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Jacques de Molay - Homem, herói ou mito?

André Ranulfo

ATENÇÃO MEMBROS DA ORDEM DEMOLAY:

Devido vário e-mail desaforados que recebi de membros da Ordem DeMolay para o Brasil, quero informar que todo material contido nessa página é fruto de pesquisas em vários livros que possuo em minha biblioteca.

Antes que me critiquem ou mandem e-mails desaforados, peço que leiam os livros nos quais consultei para fazer essa pesquisa (a lista está no rodapé). Caso tenham alguma coisa contrária, ou erro meu, peço então que me indiquem em que livro e página se encontram uma afirmativa contrária, que eu terei o imenso prazer de consultar. E caso estiverem corretos, com maior prazer eu corrijo esta página.

Obrigado pela atenção, boa busca.

1- O Homem.

Eleito em Chipre, Jacques de Molay, assumiu o carro de grão-mestre em abril de 1293, após a morte do antigo mestre Teobaldo de Gaudin e a queda dos Reinos Latinos na Terra Santa . Molay era originário da pequena nobreza do Franche-Comté, parte dos pós-carolingio reino central da Lorena, que fornecera muitos cavaleiros ao Templo, era filho de João de Longwi e parente da distinta família Rohan pelo lado materno. Tomou o nome de Molay de uma propriedade na diocese de Besaçon e fora recebido na Ordem em Baune, na Borgonha, em 1265, por dois altos funcionários, Humberto de Pairaud, mestre na Inglaterra, e Amauri de La Roche. Por ter treinamento em cavalaria, foi mandado para Outremer. Mestre na França tinha passou vinte anos Outremer, mas não se sabe se estava presente ou não durante o sítio de Acre. Entendia o papel da Ordem do templo no seu nível mais simples: combater os infiéis. E quando jovem, vivia reclamando da maneira de como o Templo estava sendo conduzido.

Sem dúvida experiente depois de trinta anos na Ordem, e com toda a certeza competente de muitas formas, Jacques de Molay era também destituído de imaginação, inflexível, não possuía astúcia e a perspicácia do grão-mestre do Hospital, Folques de Villaret e como ele mesmo disse "era um cavaleiro, iletrado e pobre". O único papel que ele conseguiu conceber ao o Templo era a vanguarda numa reconquista da Terra Santa. Para esse fim, ele mantinha a guarnição na ilha de Ruad, e convocou cavaleiros e sargentos da Europa, a fim de compensar as perdas que a Ordem sofrera em Acre.

Em 1294, Jacques de Molay viajou à Europa para obter apoio a Ordem. E por lá ficou três anos. Ele estava em Roma em dezembro, num momento único na história da Igreja Católica Romana, quando pela primeira vez e última vez um papa, Celestino V, abdicou, sucedendo-lhe um de seus cardeais, com o nome de Bonifácio VIII. De Roma, Molay viajou a Itália central, e em seguida a Paris e Londres. Ou pessoalmente, ou por carta, Ele estava contatando todos os monarcas da Europa para que patrocinassem uma nova cruzada. Também convocou três capítulos - em Montpellier, no outono de 1293; em Paris no inverno de 1295-96 e em Arles no Outono de 1296.

O lobby Molay dera algum resultado, conseguiu patrocínios do papa, isenções e privilégios em Chipre, o Rei Carlos II de Nápoles isentou a Ordem de taxas de importação de alimentos, navios foram contraídos para Ordem, e em 1293 seis galeras foram compradas em Veneza. Mas isso não seria o suficiente para uma cruzada. Por isso voltou para Chipre, encontrou a Ordem com problemas, pois a ilha não era suficiente para as necessidades da Ordem e o Rei Henrique, proibia-os de adquirir, conquistar, receber qualquer doação de terras.

