De Goiabeiras e Ipês


Houve um tempo de Goiabeiras e de quem as adorava.

Não havia goiabas nem galhos que ela não alcançasse.

Ela é Marina, minha pérola !

O tempo das goiabeiras passou no auge da florada dos ipês rosas.

Marina partiu inaugurando o paradoxal tempo dos Ipês.

Eles embelezam a vida e, junto,

trazem a lembrança de um tempo triste.

Pois esse tempo é seco, com árvores desfolhadas.

Mas os ipês se sobressaem na tristeza e na aridez.

Ipês que vêm como um alento com as suas flores.

Flores lindas e rosas como Marina, minha pérola!

Que na poeira da última viagem, desabrochou para a Vida.

Passou o tempo...

Marina também...

Mas ficou na lembrança de um lindo e inesquecível tempo

de goiabeiras e ipês.

Mamãe

 


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Isto é só para você:

Ivo Storniolo introduz o livro Presente de Amante de Tagore assim:

"Quando amamos alguém, o nosso maior desejo é dar-lhe um presente. Coisa comum, pois o amor é entrega ao mistério da vida, que anseia incontidamente presentear a si mesma. Amor é ânsia de nascer e crescer, tornar-se livre e libertar; é desejo de entregar de presente a nossa própria liberdade e vida, para que também a pessoa amada se liberte e viva mais. Já dizia Jesus que "não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos" (João 15,13).

Quando amamos, porém, queremos logo expressar o nosso amor. E aí vem o presente simbólico. Contudo, o que dar à pessoa amada? Quem tem ou pode muito, irá dar presentes caros e vistosos. O poderoso Shah Jahan presenteou a amada que falecera com o majestoso Taj Mahal, num esforço de eternizar o seu amor na beleza fria e silenciosa da pedra (Presente de amante, 1). Nós, quem sabe, podemos apenas colher uma flor e oferecê-la como testemunho do nosso amor, ou então oferecer um gesto, uma palavra, um pensamento. Isso talvez passe despercebido a todos, menos para o amante, que ama contra a impossível expressão, e também para a pessoa amada, que compreende a ânsia escondida, sorri, e se cala.

Todavia, o maior presente que podemos oferecer é o reconhecimento do mistério que habita em cada uma das pessoas e que, graças a elas ou mesmo apesar delas, ultrapassa até a compreensão que elas têm de si mesmas. É o que aconteceu com a prostituta enviada para tentar o jovem asceta que jamais vira mulher. O jovem olha para ela e, admirado, pergunta: "Que Deus desconhecido és tu? O teu toque é o toque do Imortal, e os teus olhos trazem o mistério da meia-noite (Presente de amante, 60).

Sim, o amor vem de Deus (1João 4,7) e, quando não lhe opomos resistência, ele se manifesta em nós e através de nós, fazendo-nos ver e revelar o próprio Deus, presente nas pessoas e em todas as coisas. Essa revelação é o maior presente e, ao entregá-lo, percebemos o supremo mistério: quando amamos, não é que Deus esteja em nosso coração; nós é que estamos no coração de Deus".

 

Olá, foi por aqui que nos conhecemos e em meio ao eterno deleite da poesia de Tagore nos tornamos amigas!

Por isto voltei aqui.

Mírian.