Bastão, flor branca do brejo
cheiro de infância querida,
quando eu brincava e sorria
e era bem com a vida,
quando tudo era sonho,
ternura e ilusão
e eu tinha a poesia
dentro do meu coração,
quando o pouco era muito
e a gente não dava valor,
só o simples fato de viver
já era um ato de amor.
Procurar chicotinho queimado
ou a ciranda cirandar,
embalava minhas noites
qual uma canção de ninar.
Ah! minha infância querida,
porque foi se acabar,
você correu como a enxurrada,
passou, se quebrou no mar.
Às vezes, estas lembranças
me doem tabto no coração,
qual a ferida mal curada
como a dor da solidão.
De repente, estas lembranças
tomam uma forma querida:
da mãe amada e esquecida
pelo filhos, pela vida.
Mãe, mulher e amiga
que tanto, tanto lutou
que deu o melhor de si
e da vida, nada levou.
Você, que tanto nos amou,
não se aflija, mãe querida,
como você, também sou mãe,
e como você, serei esquecida.
Denise Veloso Torres
(reservado direitos autorais)
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