Os ânimos deveriam ter quebrado e só três anos depois, em 1789, é que a redízima foi levada avante, agora com a duração dos 4 anos seguintes, até 1792, e incidindo sobre os mesmos quatro frutos, milho, centeio, vinho e azeite, mas "...não só dos frutos que possuem no distrito deste lugar, mas também dos frutos que lavrarem no distrito de Parada...". A redízima foi posta em arrematação no largo da capela, tendo sido arrematada por António de Carvalho, "o novo", que ofereceu por ela 43.000 réis/ano, pagos em dois pagamentos anuais, pelo Natal e pelo S. João, lavrando-se a escritura a 13 de Junho de 1789 perante os eleitos, que eram os referidos na escritura anterior; o seu fiador foi o seu pai António de Carvalho, "o velho", eleito da capela.                                                      

          Pedraria

        Os eleitos receberam o pagamento pelo Natal de 1789 e pelo S. João de 1790 o que fez 43.000 réis e mais para o final do ano, puseram a lanços a obra de pedraria da nova capela tendo o mestre pedreiro João Fontes, assistente na vila de Óvoa, arrematado a obra por 160.000 réis.

        O acto é oficializado a 12 de Novembro de 1790 por escritura feita em casa do capitão José Correia de Almeida em presença do tabelião, dos eleitos e do mestre pedreiro João Fontes, que "...se obrigava por sua pessoa e bens presentes e futuros, a fazer, por si e por seus oficiais, a fazer a dita obra de pedra da dita capela de S. Silvestre deste mesmo lugar, dentro do tempo de um ano da factura desta em diante, concorrendo os eleitos com os pagamentos ao tempo devido e na forma que abaixo vai declarado, e será feita a dita obra da referida capela pelo regulamento e formalidade da planta e apontamentos da capela de S. Pedro da Vila de S. João de Areias, tendo de mais a capela de S. Silvestre dez palmos de mais de comprido e largura da mesma capela velha de S. Silvestre, e de altura da mesma capela de S. Pedro, e não haverá quebra nem diminuição de forma alguma e que finda a dita obrada será revista por dois mestres que sejam peritos e em quem se comprometerem e será conferida com os mesmos apontamentos e planta da de S. Pedro e caso haja alguma diminuição ou imperfeição que houver será ele o arrematante mestre obrigado a compor à sua custa; cuja revista se fará caso seja necessário à custa do mestre e eleitos e se faltar ao risco ou se achar imperfeita será à custa dele mestre pedreiro; e eles eleitos serão obrigados a porem a cal pronta para a dita obra, como também ferro e chumbo para as frestas da dita capela, e tudo o mais pertencente à dita obrada será à custa dele arrematante mestre, tanto de quebrar a pedra como de a conduzir para a referida obra ..." .

        Os 160.000 réis seriam pagos "... em pagamentos conforme a obra o merecer cujo pagamento será feito por mão do eleito António de Carvalho ficando sempre dinheiro suficiente para o fim da referida obra e não se entregará ao dito mestre sem que primeiro esteja completa conforme o risco e ele arrematante não levantará nem seus oficiais da referida obra sem que ela seja finda e completa e para maior segurança ele arrematante mestre pedreiro João de Fontes apresentou ali por seu fiador e principal pagador ao eleito António de Carvalho, deste mesmo lugar (...) e outrossim pelos ditos eleitos foi dito na minha [ presença] e das ditas testemunhas que os dez palmos que vai de mais da capela velha de S. Silvestre para a nova é para acomodação da sacristia que ficará para a parte detrás do altar, como também [ se fará] uma pia nova dentro da parede, na porta principal..." .

        João Fontes e sua equipa deveriam ter iniciado a obra de pedraria da capela em finais de 1790, princípios de 1791, demolindo a capela velha e começando a nova; os 64.500 réis que os eleitos haviam acumulado da redízima foram entretanto gastos, e a 10 de Maio de 1791, os mesmos eleitos para cumprirem os seus compromissos, pedem um empréstimo de 40.000 réis, ao juro de 5%, a José Rodrigues, de S. João de Areias, sendo os 2.000 réis de juros anuais pagos por "...dez alqueires de milho grosso, bom limpo e seco..." ou seja a 200 réis o alqueire .