Sem a Terra Santa, as ordens monástico-militares estavam fadadas ao fim pois já não tinha razão de existir. E sendo assim, para quê a Igreja precisava manter braços armados permanentes se não havia o que defender? O grão-mestre dos Hospitalários, com sua sabedoria e visão, enxugou a estrutura da ordem, ensinou muitos de seus membros a ler, dividiu a ordem em 8 nações ou línguas, centrou o centro nervoso em Rhodes, tornando esse centro insular em uma polícia marítima contra ação de piratas muçulmanos. Ao paço que as tão prometidas reformas de Molay, foi de recordar a regra de total obediência a ele. Republicou a regra que proibia a leitura com o argumento que todo o tempo dos templários deveriam ser usados para o treinamento de guerra. Quanto a estrutura da ordem tornou-se mais rígida, mais pesada do que nunca, e enquanto as suas operações bancárias prosperavam, ele pareciam esquecer a sua primitiva missão. Jacques de Molay, não estava se adaptando para o novo século que se iniciava.

Mesmo com o caminho retrógrado de Molay, a ordem continuava a aumenta suas riquezas. O próprio grão-mestre ordenou que se economiza-se tudo quanto fosse possível. Ao invés de reorganizar a ordem para se estabelecer na Europa, Molay acreditava fanaticamente que a solução era a reconquista da Terra Santa, só assim a crise do Templo seria sanado. Parece que o grão-mestre esqueceu da passagem do Mestre: "Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam."

Foi feito um ataque a Terra Santa, mas fora mal planejada e foi um fiasco. Atacaram em 1302, uma pequena guarnição de Ruad, travou batalha com uma esquadra muçulmana. Relatos dizem que templários estavam vivendo na pobreza no Cairo e em 1340, trabalhando como lenhadores perto do Mar Negro. E foi a última batalha dos Templários.

Mesmo com esse ataque frustrado, muita coisa deveria ser repensada para conseguir reconquistar a Terra Santa. Sendo que era início do século XIV, e um novo rei sentava no trono da França, Filipe IV, também conhecido como Filipe o Belo, Este que era sobrinho de São Luís - o rei que virou santo - Filipe jurou tomar a cruz e reconquistar a Terra Santa e torná-la um reino francês no Mediterrâneo. Filipe imaginou criar uma grande força para invadir a Terra Santa.

O grão-mestre do Templo fora convocado para voltar incógnito para a Europa e com um séquito o menor possível. E Jacques de Molay obedece a instrução de voltar a Europa. Chegando lá, o povo pode ver uma parada com 60 cavaleiros, em uma bagagem de ouro e pedras preciosas. O cortejo de guerreiros barbudos com o famoso manto branco e a cruz vermelha. Um ato de snobismo e arrogância.

Chegando lá, Molay foi recebido pelo jovem Rei Filipe com honras devidas a um príncipe soberano. Até por que Molay era nobre e grão-mestre do Templo. Neste dia conversaram muito, e como uma raposa, Filipe fizera várias perguntas simples, nas quais Molay respondia com sinceridade. Chegou até a confessar inocentemente com o rei, que estava descontente com o comportamento de alguns membros da Ordem. Nessa época, havia uma expressão comum quando se referiam jocosamente embriagados: "Bebi como um templário"; "Tu bebes mais que um templário".

Neste dia, Filipe mostrou a Molay um livro com os planos de uma nova cruzada. chamavasse "De Recuparatione Tarrae Sanctae" - Da recuperação da Terra Santa - Tinha sido escrito por Pedro du Bois. Era um plano que com certeza Molay queria ouvir, e estava completamente em suas aspirações. Sendo que se desse certo, haveria uma hegemonia da casa dos Capetos. Mas Molay viu o livro e não o tomou a sério. Talvez mesmo sendo iletrado, Molay não era tolo suficiente para concordar com os planos de Filipe. Mesmo sabendo que a Ordem do Templo não obedecia a nenhum monarca ou autoridade temporal além do papa.

Uma das partes do plano de Filipe era a fusão da Ordem dos Templários e Hospitalários. Ao invés de vários exércitos diferentes, com táticas e manobras diferentes, queria uma força única e coesa. E mais, a economia seria enorme. A solução seria fundir a Ordem dos Templários, com a Ordem dos Hospitalários.

