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Modelos de Perfeição

 

Construção de Veículos em Miniatura

 

Conceito por Trás da Construção

Para o filme Guerra nas Estrelas, as miniaturas da aliança rebelde tinham que ter aparência de gastas, com buracos, manchas, sinais de tiros de laser e arranhões, já que as naves precisavam ser realistas e ter personalidade, como um cowboy, com uma cicatriz na cara. Elas deviam ser como icebergs, com apenas uma pequena parte mostrando mas dando a impressão que existe uma longa história por trás e que não podemos ver em um curto período do filme. Da mesma forma, os caça Tie deviam lembrar um bando de abelhas ou pernilongos. A Estrela da Morte em construção devia parecer uma obra faraônica e representar um tipo de estrutura arquitetônica como os grandes conglomerados industriais onde as buracracias governamentais são frias e calculistas. Os modelos não devem somente serem detalhados, o seu visual deve implicitamente contar uma história. Em Guerra nas Estrelas, os X-Wings tinham aparência gasta de muitas lutas espaciais, e também porque rebeldes contra um império não teriam condições financeiras de comprar naves muito novas. Já as do império, tinham o aspecto mais limpo e novo.

 

Princípios de Construção

As miniaturas usadas nos filmes tem que ter mais que aparência. É preciso ter considerações práticas. Assim, as miniaturas do cinema podem ter:

  • Resistência - Num filme elas serão usadas diariamente, submetidas a luzes quentes, algumas vezes manuseadas por mãos desastrosas e submetidas a colisões com câmeras com controle de movimento. Por isso tem que ser resistentes, mais resistentes que os modelos de museus e aqueles feitos por hobbystas e aeromodelistas. Assim, a sua resistência deve começar pelo seu interior: devem possuir uma estrutura metálica interna que é feita para manter a integridade e a forma dos modelos e fornecer suporte quando forem colocadas em suporte para serem filmadas.

 

  • Encaixes para suportes de sustenção - Durante a filmagem, uma miniatura precisa ser suportada por um suporte especial. Quando filmada de frente, o suporte deve estar atrás. Se filmado de trás, o suporte deve estar na frente. E assim por diante. São coisas que os hobbystas e aeromodelistas não precisam lidar mas que são necessárias para as miniaturas do cinema. Na carapaça exterior tem que ter portas removíveis para fixar os suportes, pelo menos 4. Algumas vezes, os suporte tem que ser especiais: tem que combinar com o respectivo fundo (preto, azul ou verde), algumas vezes tem que ter motores controlados por computador para movimentar a nave (incliná-la para os lados, embica-la para cima ou para baixo, etc.) mas sem tirá-la do lugar, permitindo com que seja filmada enquanto faz estes movimentos.

 

  • Dispositivos internos - Além disso, elas podem abrigar componentes eletrônicos e por esse motivo tem que ser ocas. Elas podem conter luzes, motores para movimentar os flaps, portas, cabeças de pilotos em miniatura, etc.

 

  • Refrigeração interna - Um outro fato interessante é que as miniaturas tem que ter um sistema circulante de ar, pois do contrário derreteriam sob o calor de suas luzes e motores e sob as luzes fortes do set de filmagem. Apesar de muitas miniaturas pesarem algumas gramas (como na figura abaixo) e não terem nenhuma luz ou parte mecânica muitas são complicadas, pesando dezenas de quilos e precisam de uma equipe de pessoas para transportá-las.

 

  • Equipamentos eletrônicos de controle - Quando um modelo vai ser filmado, ele pode precisar de equipamento eletrônico de controle de suas funções internas controladas por computador, além de suprimento próprio de energia para movimentar os motores e acionar as luzes. As miniaturas podem variar de centímetros e gramas a metros e dezenas de quilos. Muitas requerem motores internos, luzes, sistema de ventilação para evitar o derretimento devido aos aparelhos eletrônicos internos e as luzes do set de filmagem.

 

  • Fonte de energia própria - Normalmente as miniaturas tem que ter baterias próprias porque podem ser transportadas para locais que não tem energia elétrica. Além disso podem ter muitos fios por dentro que concentram as luzes e motores de refrigeração ou de acionamento de partes móveis. Além disso, precisam ter painéis móveis ou retiráveis para ter acesso a trechos da fiação elétrica, para os casos de conserto.

 

Outro aspecto importante de sua construção é o planejamento. Pode-se optar por fazer desenhos do projeto (plantas de construção) no tamanho que será construída a miniatura para que esta planta sirva também de molde.

