VOLTAR
PARA A PÁGINA 3
Modelos
de Perfeição
Construção
de Veículos em Miniatura
Conceito
por Trás da Construção
Para
o filme Guerra nas Estrelas, as miniaturas da aliança rebelde
tinham que ter aparência de gastas, com buracos, manchas, sinais
de tiros de laser e arranhões, já que as naves precisavam
ser realistas e ter personalidade, como um cowboy, com uma cicatriz na
cara. Elas deviam ser como icebergs, com apenas uma pequena parte mostrando
mas dando a impressão que existe uma longa história por
trás e que não podemos ver em um curto período do
filme. Da mesma forma, os caça Tie deviam lembrar um bando
de abelhas ou pernilongos. A Estrela da Morte em construção
devia parecer uma obra faraônica e representar um tipo de estrutura
arquitetônica como os grandes conglomerados industriais onde as
buracracias governamentais são frias e calculistas. Os modelos
não devem somente serem detalhados, o seu visual deve implicitamente
contar uma história. Em Guerra nas Estrelas, os X-Wings
tinham aparência gasta de muitas lutas espaciais, e também
porque rebeldes contra um império não teriam condições
financeiras de comprar naves muito novas. Já as do império,
tinham o aspecto mais limpo e novo.
Princípios
de Construção
As
miniaturas usadas nos filmes tem que ter mais que aparência. É
preciso ter considerações práticas. Assim, as miniaturas
do cinema podem ter:
- Resistência
- Num filme elas serão usadas diariamente,
submetidas a luzes quentes, algumas vezes manuseadas por mãos
desastrosas e submetidas a colisões com câmeras com controle
de movimento. Por isso tem que ser resistentes, mais resistentes que
os modelos de museus e aqueles feitos por hobbystas e aeromodelistas.
Assim, a sua resistência deve começar pelo seu interior:
devem possuir uma estrutura metálica interna que é feita
para manter a integridade e a forma dos modelos e fornecer suporte quando
forem colocadas em suporte para serem filmadas.
- Encaixes
para suportes de sustenção
- Durante a filmagem, uma miniatura precisa ser
suportada por um suporte especial. Quando filmada de frente, o suporte
deve estar atrás. Se filmado de trás, o suporte deve estar
na frente. E assim por diante. São coisas que os hobbystas e
aeromodelistas não precisam lidar mas que são necessárias
para as miniaturas do cinema. Na carapaça exterior tem que ter
portas removíveis para fixar os suportes, pelo menos 4. Algumas
vezes, os suporte tem que ser especiais: tem que combinar com o respectivo
fundo (preto, azul ou verde), algumas vezes tem que ter motores controlados
por computador para movimentar a nave (incliná-la para os lados,
embica-la para cima ou para baixo, etc.) mas sem tirá-la do lugar,
permitindo com que seja filmada enquanto faz estes movimentos.
- Dispositivos
internos
- Além disso, elas podem abrigar componentes
eletrônicos e por esse motivo tem que ser ocas. Elas podem conter
luzes, motores para movimentar os flaps, portas, cabeças de pilotos
em miniatura, etc.
- Refrigeração
interna
- Um outro fato interessante é que as miniaturas
tem que ter um sistema circulante de ar, pois do contrário derreteriam
sob o calor de suas luzes e motores e sob as luzes fortes do set de
filmagem. Apesar de muitas miniaturas pesarem algumas gramas (como na
figura abaixo) e não terem nenhuma luz ou parte mecânica
muitas são complicadas, pesando dezenas de quilos e precisam
de uma equipe de pessoas para transportá-las.
- Equipamentos
eletrônicos de controle
- Quando um modelo vai ser filmado, ele pode precisar
de equipamento eletrônico de controle de suas funções
internas controladas por computador, além de suprimento próprio
de energia para movimentar os motores e acionar as luzes. As miniaturas
podem variar de centímetros e gramas a metros e dezenas de quilos.
Muitas requerem motores internos, luzes, sistema de ventilação
para evitar o derretimento devido aos aparelhos eletrônicos internos
e as luzes do set de filmagem.
- Fonte
de energia própria
-
Normalmente as miniaturas tem que ter baterias próprias porque
podem ser transportadas para locais que não tem energia elétrica.
Além disso podem ter muitos fios por dentro que concentram as
luzes e motores de refrigeração ou de acionamento de partes
móveis. Além disso, precisam ter painéis móveis
ou retiráveis para ter acesso a trechos da fiação
elétrica, para os casos de conserto.
Outro
aspecto importante de sua construção é o planejamento.
Pode-se optar por fazer desenhos do projeto (plantas de construção)
no tamanho que será construída a miniatura para que esta
planta sirva também de molde.