Por quase unanimidade essa era a melhor idéia já concebida. Eram novos tempos, no século XIV, as nações já haviam aprendido a se fortalecer para se manter. As armas de ataque aos castelos - torres, mangonelas, tribouchés, catapultas, aríetes - nem sempre faziam efeitos aos novos castelos intransponíveis. No final do século XIII, os próprios Templários foram os precursores desses tipos de castelos, o mais famoso foi o Castelo dos Peregrinos, que ainda está de pé. Nas batalhas do século XIV não havia espaço para ataques desordenados sem estratégia. Por isso, vários grupos diferentes acabavam se desentendendo no campo de batalha e era derrota na certa. Todos naquela época sabiam disso, todos concordavam em fundir as duas ordens, todos exceto um homem, Jacques de Molay.

Em resposta ao papa Molay manda uma carta. Até reconhece que a idéia da fusão é boa, mas disse que se as duas ficassem separadas seria melhor. Como argumentos nada plausíveis, Molay diz que os Hospitalários serviam para fazer a caridade, do mesmo modo que os Templários serviam para empunhar a espada. Disse também que o demônio induziriam os irmãos a brigar (!) Numa outra ocasião, Molay deu como argumento o problema das regras, vistos que as regras dos Templários eram mais rígidas do que a dos Hospitalários. Numa outra ocasião, ele indagou que na fusão, algumas pessoas iriam ter que perder seus cargos. Muitos pesquisadores acreditam que Molay na verdade tinha era medo de perder seu posto de grão-mestre.

O que Jacques de Molay queria era fazer uma cruzada do modelo clássico, totalmente ultrapassado. Queria que os reis da França e Inglaterra, Alemanha, Sicília e Espanha recrutassem de 12.000 a 14.000 cavaleiros, 5.000 soldados de infantaria e que as repúblicas marítimas italianas transportassem esse contingente até Chipre, para começar a reconquista da Terra Santa.

Foram deitas duas reuniões entre o papa Clemente V, o grão-mestre do Hospital Foulques de Villaret e Molay. Nessas reuniões onde se discutiam as cruzadas Molay teimava em não fundir as Ordens. Numa delas, além da habitual teimosia, Molay reclama de calúnias e difamações sobre a Ordem e pediu para que o Papa abrisse uma investigação.

Sem dúvida satisfeito de que seu pedido de investigação tivesse sido atendido, Jacques de Molay convoca um capítulo no dia 24 de julho. Como as reuniões templárias eram secretas e não se registrava nada por escrito, não se sabe o que foi decidido. Porém, logo depois do concílio, foi mandado uma circular por toda a Ordem lembrando a regra que proibia a todos os irmão falarem dos ritos e das práticas da Ordem a qualquer um que não pertencesse a Ordem. Foi dado também uma aviso para todos aqueles que quisessem sair da Ordem, que saíssem o mais rápido possível e uma frota de navios da frota do Templo zarpou misteriosamente, alguns acreditam, com o tesouro de Templo.

Mesmo que as ações que foram tomadas fossem inteligentes, Molay havia relaxado completamente às suas atenções as calúnia e difamações da Ordem. Os Templários eram a Ordem de maior tráfico de influência e riquezas de seus tempo. Nobres de inúmeras famílias mais poderosas ocupavam lugares de destaque em cortes de toda Europa. Sendo um pouco mais perspicaz, a ordem poderia usar de sua posição e influência para sanar esse problema. Mas ao contrário, Jacques de Molay voltava sua total atenção a uma nova cruzada.

Enquanto Filipe - o belo começava a agir na surdina, o grão-mestre do Templo vai depreocupadamente a Paris. No dia 12 de outubro de 1307, foi um dos que carregaram o caixão do funeral da cunhada do rei Filipe, Catarina de Courtenay, esposa de Calos de Valois. No dia seguinte, na sexta-feira, foi preso os outros templários no complexo do Templo além dos limites de Paris junto com 5.000 templários, só cerca de 20 conseguiram de alguma forma não ser capturado.

