Com o surgimento de novos modelos de pranchas, a tendência
por parte dos atletas é dar atenção somente para elas,
esquecendo-se das nadadeiras, leash e de outros acessórios
que também compõem o bodyboarding.
Primeiramente, as nadadeiras de bodyboarding se
caracterizam pela sua função, isto é, atuam na superfície
da água, ao contrário das nadadeiras de mergulho que agem
imersos.
Sendo assim, os fins para o esporte têm design hidrodinâmico diferente e podemos
classificá-los em 2 grupos:
a)
Nadadeiras
Simétricas:
não há distinção entre pé direito e esquerdo,
caracterizam-se por apresentar bordas laterais e centrais mais
definidas.
b)
Nadadeiras
Assimétricas:
o atleta deve prestar atenção quando for calçá-los, já
que existe diferença entre pé direito e esquerdo. Sua
construção foi baseada na semelhança com a cauda do
golfinho, porém não podemos aplicar toda sua funcionalidade
à nossa hidrodinâmica, visto que o posicionamento do
bodyboarder, bem como o deslocamento é totalmente diferente.
Ambos modelos apresentam orifícios na sola que servem para
eliminar areia ou conchas que eventualmente se acumulam no
interior dos fins. Ao calçá-los sempre volte os orifícios
para baixo.
Vale ressaltar que o uso constante e prolongado de fins
assimétricos podem causar problemas nas articulações
(joelhos e tornozelos). Isso ocorre devido justamente a não
simetria dos fins, que ao invés de direcionar a água
totalmente para trás, buscando assim o máximo de propulsão
para o deslocamento do bodyboarder, eles jogam parte da água
para as laterais.
Esse deslocamento lateral da água é uma ação prejudicial
por dois motivos: ineficiência no deslocamento e provável
dano às articulações. Vamos tentar explicar melhor.
Se os bodyboarders ao surfar batessem os pés juntos, o modelo
assimétrico seria o mais recomendado, já que este foi
desenvolvido a partir da cauda do golfinho que se desloca
acionando as “duas nadadeiras” ao mesmo tempo, as quais
formam a cauda.
No entanto sabemos que não é isso que ocorre. Por
motivos de equilíbrio e praticidade sempre o bodyboarder está
batendo as pernas alternadamente. Sendo a ação de cada uma
independente, é necessário que a cada batida toda a energia
gasta se converta em deslocamento útil.
A água deslocada pelos fins assimétricos não é totalmente
direcionada para trás, uma parte dela é desperdiçada
lateralmente devido ao corte oblíquo, característico nesse
tipo de fins.
Além dessa perda de propulsão há também o provável
dano às articulações que pode surgir ao longo do tempo.
Esse com certeza será o maior prejuízo ao bodyboarder.
Tal problema nas articulações pode ser causado pelo corte não
uniforme (oblíquo) no design dos fins.
Isso faz com que o bodyboarder bata as pernas de forma
irregular, isto é, elas acabam, imperceptivelmente, se
entortando ao serem acionadas.
A utilização de fins simétricos
dificilmente acarretará algum tipo de lesão nas articulações,
pois por apresentarem simetria em seu formato, não existe
desigualdade de ação ao serem solicitados, ou seja, o
propulcionamento de água dar-se-á por igual, não havendo
deslocamento de água para as laterais, somente para trás.
Para se saber qual dos modelos é o mais recomendado,
é necessário que ambos sejam testados nas mais variadas
condições de mar, já que cada um possui estilo e
performance diferentes.
Sem dúvida alguma os fins
são de suma importância para a correta prática do esporte,
mesmo porque sem eles não há como se desenvolver
satisfatoriamente.
Contudo, deve-se tomar cuidado com as nadadeiras, pois
todas são feitas com borracha e, obviamente, sofrem a ação
dos raios solares, bem como da água do mar.
Como foi dito na Dica do mês de Janeiro, é recomendável
que o atleta leve sua prancha e fins para debaixo de uma água doce após o surfe, o que certamente
prolongará a vida útil do equipamento, proporcionando altas
ondas por muito mais tempo!
Evandro Kinosita
Responsável
pela O.P.B.
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