Ele cruzou com ela na rua. Parou e esperou o beijo. Ela nem sequer o olhou. Ele estava perdidamente apaixonado por ela. A vergonha de passar por ela, a cumprimentar e não receber nem um simples sorriso de volta não era nada, comparado à vontade que tinha de tê-la ao seu lado.

Talves o beijo não deveria ter acontecido naquele momento. Depois eles se reencontraram em uma festa, na casa de um amigo em comum. Desta vez ela sorriu pra ele, então, ele tomou iniciativa e a beijou. Ela não queria o beijo dele... Nem naquela hora, nem nunca.

Mesmo assim ficaram juntos por um tempo. Viviam brigando, não se davam bem. Tudo o que ele havia feito por ela não valeram de nada, pois ele havia se apaixonado pelo lado doce e meigo dela, não o lado estúpido e selvagem.

Acabaram por se separar e, pela primeira vez, ela participou do beijo de despedida, que parecia não acabar. Foi o único beijo verdadeiro.

Pouco tempo depois ele morreu. Ela chorou muito e notou que havia se apaixonado perdidamente por ele. Recebeu ua carta datada com o dia da sua morte (24/10/2002) com a única foto que haviam tirado juntos com ar de apaixonados. A carta, em um pedaço de folha de caderno, com algumas marcas de lágrimas que borravam o escrito, estava escrito a única frase que ele havia dito antes de deixá-la:

"Voce vai lembrar de mim.".

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