 

Materiais

Como em qualquer área dos efeitos especiais do cinema, não existe uma regra em se usar esse ou outro material. O que existe é que uns materiais geralmente dão mais certo para um determinado caso mas para outro podem não dar. De forma geral, a escolha do material para se construir uma miniatura pode depender dos seguintes fatores:

  • Da finalidade da miniatura na cena - Se você vai construir uma miniatura de veículo que é de metal e que precise ser amassada, como por exemplo, um carro num acidente de trânsito, é interessante que você use chapas finas de alumínio para construir sua miniatura e assim ela possa ser amassada mais facilmente. Se você vai construir um veículo que precise ser explodido com cargas explosivas, é interessante que você construa a sua miniatura com fibra de vidro, plástico ou madeira e que ela seja oca.

 

  • Da escala da miniatura - Miniaturas maiores podem precisar de materiais mais resistentes. Assim, se a sua miniatura de espaçonave tem 4 metros de comprimento, ela precisa ter uma estrutura interna metálica e plásticos resistentes ou mesmo fibra de vidro. Ou ainda, se você precisa ter miniaturas de veículos com boa resistência, a fibra de vidro é uma boa opção.

 

  • Depende da técnica de construção - Dependendo da técnica que você escolher, o material para se construir uma miniatura poderá variar. Se você deseja construir uma miniatura entalhando-a (esculpindo-a), você provavelmente não poderá usar um bloco de metal. Um bloco de isopor ou madeira talvez funcione melhor.

 

Técnicas Básicas

Existem diversos métodos ou técnicas de construção de miniaturas. Abaixo veremos 3 destas técnicas e que são bastantes comuns. Estas técnicas permitem criar diretamente as miniaturas, podendo, também, após a execução, servirem como modelo-mestre ou matriz a partir do qual um molde é feito e que servirá de fôrma para criar modelos de plástico formatado a vácuo ou em fibra de vidro.

  • Técnica do Sanduíche (ou da Espinha Dorsal) - esta técnica é muito usada para se construir naves, navios e submarinos, principalmente se são grandes e têm comprimento maior que a largura. Nesta técnica, usa-se um eixo central para dar mais resistência, geralmente um eixo metálico. Encaixadas neste eixo, estão duas ou mais placas (de madeira compensada, plástico, acrílico ou metal), como se fossem secções transversais. O acrílico é muito usado devido a sua resistência. Sobre estas placas transversais são aplicadas chapas de madeira, plástico, acrílico ou metal para tampar as espaços entre estas placas transversais. Este método é chamado de Sanduíche porque as placas transversais estão dispostas assim como num sanduíche estão o pão, o queijo, o presunto, etc, ou seja, uma atrás do outra. O outro nome para esta técnica, Espinha Dorsal, foi dado porque se você observar bem, a estrutura fica parecendo uma espinha dorsal com as várias costelas fixadas.

Nas figuras abaixo, você pode ver que este método foi usado pela ILM para criar o Destróier Imperial do filme Guerra nas Estrelas.

Na primeira foto é possível ver as secções transversais feitas de madeira compensada e fixas em um eixo, em parte de madeira compensada e em parte um cilindro oco de alumínio. Veja que o cilindro oco de alumínio está fixado na traseira da miniatura e tem 2 funções: a de espinha dorsal sustentando a nave e também para sustentar o modelo quando fosse pendurado durante as filmagens. Note que as secções transversais tem buracos redondos neles, que foram feitos para diminuir um pouco o peso da estrutura. Observe que as secções transversais definem a forma externa da miniatura. Veja também que ao lado está uma maquete do Destróier.

 

Na segunda foto, pode-se ver que o modelador está tirando o molde do tamanho que serão as chapas externas.

 

Na terceira foto, pode-se ver as chapas externas já colocadas. Estas chapas externas são folhas de alumínio de 0,3 mm de espessura.Veja que o modelador Steve Gawley está colando pedaços de plástico estireno (de cor branca na foto) sobre a superfície de alumínio.

 

Na terceira foto pode-se notar que a miniatura já está quase pronta e Steve Gawley está adicionando os detalhes na fuselagem.

 

Nesta foto, a miniatura já está pronta. As turbinas forma feitas de aluminio torneadas e tinham uma potente e fina lâmpada de halogênio para simular a exaustão desta turbina.

 

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