No dia 25 de Outubro, Jacques de Molay, depois de uma sessão da Inquisição, confessou que mesmo que sua ordem outrora tivesse sido santa:

"...a astúcia do inimigo da espécie humana [o demônio], que estava sempre a procura de tudo quanto pudesse tinha-o conduzido a tal pecado de perdição que havia já a muito tempo os que eram recebidos na Ordem negavam o Senhor Jesus Cristo, nosso Redentor, na sua recepção, não sem a triste perda das suas almas, e cuspiam numa cruz com e efígie de Jesus Cristo [...] em desprezo dele, e na dita recepção cometiam outras enormidades do mesmo gênero."

Depois de confessar que havia tripudiado e cuspido na cruz, negado a Cristo, Jacques de Molay reconheceu que tais heresias haviam sido descobertas pelo "cristianíssimo" Rei Filipe IV. E rogou para que o Papa os absolvessem e sofressem a justiça da Igreja. O que se seguiu foi uma carta feita por Molay, aconselhando a todos os irmãos a confessar as práticas pecadoras; e confissões não faltaram.

O padrão das confissões muito se assemelhavam. Inclusive o irmão Hugues de Pairaud confessou que se submetera a um ritual herético com um ídolo em forma de cabeça ," que dava aos Templários todo o poder mundano e toda sua riqueza, que fazia com que árvores florissem e a terra fosse fértil, e que levava a morte aos seus inimigos."

Lembremos sempre que as confissões eram feitas sob tortura, uma declaração de um templário ficou famosa. "Todos os delitos imputados à Ordem eram verdadeira e que confessaria até que Tinha matado o Senhor se lho pedissem".

Os discursos do grão-mestre eram lindos, com retóricas ardentes, mas sem conteúdo. Muitas vezes, quando discutia com alguém mais sábio que ele, começava a gritar, e gritar coisas como : "Somos os defensores da cristandade, a espada de Deus contra os infiéis" ou coisas do tipo.

Molay estava tão confuso nessa época, que depois de dois anos de prisão, já embolara o que tinha confessado, ou revogado. O próprio Guilherme de Plaisans o advertiu que tomasse cuidado para não "sucumbir a uma armadilha preparada a si mesmo".

Quando voltou a ficar perante a comissão no dia 28 de novembro, disse que não poderia preparar uma defesa pois era iletrado. Só disse três coisas em defesa da Ordem: Primeiro que a liturgia templária era mais bela do que em quaisquer catedrais; que a Ordem era pródiga em suas caridade; e que nenhuma ordem tinha derramado tanto sangue em defesa da fé ou era tinha tanto respeito dos inimigos sarracenos. A comissão não se sensibilizou com os argumentos de Molay. Depois insistiu que acreditava na Santíssima Trindade e na fé católica.

No fim da Inquisição, Jacques de Molay, Hugues de Pairaud e mais 60 templários negaram suas confissões. E isso deixou Filipe furioso, pois queria que a Ordem fosse culpada para poder ser dissolvida, e seus bens caíssem em suas mãos.

Houve um período de defesa da Ordem que durou 7 anos onde 599 valorosos templários defenderam o Ordem negando as suas confissões. Dentre eles Pierre de Bolonha e Renaud de Provins, estes com conhecimento de direito defenderam a Ordem. (leia sobre eles na página "O fim da Ordem) Próximo a Paris, 54 templários foram queimados vivos por negarem as confissões e defender a Ordem (alguns autores chegam afirmar 75). E Isso acabou com todo aquele levante. Muitos templários preferiram se recolheram e se calar. Aimery de Villiers-le-Duc, foi interrogado dois dias depois, e declara que "preferia manter as confissões a morrer a estaca."