        A capela, no entanto, não seria acabada com a brevidade prevista. O mestre pedreiro João Fontes abandona a obra ainda esta ia a menos de meio, não se sabendo a razão, sendo provável que tenha morrido. A 22 de Fevereiro de 1792 faleceu o capitão José Correia de Almeida, com certeza o principal mentor da construção da nova capela. Estes dois acontecimentos teriam atrasado o andamento das obras.

        A 11 de Maio de 1792 o que faltava da obra de pedraria foi entregue, por escritura de contrato e obrigação, a António Rodrigues Pereira, mestre pedreiro morador em S. João de Areias e a Francisco José Castanheira, mestre pedreiro da Póvoa dos Mosqueiros, pelo preço de 125.000 réis.

        Os mestres pedreiros teriam de dar a obra acabada dentro de um ano, alterando-se, em relação à planta anterior, a sacristia que não ficou por detrás do altar e passou a situar-se lateralmente e acrescentaram uma porta "...correspondente à porta travessa, para a banda do Norte, para [ a] todo o tempo servir para a sacristia...". Os eleitos obrigavam-se a lhes porem "...todos os carretos de pedra que se achar ou for precisa para a dita obra, do sítio da Ribeira de Pinheirinho, pelo preço de 160 réis que será à custa dele arrematante mestre e o que for de mais para cima será à custa deles eleitos, como também eles eleitos serão obrigados a lhe pôr ferro, chumbo e cal e mastro e varas e uma escada que foi feita para a dita obra, como também eles eleitos lhe davam casa para ele mestre e seus oficiais assistirem e porem as suas ferramentas, como também eles ditos eleitos serão obrigados a lhe pagar a ele mestre pedreiro a sobredita quantia de centro e vinte e cinco mil réis em três pagamentos, a saber, o primeiro pagamento no princípio da obra, o segundo no meio e o terceiro no fim de toda a obra e não se entregará ao dito mestre sem que primeiro esteja completa a dita obra na forma dos apontamentos da primeira escritura que eles eleitos tinham feito ao dito mestre João de Fontes..." .

        O mestre pedreiro António Rodrigues Pereira ganharia mais dez réis por dia, do que o mestre pedreiro Francisco José Castanheira e combinaram que "...finda que seja a obra se partir o ganho ou perca a meias e nesta forma e maneira se obrigavam a cumprir e satisfazer eles mestres toda a obra da referida capela..." .

        A obra de pedraria recomeçou. A capela de S. Silvestre apresenta a frontaria muito semelhante à de S. Pedro e constituída também por cruz e base em pedra, janela de coro, aqui quadrifólia, e porta de verga curva encimada por um frontão inflectido; os cunhais são em pilastras encimadas por fogaréus e a linha de empena também segue um traçado mistilíneo e é constituída por um arco de volta inteira, que se prolonga no lado direito por uma metade de arco inflectido e ao qual se encosta no lado esquerdo uma sineirita, com um pequeno sino e encimada por uma pequena cruz em pedra.

        A obra de pedraria estava concluída por volta de Maio de 1793, no entanto, muito havia para fazer e muito dinheiro ainda era necessário.

       A primeira redízima havia terminado pelo Natal do ano anterior e o seu dinheiro já tinha sido gasto. Impunha-se uma nova redízima para cobrir de telhas, fazer a tribuna, as portas e para caiar a capela. Não perderam tempo os moradores de Vila Deanteira e a 21 de Junho de 1793 obrigaram-se a uma segunda redízima, por escritura feita em casa do capitão-mor João Homem Ribeiro de Brito, e assinaram-na, para além dos eleitos, os homens de Vila Deanteira, num total de 32. O capitão-mor João Homem Ribeiro de Brito volta a não constar entre os homens que se submeteram à redízima .

        Esta redízima ou meios dízimos incidia sobre os mesmos frutos da de 1789, ou seja, centeio, milho, vinho e azeite, na mesma proporção de vinte:um e também pelo tempo de quatro anos, principiando "...a correr pelas colheitas do centeio deste presente ano de 1793 (...) e findariam pelas colheitas de azeite do ano de 1797 para 1798...", o que dá uma duração não de quatro mas de cinco anos. A redízima a que se submetiam os moradores abrangia os ditos frutos de "...todas as terras suas como arrendadas que trouxerem ou tiverem..." nos concelhos de S. João de Areias e de Silvares, "...à excepção daqueles [ frutos] que cada um pagasse das terras que trouxessem arrendadas..." .

