Que dia é hoje ? Domingo, 20 de maio de 2001. Olá ! Está é a edição número 5 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje: 1. Editorial (Daniel Wildt) 2. Mães! (Ariadne Amantino - CARPE DIEM) 3. A mulher amiga (Daniel Wildt - BORN TO BE WILDT) 4. Para meus amigos (Eduardo Seganfredo - DE NOVO, PÔ!) 5. Para meus amores (Vincent Kellers - LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO) 6. CRÉDITOS FINAIS =========================================================================== ======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) ========================= =========================================================================== Viajar é fazer viagem. Viagem é a ação de ir dum lugar a outro, mais ou menos afastado. Saca isso? Este final de semana eu me mandei para Gramado (RS-Brasil), acompanhado da pessoa que é a escada da minha subida, o amor da minha vida, o meu abrir de olhos no amanhecer (e que amanhecer). Foi um passeio muito legal, todo mundo tirando sarro que ia chover e tal... bom, o tempo lá foi sol, frio, e nós dois andando pela cidade, mini-mundo, parque do Caracol (este fica em Canela, que fica bem pertinho de Gramado), igrejas, Lago Negro, Café Colonial, Festa da Colônia, fotos, vinhos, queijos, beijos e declarações de amor. Ou seja, melhor que isso, só dois disso! Detalhes importantes, e o ponto de hoje é: amar! Uma das músicas que eu me identifico, pela minha forma de ser em relação ao amor que vivo é a Piano Bar, que em muito também se parece com a forma como conheci a pessoa citada no início deste editorial. A música é dos Engenheiros do Hawaii, e fala assim em um determinado ponto: ... Ontem à noite, eu conheci uma guria Já era tarde, era quase dia ERA O PRINCÍPIO NUM PRECIPÍCIO Era o meu corpo que caía ... Era o princípio num precipício. Entrega ao amor. A melhor definição de entrega encontrada foi a seguinte: confiar, dedicar-se, absorver-se. Interessante isso. Amar é se entregar, confiar, pular de um precipício, mas não sozinho, os dois elementos envolvidos na história devem fazer isso juntos e sem MEDO! E detalhe: entregar não quer dizer perder sua identidade, aqui significa complementar. Os dois devem "ser complementares", trazer coisas novas um para o outro e não simplesmente ser o que o outro quer. Não pode ser um ninguém, ser um silêncio total na relação. Nada a acrescentar, sem opinião formada e tal. Ser sensível e nunca egoísta é a chave. E este conceito de amor serve para qualquer nível de relação... pais, irmãos, família em geral, namorados, casados. Ou não. Maiores informações sobre gramado? http://www.gramadosite.com.br. E sobre músicas? Hoje estou soft, nas nuvens por assim dizer. Então temos Roy Orbinson (Pretty Woman), Jota Quest (Desses Tantos Modos), Herbert Vianna (Vamos Viver), Cogumelo Plutão (Esperando na Janela), Gilberto Gil (Esperando na Janela), Skank (Balada do Amor Inabalável) e para finalizar Frankie Valli (Can't take my eyes off of you). E o que temos hoje? Declarações de amor (ou a falta de), cada uma na sua medida. A vida é poesia. É amor. Everyday i'm in love. Sendo assim deixo minha última "obra" para finalizar este editorial. SINTO TUA PRESENÇA Procuro palavras E encontro muitos significados Para descrever tua beleza Falar do teu jeito Brisa de verão Chuva com sol Fim de tarde Nascer do sol Nada supera Nada me faz esquecer Teu sorriso Teu olhar Que possuem calor inerente Inconseqüente Amor para sempre Surpreendente Daniel Wildt. =========================================================================== ====================== CARPE DIEM (Ariadne Amantino) ====================== =========================================================================== MÃES! Quando fui ler a edição do Tresler da semana passada, me dei conta de que só eu não escrevi nada sobre o "Dia das Mães". Pois é. Pra variar, fui diferente! Eu sempre me considerei uma pessoa diferente da maioria. Sempre soube que não agi de acordo com a maioria dos adolescentes quando estive nessa idade e, por isso mesmo, fiquei por fora dos grupos por algum tempo. Como mulher, sei que não gosto de fazer coisas mais do que normais para a toda e qualquer mulher. Me arrepio só de pensar em passar a tarde num shopping comprando roupas... Sapatos, então, pior ainda! Mas voltando ao "Dia das Mães". Eu aprendi com a minha mãe que essas datas existem para estimular o comércio. E quem não sabe disso? Alguém vai pensar... Todos sabem, mas a maioria age de acordo com esta regra estabelecida. Aprendi