Nesse mesmo período de defesa do Ordem, Molay pouco se manifestou. Em 26 de novembro tentou defender a Ordem, mas lhe faltava tato. Não por ser analfabeto, mas não conseguia a se adaptar ao crescente legalismo do período. Diferente dos Hospitalários, que contrataram serviços de aconselhamento jurídico. O famoso historiador Piers Paul Read, em seu livro "Os Templários", o compara ao personagem Don Quixote tamanha era sua turva percepção. Perdido, reconheceu que estava lutando uma batalha que não estava preparado. Numa ocasião chegou a dizer que para lidar com aquele tipo de circunstância, somente usado as práticas tátaras e sarracena, que "decepavam a cabeça dos malfeitores (...) ou os cortavam ao meio".

O ex-grão-mestre ficaria preso até o dia 18 de Março de 1314. Nessa data, ele mais o preceptor da Aquitânia, Godfroi de Gonnevile; o preceptor da Normandia, Godfroi de Charney; o tesoureiro e visitador do Templo da França, Hugues de Pairaud foram ouvir suas confissões e confirmá-las. Se confessassem, receberiam o perdão da igreja, e a penitência da prisão perpétua para a purificação de suas almas. Gonneville e Pairaud confessaram, mas Molay e Charney negaram as acusações. E pela as regras da inquisição, isso é heresia, e foram queimados naquele mesmo dia numa na ilha Île-de-Javiaux nas margens do Sena. Relatos diziam que Molay ficara calmo todo o templo.

2- O Mito

Quanto a famosa lenda da maldição Jacques de Molay convocou Filipe IV e Clemente V foi verdade? Bem, Clemente morreu de um mal estar, teve diarréias e em 20 de abril, 32 dias após a morte de Molay. E o Rei Filipe morreu em 29 de novembro atacado por um javali. E nos catorze anos que se seguiram, cada um dos três filhos de Filipe que se tornaram rei, morreram, sendo o fim da dinastia dos reis capetinos. A França caiu em uma dilacerada disputa, e numa linha tão clara e direta como a dos Capetos, as convulsões do reino conduziram a Guerra dos 100 anos com a Inglaterra.

Pelo menos, o rei e o papa morreram em menos de um ano. E os descendentes de Filipe nunca mais subiriam ao trono. Seria a maldição se cumprindo?

É muito difícil dizer, até por que, não se sabe se a linda cena que vimos realmente aconteceu. Pelo que se consta nenhum cronista da época relatou a maldição. Todas as testemunhas que relataram por escrito a execução de Charney e Molay não citam a maldição. Mas, a calma assombrosa de Molay é sempre citada. E os primeiros documentos que citam a maldição são bem décadas posteriores ao fato. Mas se não houve maldição, o que aconteceu?

Quanto ao Papa Clemente V, alguns pesquisadores especulam de um ato de vingança dos templários fugitivos. Sabe-se que os templários mantinham laços diplomáticos com a Seita dos Assassinos e eles por suas vez eram peritos em venenos. Poderia ter sido um assassinato? E no caso de Filipe, soltar um javali num momento de lazer despreocupado seria uma morte sem levantar suspeitas. E não seria impossível, contando a influência que a Ordem do Templo tinha com inúmeras famílias nobres, arquitetar um complot para acabar de vez com a dinastia dos capetinos. E com certeza, muitas famílias nobres sonhavam em ter um só oportunidade de subir ao trono da França.

A história mostra, que o principal inimigo da Ordem do Templo era o próprio Jacques de Molay. Sua incompetência, fanatismo, teimosia e tamanha falta de visão, fez com que os inimigos de fora pudessem se armar para o ataque. Mesmo assim, a lenda da maldição de Molay fez com que sua imagem se tornasse um mártir, para falar a verdade em um mito. Já na revolução francesa em 1789, a família real francesa foi mantida prisioneira em uma torre que fora administração do Templo. E alguns contam que quando cortaram a cabeça da rainha, um homem pegou a cabeça, levantou para que todos a vissem e bradou: "Jacques de Molay, sua morte foi vingada!".