        A redízima foi arrendada no momento a José Lourenço, de Vila Deanteira, por quatro anos, que a arrematou a 45.000 réis anuais, 180.000 réis no total, sendo o seu pagamento pela Páscoa de cada ano. A escritura de ambas as obrigações (redízima e seu arrendamento) teve como testemunhas Francisco José Castanheira, da Póvoa dos Mosqueiros, e José da Silva Saraiva, da Guarita .

        Os trabalhos, possivelmente, só prosseguiram em 1795, depois de junto os 90.000 réis de dinheiro da redízima das Páscoas de 1794 e 1795. Data de 8 de Abril de 1795, o único documento que conhecemos referente às obras que faltavam realizar na capela e trata-se de uma escritura de contrato entre os mesmos eleitos e António Ferreira de Almeida, mestre carpinteiro de Castelejo, em que este se encarregou da obra de carpintaria da capela por 120.000 réis . No entanto esta escritura não teve efeito porque o eleito Agostinho Pinto de Figueiredo não a pôde assinar por estar ausente em Sinde onde lhe tinha morrido um parente.

        O mestre António Ferreira de Almeida deverá ter sido, no entanto, o responsável pelo tecto de volta plena, pelo púlpito simples, sem trabalho de talha e assente em mísula de pedra, pela cancela que separava a zona do altar do espaço reservado aos fieis e pelo coro, com uma balaustrada semelhante à cancela, suportado por uns pilares em ferro e com acesso pelo exterior através de uma escada em pedra no lado norte. Nada resta actualmente desse trabalho.

          Altar

        O altar com retábulo de tribuna, pensamos que teria de esperar mais uns anos. Entretanto a 11 de Janeiro de 1799 morre o eleito Agostinho Pinto de Figueiredo.

        Amealhado os últimos dinheiros da segunda redízima e das esmolas dos anos que foram decorrendo, por volta de 1800, os eleitos teriam efectuado o contrato com um mestre entalhador, desconhecido, que se encarregou da obra.

        O altar encontra-se no topo do interior da capela, abrigado num arco de pedra de laterais apilastrados. É um altar característico do período de transição do rococó para o neoclassicismo e muito parco de ornamentos.

        O retábulo é constituído por uma tribuna central, onde se encontra um trono formado por três degraus com espelhos de formatos diferentes, no cimo dos quais se encontra a imagem de S. Silvestre.

        A tribuna é ladeada por um conjunto de uma pilastra e de uma coluna em cada lado. As coluna encostam-se obliquamente às pilastras e possuem capiteis coríntios, fuste a imitar o mármore e sem decoração, e, assentam sobre bases em forma de vasos de faiança com relevos vegetalista. Lateralmente a cada coluna dispõe-se, ao alto, um painel onde se concentra, dentro de uma moldura, a pouca ornamentação do retábulo que se resume a duas volutas vegetalistas sotopostas, a uns concheados e a umas flores estilizadas.

        Sobre os painéis laterais, sobre as pilastras e sobre as colunas corre um entablamento em ressaltos, apresentando-se mais saliente sobre as pilastras e ainda mais sobre as colunas. Na linha das pilastras e das colunas assenta um frontão curvo e interrompido. O centro do frontão é ocupado por uma grande glória solar, formada por quatro cabeças de anjos alados entre nuvens e rodeando uma lua em quarto crescente. A mesa do altar é em forma de urna e apresenta no centro uma cartela de concheados e de folhagem e nas extremidades palmas.

        Em 1803 o altar estava pronto, ficou, no entanto, por pintar e por dourar, o dinheiro não chegou para tanto. Acabá-lo-iam mais tarde.                                               

         Bênção

        Uma longa luta de 17 anos estava prestes a chegar ao fim e a 7 de Agosto de 1803, os moradores de Vila Deanteira, por escritura de doação e obrigação, obrigaram-se a patrimoniar com os seus bens a nova capela para que nada lhe faltasse. Assinaram a escritura 41 homens .