também que, quando se gosta de alguém, quando se admira alguém, não é necessário esperar por estas datas para dizer isso. Ou, de outra forma, não é necessário reafirmar isso só porque é "Dia das Mães". Não quero ofender nem criticar quem lida com essas datas da maneira normal, mas enfim, eu cresci com essa idéia e não estou acostumada a me preocupar com o que dar de presente para a minha mãe só porque é "Dia das Mães". Por que homenagear as mães no segundo domingo de maio? Por que alguém, em algum momento, definiu que esse é o dia de homenageá-las? E dessas perguntas surgem alguns fatos e questionamentos sobre a nossa sociedade... Se ninguém tivesse "inventado" o "Dia das Mães", quando os restaurantes se encheriam de famílias felicitando as mães e dizendo a elas o quanto elas são importantes? Em que sábado os shoppings e centros se encheriam de filhos enlouquecidos atrás de um presente comprado de última hora porque, "afinal de contas, ela é minha mãe e tem que saber o quanto eu gosto dela"? Quando seriam feitos os magníficos concertos musicais com homenagens bonitas às mães? Perguntas sem respostas imediatas, mas que, no fundo, todos nós sabemos as respostas... E então descubro o quanto já estou "contagiada", o quanto já faço parte dessa sociedade, porque mesmo sabendo que não é isso que importa, eu me preocupei em passar o "Dia das Mães" com a minha mãe. Ariadne Amantino =========================================================================== ===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) ===================== =========================================================================== A MULHER AMIGA Sempre ouvi que as mulheres podem ser classificadas de diversas formas, hoje até temos novas notações, como a usada na tribo "funk carioca", a preparada, a tchutchuca... enfim, nada disso. Eu quero falar da amiga. Sim, a mulher amiga. Isto existe sim, mas não é algo planejado. Você pode estar pensando que esta menina virou amiga simplesmente pelo fato do homem em questão não ter conseguido realizar um "home run"... é, também pode ser. Encontramos muito disso nos grupos sociais, pessoas que não tem como conseguir algo tomam para si a velha dica, "se não pode vencê-los, junte-se a eles!". Verdade, verdade, isso acontece. Estas pessoas muitas vezes se tornam os cupidos do grupo de amigos... é, "life stinks"! Mulher amiga é complicado. Diversas vezes tentei isso. E lhe garanto: eu era apaixonado por todas as minhas amigas. Não qualquer tipo de amiga, digo amigas de verdade, aquelas que você abre sua vida, você sabe tudo da vida dela, ela sabe tudo da sua. Você criou esta amizade como forma tática para poder chegar perto da menina, mas se acostumou e perdeu a saída para mudar o rumo do relacionamento. Acabou virando amigo. Isto acontece. Com todo mundo. E lhe garanto também que é muito melhor assim, na maioria das vezes. Pegar a saída para chegar no próximo nível de relacionamento pode significar o fim do mesmo. True story. Sinceramente, se ela quisesse alguma coisa com você, você já saberia. E se não sabe, deve ser por algum motivo simples, medo. Vergonha. Ou ela é desligada de questões de comportamento. Pode ser insensível. Falta de sensibilidade é comum hoje em dia. Dá em árvore eu acho. Mentes insanas. Já estive na seguinte situação: casa vazia, 3h da manhã, nós dois assistindo um filme no vídeo. Eu deitado com minha cabeça no colo dela. Hehe, é isso mesmo. Nada aconteceu. E isso aconteceu mais de uma vez. É o medo aterrorizante de o amor platônico terminar. Amores platônicos são perfeitos. Você não convive com a pessoa dia e noite, só conhece as partes boas dela, as partes não interessantes, bem, são não interessantes e não necessitam existir... Normalmente a mulher amiga não é bem vista pelos seus amigos. Digo o motivo: homem + mulher = sexo. Entende? A fórmula é simples, e normalmente quem não respeita esta regra não é bem visto. Sem essa de papo cabeça. Sem essa de que não é nada disso, somos apenas bons amigos, nos divertimos muito juntos, jantamos, vamos dançar, passear no parque, tomamos sorvete, cinema... isso no meu conceito é outra coisa: MEDO!! Sim, meu amigo, devo lhe avisar neste momento, não posso mais deixar que você fique se enganando... você é apaixonado por esta menina. Agora temos possibilidades: 1) Você fica na sua, pois sabe que ela nunca ficaria com você... bem, você é canditado a receber a boa e velha "eu gosto de você também! Mas como um amigo, entende!?". Claro que você entende, certo? Ah, qual é... enfim, vai se arriscar? 