Anos mais tarde, em 1737, cavaleiro escocês da casa dos Stuarts de nome Andrew Ramsay, faria um discurso que poria Molay num patamar ainda mais elevado. Ramsay era membro da franco-maçonaria. Uma ordem oriunda das corporações de ofício de construtores medievais. Nesse discurso ele diz que as verdadeiras origens da Ordem vinham da época das cruzadas, pois os primeiros maçons operativos construíam nos Estados Cruzados e que haviam aprendido os rituais secretos e conquistado a sabedoria especial do mundo antigo. não cita a Ordem do Templo. Depois de seus discurso, a aristocracia européia começou a voltar seus olhos a Maçonaria, pois ninguém queria fazer parte de uma ordem de pedreiros, mas de nobres cavaleiros era outra história. E mostrou um novo rito maçônico com influências do Templo que seria conhecido como o Rito Escocês Antigo e Aceito, um dos mais usados pela Maçonaria em todo o mundo.

Segundo maçons alemães, os Templários descobriram os segredos quando descobriram os tesouros essênios judeus, que eram transmitidos um para o outro. E Jacques de Molay, na noite de sua execução, enviara o conde de Beaujeu à cripta da Igreja do Templo em Paris para recuperar o tesouro, que incluía o Menorá (candelabro de 7 velas) e uma mortalha.

Hoje em dia, de boca em boca , o famoso ato de bravura e a "maldição de Molay" se tornou parte da mítica maçônica. E sempre que um novo membro é iniciado na Ordem, sempre haverá alguém que lhe contará a história. É comum em todo dia 18 de março maçons em vários lugares pedirem a palavra em reunião para lembrar a martírio de Molay. Existe inclusive lojas maçônicas com nomes alusivos como: Templários e Jacques de Molay.

Mais recentemente, em 24 de março de 1919 nos Estados Unidos, uma instituição de rapazes foi inaugurada pelo maçon Frank S. Land com 9 rapazes. Inspirados no famosa lenda da Jacques de Molay, criaram a DeMolay Society. De princípio era uma ordem juvenil patrocinada pela Maçonaria, mas hoje nos Estados Unidos, o cordão umbilical com a Maçonaria já foi cortado faz alguns anos. Nesta organização, Jacques de Molay é visto como um ídolo. Sendo que os jovens dessa ordem de cunho cavaleiristico, desconhecem totalmente a história verdadeira. Se os 9 rapazes fundadores da DeMolay Society conhecessem a história real de Jacques de Molay de fato, talvez tivessem escolhido algum outro vulto histórico.

3- O Herói.

Jacques de Molay não foi mais ou menos heróis do que muitos outros templários. Antes mesmo de seu momento derradeiro, no dia 10 de maio de 1310, vários templários foram queimados vivos por fazerem o mesmo que ele fez. Aliás, o que ele fez, foi feito por muitos em toda a história da humanidade. No Brasil, Tiradentes e Frei Caneca são ótimos exemplos.

Mesmo como o título de herói, ele não pode ajudar a Ordem quando mais foi preciso, que foi na defesa da Ordem. Antes de mais nada, por que ele ordenou para que os irmãos confessassem as acusações? Talvez para livrar os irmãos da dor, mas pôs a Ordem em posição desagradável perante o processo. Nesse caso, Pierre de Bolonha e Renaud de Provins provaram ser muito mais valorosos.

É claro que preferir a morte à prisão perpétua, não sei qual escolha eu faria. Não sei se teria coragem de me entregar as chamas calmamente como ele fez. E muito de nós, nesse ponto, foi um ato heróico. Mesmo com tanta bravura, foi por causa de sua imcopetência como líder é que foi possível atacar o templo. Nesse caso, se ele foi um herói, com certeza foi o maior vilão.

4- O que foi Jacques de Molay?

Mas o que foi Jacques de Molay? Homem, herói ou mito? ninguém pode dizer ao certo. Foi tudo e nada ao mesmo tempo. Condenado por não trair a ordem que defender e absolvido pela história como um mito e herói. Mas seja como for, o Grão Mestre do Templo Jacques Molay será sempre lembrado e sua famosa "maldição" continuará emocionando os jovens da DeMolay Society para sempre.

Fonte de pesquisa:

 

 

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