Histórico
Origens:
Em 1906 a fábrica de tecidos Votorantim, instalada no distrito de mesmo nome, constrói uma estrada de ferro, com tração a vapor, em bitola de 0,60 m, ligando a vila à cidade de Sorocaba, para transporte de empregados e carga.
A linha tinha cerca de 12 km de extensão e contava com o seguinte material rodante: quatro locomotivas classe 0-4-2T de 14 t. cada, com paracidade para 1200 l. de água; sete carros de passageiros e 44 vagões diversos para carga. Contabilizava uma circulação anual de 65 mil passageiros e 50 mil t de cargas diversas.
Em 1921 são apresentados ao ministro da Viação as plantas para as obras de eletrificação das linhas e o aumento da bitola para 1,0 m, a fim de facilitar o intercâmbio de vagões da E.F. Sorocabana para a fábrica Votorantim. As plantas são aprovadas por decreto de 6 de setembro de 1921 e em 16 desse mês, o Tribunal de Contas ordenou o registro do decreto que concedia à S/A Votorantim isenção de direitos e de taxa de expediente para o material adquirido no estrangeiro e detinado à eletrificação do ramal férreo.
Começaram as obras, sendo a linha estendida até a usina de força da São Paulo Electric Co. à beira do rio Sorocaba. Foram adquiridos dos EUA, da fábrica J.G. Brill, quatro bondes novos para passageiros e uma locomotiva elétrica* para rebocar vagões de carga.
Em 2 de fevereiro de 1923 é inalgurado o trecho de nova bitola e eletreficado, entre Sorocaba (estação Paula Souza) e Votorantim (fábrica / bairro Santa Helena). São postos em tráfego, também nesta época, 31 carros de passageiros e um carro bagagem / correio. Passou a se chamar "Estrada de Ferro Elétrica Votorantim", se bem que não passava de uma linha de bondes. O serviço regular de passageiros funcionou até 1966, quando foi suprimido pela concorrência dos ônibus. Desde então, até meados de 1975, o bonde # 3 circulava para uso exclusivo dos empregados das fábricas e, esporadicamente, rebocando algum vagão de carga. (História do Transporte Urbano no Brasil - Waldenar Corrêa Stiel)
Até novembro
de 1998 o ramal funcionou somente para trens de carga, escoando a produção
da fábrica de cimento. Eram comuns as lotações
de até 25 vagões rebocados por uma U-20C ou dupla de GL-8;
quanto as LEW, estas eram empregadas nos serviços de manobras no
pátio de Santa Helena. Atualmente, está suprimido a
circulação de trens, devido ao custo do frete cobrado pela
Ferroban e a não garantia de locação de vagões
tipo GHD em estado razoável de conservação (já
que cerca de 10 a 15 % da carga vazam pelos furos e rasgos existentes nestes),
segundo declaração do departamento de logísica da
S/A Votorantim. Infelizmente, não há previsão
para o retorno das operações deste peculiar ramal ferroviário.
* Nota: O texto
menciona a aquisição de apenas uma locomotiva elétrica,
por volta de 1923. Não há registros desta locomotiva,
porém, entre 1946 e 1948, quatro exemplares foram adquiridos da
General Electric dos EUA, que funcionaram até 1986, quando um acidente
envolvendo a locomotiva # 4 encerrou as atividades destas máquinas.