2) Você abre o jogo e pimba! Ela gosta de você também, vocês então se beijam e pimba novamente! A amizade acabou... acontece com os melhores amigos. True story! 3) Você abre o jogo e pimba! Ela gosta de você também, vocês então se beijam e pimba novamente! Casamento no próximo ano! Isto também acontece. Só em filme, mas acontece, ora. Moral da história: a mulher amiga é aquela mulher que a gente achava que ia levar um fora, mas ah, fim de festa e nada aconteceu na sua vida até o momento. Então vamos atrás e não é que não levamos um fora? Levamos um "calma"... saca? A conversa rola, rola, rola. Ela gostou do seu papo. Você já era. Fazer ela parar de falar sobre a coleção de CDs raros de bandas do cenário alternativo da Suécia neste momento e conseguir um beijo... bem, se você conseguir, parabéns! Me mande uma carta explicando como você fez para isto acontecer. Se você não conseguiu, bom, pelo menos tem uma amiga, certo? Amigas tem amigas, então não é o fim do mundo! Keep walking. Daniel Wildt =========================================================================== ==================== DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) ==================== =========================================================================== PARA MEUS AMIGOS Caros amigos, leitores, fiéis ou não, o texto principal da minha coluna desta semana não é de minha autoria. No entanto, mesmo contrariando novamente os propósitos deste admirável ezine, achei que era meu dever utilizar este espaço para levar esta mensagem a todos os leitores desta modesta coluna, os quais, pela misteriosa relação escritor-público, muito estimo, considerando-os como uma espécie de amigos distantes, ainda que não os conheça. Mas isto é tema para outra edição. Enfim, eis o texto: "Para meus amigos. Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo. Um dia ele recebeu um saco cheio de pregos e uma placa de madeira. O pai disse a ele que martelasse um prego na tábua toda vez que perdesse a paciência com alguém. No primeiro dia o garoto colocou 37 pregos na tábua. Já nos dias seguintes, enquanto ele ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos martelados por dia foram diminuindo gradativamente. Ele descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva do que ter que ir todas os dias pregar diversos pregos na placa de madeira ... Finalmente chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em hora alguma. Ele falou com seu pai sobre seu sucesso e sobre como estava se sentindo melhor em não explodir com os outros e o pai sugeriu que ele retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele. O garoto então trouxe a placa de madeira, já sem os pregos, e a entregou a seu pai. Ele disse, "Você está de parabéns, meu filho, mas dê uma olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua nunca mais será como antes. Quando você diz coisas estando com raiva, suas palavras deixam marcas como essas. Você pode enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá. Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física. Amigos são como jóias raras. Eles te fazem sorrir e te encorajam para alcançar o sucesso. Eles te emprestam o ombro, compartilham dos teus momentos de alegria, e sempre querem ter seus corações abertos para você". Este texto foi entregue a mim por uma amiga próxima, em cuja tábua eu devo ter feito muitos furos, sem dúvida alguma. Assim como em muitas outras tábuas, inclusive a de alguns de vocês. E vejam só, sem estupidez, sem cobrança, sem revidar, ela conseguiu com esta mensagem me fazer mergulhar em momentos de reflexão profunda e constatar que eu precisava criar uma espécie de "responsabilidade verbal", como diria Martha Medeiros. Porque a palavra é muito mais do que consta no dicionário. Jean Paul Sartre dedicou um de seus livros inteiro à palavra. E não podemos mais continuar usando-a como se o que você dissesse pudesse ser apagado com outra palavra: "desculpa". Não funciona assim. Uma palavra pode retumbar por uma vida inteira na mente de alguém. Afinal, há 2 mil anos já fomos avisados, quando Cristo foi interpelado por sentar-se a mesa sem antes lavar as mãos - o que contrariava um preceito religioso da época - alertou-nos: "Não comprendeis que o que entra pela boca desce ao ventre e depois lança-se fora? Mas o que sai da boca, passa pelo coração, e estas são as que fazem do homem imundo.". Eduardo Seganfredo =========================================================================== ======== LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO (Vincent Kellers) ======== =========================================================================== PARA MEUS AMORES Oi! Sabem aquele estereótipo de pai "antigo"? Aquele pai quietão, temperamento explosivo, etc e tal? Pois é, esse é o meu pai. Ultimamente nossa comunicação anda quase que inexistente. É "Oi", "Tchau" e era isso. Não mais que isso. Nos dias "bons", em que "o canal de conversação" está aberto, conversamos durante a janta. E a conversa normalmente gira em torno de banalidades, o que me deixa bastante insatisfeito, mas enfim... Não sei pq atualmente não conseguimos manter uma conversa consistente. O que sei é que ambos temos "culpa" neste ponto. Mas sei que não foi sempre assim. Me lembro que há tempos ele costumava conversar comigo sobre diversas coisas, normalmente me explicando uma penca de tópicos que seus conhecimentos e sua vivência permitiam, eventualmente discutindo (no sentido civilizado da coisa) algum assunto. Entretanto, uma coisa nunca mudou: sempre houve uma espécie de barreira que impedia a maior parte das demonstrações de afeto. Ainda que demonstrações simples, como um simples abraço. Novamente, note que não pretendo eximir minha culpa nesta questão. Gostaria apenas de entender (Entender uma pessoa? Hah!). --- Eis que a vida sempre dá um jeito de nos surpreender, não? Esta semana, minha mãe resolveu arrumar seus armários. Esta atividade consiste basicamente em colocar fora todo e qualquer papel que ela considere inútil (o legal mesmo é quando ela resolve arrumar o MEU armário. Confusão na certa!). Mexe daqui, revira dali, minha mãe achou algumas cartas e cartões bem antigos, e me mostrou quatro deles. Duas cartas eram escritas por minha avó materna, que não cheguei a conhecer, pois ela faleceu meses antes de meu nascimento. Eram cartas simples, nada mais do que relatos da vida da cidade natal de minha mãe, que morava sozinha em POA na época, e muitas palavras carinhosas, claramente maternas, que buscavam trazer um certo alívio a saudade criada pela distância imposta entre mãe e filha. Embora se tratassem de palavas simples, fiquei estranhamente emocionado ao ler aquelas folhas escritas há tanto tempo... Aí veio a pancada no peito... os dois outros envelopes eram pequenos, continham cartões que foram escritos por meu pai um mês antes do meu nascimento, em função do aniversário de minha mãe. Cartões pequenos, papel rígido, amarelado nas bordas (20 anos de idade... papel amarela, não sabia tolinha?) e no centro do cartão as seguintes palavras (que estavam no plural pois minha mãe, na época me leveva em seu ventre)... "Para meus amores" Assim, simples, direto, sincero e apaixonado assim. --- Muitos minutos se passaram e eu estava de olhos úmidos, lendo e relendo um cartão escrito há quase 21 anos atrás. Enquanto isso pensava em todas as coisas que gostaria de dizer para meu pai. Na verdade, dizer novamente, pois eu já disse um monte de coisas pra ele (história para outra coluna), também de olhos úmidos. E pensava no que ele poderia me dizer. E pensava em tudo aquilo que aconteceu na vida de meu pai para que ele se fechasse em si. Para que ele nunca mais falasse coisas como "Para meus amores"... E pensava no que eu poderia fazer para mudar isso. E pensava em pq eu nunca digo o q sinto. Exatamente como meu pai. Nunca... --- Hoje não tem linhas de pensamento caótico. Nem paralelo. Vincent Kellers =========================================================================== ============================= CRÉDITOS FINAIS ============================= =========================================================================== Este fanzine maluco que você recebe por email todo domingão se chama Tresler. Um grupo de amigos escreve histórias para o seu deleite. Se você quiser entrar em contato conosco, visitar o nosso Site (você pode ler os números anteriores do nosso fanzine eletrônico), se cadastrar ou descadastrar, enfim, utilize os emails/urls no final da mensagem. Tresler Team: Ariadne Amantino (ariadnedbka@yahoo.com) Daniel Wildt (dwildt@oocities.com) Eduardo Seganfredo (edu.zu@ig.com.br) Vincent Kellers (vkellers@terra.com.br) Visite o Site do nosso e-zine: http://www.tresler.cjb.net Para entrar em contato com o e-zine, mande um email para: treslerbr@yahoo.com.br Para receber o nosso e-zine mande um email para: tresler-subscribe@yahoogroups.com Para não receber mais o e-zine, mande um email para: tresler-unsubscribe@yahoogroups.com