        Os eleitos eram Manuel Rodrigues Alves e um novo eleito José Pereira; dos quatro eleitos de 1786 o capitão José Correia de Almeida e Agostinho Pinto de Figueiredo já haviam morrido, sem ver a "sua" capela benzida e António de Carvalho não consta como eleito, provavelmente pelos seus 70 anos e por se encontrar doente, vindo a falecer dois anos e meio depois.

        A 13 de Janeiro de 1804 solicitaram ao bispo de Viseu licença para se benzer a capela, referindo o vigário de S. João de Areias que a capela estava acabada, estando "...forrada de castanho, solhada, rebocada e caiada por dentro e a frontaria por fora, composta das bandas, tem uma tribuna de castanho com sua urna no altar da mesma madeira tudo bem feito mas por pintar, tem boas portas e frestas tudo de novo, com quanto a paramentos e mais móveis da dita capela tem os que declara o Inventário junto..." . Este Inventário não o conhecemos.

        A 15 de Janeiro de 1804 foi feita a escritura de ratificação da escritura de doação de 7 de Agosto de 1803 obrigando-se agora homens e mulheres, num total de 75 pessoas, e declarando serem "os únicos" moradores de Vila Deanteira .

        A 23 de Janeiro de 1804 foi aceite a obrigação do povo e foi dada autorização para ser passada a licença para a bênção da capela e a 24 é concedida "...licença ao reverendo vigário de S. João de Areias, Duarte Manuel Teles, para que possa benzer a capela de S. Silvestre, sita na Vila Deanteira, cuja benção fará na forma do Ritual Romano e Constituição do Bispado e depois de benta se possa nela dizer missa, visto me constar que está decentemente ornada e que tem os paramentos necessários..." .

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         4. MELHORAMENTOS NO SÉC. XX

        A capela ao longo dos tempos foi enriquecida e alterada, no entanto, parece-nos que a intervenção mais significativa que teve ocorreu na década de setenta do nosso século.

        A capela encontrava-se em mísero estado. O tecto primitivo ameaçava ruir; era um tecto curvo, liso, pintado a azul claro e com um medalhão pintado no centro representando S. Silvestre, muito simples e com a data de 1807(?). Lamentavelmente não foi aproveitada a pintura do tecto. As obras fizeram com que também desaparecessem o púlpito, a cancela da zona do altar e o coro. Ficou assim a capela esvaziada e descaracterizada.

        Nesta mesma década de 70 foi a capela enriquecida com a vinda da imagem de Nossa Senhora da Conceição, proveniente da Casa de D.ª Georgina Loureiro, descendente dos antigos capitães-mores do concelho de S. João de Areias.

        A imagem de Nossa Senhora da Conceição encontrava-se primitivamente no "seu" retábulo na capela que esta família possuía na Igreja Matriz. É uma preciosa peça do início do barroco, de finais do século XVII e por isso contemporânea do seu retábulo, com 1,25 m de altura, em madeira estofada e policromada, e apresenta um bom tratamento do rosto, do cabelo e do panejamento; Nossa Senhora assenta numa base constituída por um crescente lunar e por três querubins.

        Com a Nossa Senhora vieram, da mesma capela particular, duas outras pequenas imagens em madeira, uma representando o Menino Jesus sobre o Mundo, para vestir, e a outra a Virgem com o Menino.

        Na capela de S. Silvestre ainda se encontra, entre imagens mais recentes, um Santo António e o Menino do séc. XVIII, em madeira estofada e apresentando um bom trabalho de panejamento.

         (Texto de António Nunes da Costa Neves in "Igreja Matriz e Capelas da Freguesia de S. João de Areias", Revista Beira Alta, vol. LXIII, fascículos 3 e 4, Viseu, 1999).

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S. Silvestre, séc. XVI

 

 

 

Capela de S. Silvestre

(segunda metade

do séc. XVIII)

 

 

Retábulo de S. Silvestre

(finais do sé. XVIII)

 

 

Jardim Silva Carvalho (1983), Capela de S. Silvestre (séc. XVIII), e Casa onde nasceu José da Silva Carvalho (séc. XVII e ss.)

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