Materiais
Como
em qualquer área dos efeitos especiais do cinema, não existe
uma regra em se usar esse ou outro material. O que existe é que
uns materiais geralmente dão mais certo para um determinado caso
mas para outro podem não dar. De forma geral, a escolha do material
para se construir uma miniatura pode depender dos seguintes fatores:
- Da
finalidade da miniatura na cena
-
Se você vai construir uma miniatura de veículo que é
de metal e que precise ser amassada, como por exemplo, um carro num
acidente de trânsito, é interessante que você use
chapas finas de alumínio para construir sua miniatura e assim
ela possa ser amassada mais facilmente. Se você vai construir
um veículo que precise ser explodido com cargas explosivas, é
interessante que você construa a sua miniatura com fibra de vidro,
plástico ou madeira e que ela seja oca.
- Da
escala da miniatura
- Miniaturas maiores podem precisar de materiais
mais resistentes. Assim, se a sua miniatura de espaçonave tem
4 metros de comprimento, ela precisa ter uma estrutura interna metálica
e plásticos resistentes ou mesmo fibra de vidro. Ou ainda, se
você precisa ter miniaturas de veículos com boa resistência,
a fibra de vidro é uma boa opção.
- Depende
da técnica de construção -
Dependendo da técnica que você escolher, o material para
se construir uma miniatura poderá variar. Se você deseja
construir uma miniatura entalhando-a (esculpindo-a), você provavelmente
não poderá usar um bloco de metal. Um bloco de isopor
ou madeira talvez funcione melhor.
Técnicas
Básicas
Existem
diversos métodos ou técnicas de construção
de miniaturas. Abaixo veremos 3 destas técnicas e que são
bastantes comuns. Estas técnicas permitem criar diretamente as
miniaturas, podendo, também, após a execução,
servirem como modelo-mestre ou matriz a partir do qual um molde é
feito e que servirá de fôrma para criar modelos de plástico
formatado a vácuo ou em fibra de vidro.
- Técnica
do Sanduíche (ou da Espinha Dorsal)
- esta técnica é muito usada para
se construir naves, navios e submarinos, principalmente se são
grandes e têm comprimento maior que a largura. Nesta técnica,
usa-se um eixo central para dar mais resistência, geralmente um
eixo metálico. Encaixadas neste eixo, estão duas ou mais
placas (de madeira compensada, plástico, acrílico ou metal),
como se fossem secções transversais. O acrílico
é muito usado devido a sua resistência. Sobre estas placas
transversais são aplicadas chapas de madeira, plástico,
acrílico ou metal para tampar as espaços entre estas placas
transversais. Este método é chamado de Sanduíche
porque as placas transversais estão dispostas assim como num
sanduíche estão o pão, o queijo, o presunto, etc,
ou seja, uma atrás do outra. O outro nome para esta técnica,
Espinha Dorsal, foi dado porque se você observar bem, a
estrutura fica parecendo uma espinha dorsal com as várias costelas
fixadas.
Nas
figuras abaixo, você pode ver que este método foi usado pela
ILM para criar o Destróier Imperial do filme Guerra nas
Estrelas.
Na
primeira foto é possível ver as secções transversais
feitas de madeira compensada e fixas em um eixo, em parte de madeira compensada
e em parte um cilindro oco de alumínio. Veja que o cilindro oco
de alumínio está fixado na traseira da miniatura e tem 2
funções: a de espinha dorsal sustentando a nave e também
para sustentar o modelo quando fosse pendurado durante as filmagens. Note
que as secções transversais tem buracos redondos neles,
que foram feitos para diminuir um pouco o peso da estrutura. Observe que
as secções transversais definem a forma externa da miniatura.
Veja também que ao lado está uma maquete do Destróier.
Na
segunda foto, pode-se ver que o modelador está tirando o molde
do tamanho que serão as chapas externas.
Na
terceira foto, pode-se ver as chapas externas já colocadas. Estas
chapas externas são folhas de alumínio de 0,3 mm de espessura.Veja
que o modelador Steve Gawley está colando pedaços
de plástico estireno (de cor branca na foto) sobre a superfície
de alumínio.
Na
terceira foto pode-se notar que a miniatura já está quase
pronta e Steve Gawley está adicionando os detalhes na fuselagem.
Nesta
foto, a miniatura já está pronta. As turbinas forma feitas
de aluminio torneadas e tinham uma potente e fina lâmpada de halogênio
para simular a exaustão desta turbina.
IR
PARA A PÁGINA 5
Voltar para a página
principal |Voltar para Miniaturas
O autor desta
página não tem interesse de lesar os direitos de qualquer
empresa ou indivíduo. Os comentários e imagens aqui utilizados
são apenas de interesse comum e não tem fins comerciais.
MSFX
mail
|