A menina dos
olhos
A atriz Sthefany Brito, às vésperas de
completar 15 anos, diz que está na melhor fase de sua vida – graças ao papel
mais importante de sua carreira: a Samira, de O Clone
"Vou
arrumar um namorado este ano?", pergunta Sthefany Brito
para a Veri, da Galera CAPRICHO. Sthefany estava sendo maquiada
para a nossa capa no estúdio do fotógrafo Marlos Bakker. Veri
colocava o tarô para a atriz. Sthefany estava empolgada, pois até então
nunca havia consultado um oráculo. "Não sei
se acredito que o destino de uma pessoa esteja escrito, como é dito na
novela [O Clone]", afirma a atriz. "Acho
que podemos mudá-lo." |
Sthefany,
que mora há dois anos no Rio – e já está com sotaque de carioca –, veio
passar dois dias em São Paulo para escolher o vestido que usará em sua festa
de 15 anos – provavelmente azul, todo desfiado. "Mas
a comemoração não será tradicional nem terá valsa" – embora
dois atores tenham se oferecido para dançar com ela: Thiago Fragoso, o Nando,
de O Clone, e Bruno Gagliasso. Sthefany encaixou nossa capa na
correria. "Sou ansiosa. Hoje de manhã nem consegui
comer direito e fiquei enjoada. Aliás, não gosto de comer comida, apenas
salgadinho e lanche. Sou tarada por batata frita. Ainda bem que tenho sorte de não
engordar!", diz. E por falar em sorte, a resposta do tarô da Veri
para a pergunta de Sthefany não poderia ter sido melhor.
Por
que você quis fazer uma festa de 15 anos diferente? |
Você sabe dançar valsa?
S: Aprendi a dançar outro dia com o Thiago Fragoso. Ele me ensinou
assim: "Um pra lá e conta até três, depois um pra cá e conta até três
de novo..."
Ai, que chato aprender a dançar
valsa com ele, né?
S: Ai, que triste, que sacrifício [risos]! E na época de Chiquititas o
Bruno [Gagliasso] sempre dizia que, quando eu fizesse 15 anos, ele dançaria
valsa comigo.
Desde pequena você é
assim, não gosta de ser tradicional com roupa?
S: Sempre fui assim. Quando surgiu a moda de desfiados, babados, comecei
a cortar camiseta, tirar o cós da calça. Gosto de deixar as roupas com a minha
cara. Acho isso muito maneiro. Inclusive, aprendi muitas coisas na CAPRICHO.
E sua mãe não fica brava
que você saía cortando?
S: Não, ela pede para eu cortar as roupas dela também [risos].
Fazer 15 anos tem algum
significado para você, ou a festa é só para não passar em branco?
S: Não que tenha um significaaado assim. Claro que é importante fazer
15 anos, mas eu estou fazendo uma coisa mais simples. Tenho vergonha de fazer
festa, fico sempre tímida.
Como eram os seus aniversários?
Você tinha muita vergonha?
S: Sempre fico com vergonha na hora de cortar o bolo. Meu aniversário de
6 anos é que foi muito engraçado. Eu era peruinha e usei um vestido rosa,
florido, armado em baixo. Passei batom vermelho e fiz um penteado de cachinhos.
Eu me senti a melhor! Olhando agora é muito engraçado, horrível [risos]! Meus
15 anos foram aos 6. Eu me realizei naquela festa.
Você vive mudando de escola
por causa da carreira. Como é o primeiro dia de aula
para uma pessoa tímida?
S: Eu sempre me apoiei muito no meu irmão, que é um ano mais novo que
eu. O Kayky é muito enturmado. Cheguei a passar mal no primeiro dia de aula da
5ª série, quando ainda morava em São Paulo. Fiquei desesperada de pensar que
tudo seria novo. Eu vomitei antes de ir para a escola de tanta ansiedade. Ainda
bem que tenho meu irmão. Na primeira semana de aula, ele já conhece todo mundo
e a escola inteira o conhece também. Ele é terrível e eu vou na onda.
Terrível como?
S: Ele é muito bagunceiro. Outro dia, a gente foi buscá-lo na escola e
ele estava com várias meninas em volta dele. O Kayky é o popular.
Você é mais na sua?
S: Sou, sempre tenho um pé atrás. Por eu ser mais tímida, é muito difícil
fazer amizade, mas depois que faço amizade ninguém me segura!
Você gostaria de ser
popular?
S: Não tenho a mínima vontade. Eu me sinto feliz assim, esse é o meu
jeito. Não vou mudar só para todo mundo me conhecer, até porque todo mundo
sabe quem eu sou por causa da novela e tal.
Você ainda fica ansiosa no primeiro dia de aula?
S: Muito. Este ano eu pedi para uma amiga mudar de escola comigo.
Você é muito ansiosa?
S: Sou certinha, tento cumprir com todos os compromissos. Além de
ansiosa, sou preocupada. Peço para minha mãe me acordar mais cedo quando tenho
prova para estudar. Também sou perfeccionista.
Como concilia tudo?
S: Estudo de manhã e costumo gravar na parte da tarde. Mas às vezes o
horário muda, aí perco aula ou mesmo prova e daí tenho que fazer segunda
chamada. O engraçado é que na hora de gravar é outra Sthefany, outra pessoa.
Esqueço tudo, não tem timidez, não tem ansiedade.
O que você faz para
relaxar?
S: Sou muito dorminhoca. Adoro ver tevê também, principalmente Casseta
& Planeta. Sou muito caseira.
Às vezes, a gente se cobra
demais...
S: É verdade, a gente se cobra demais.
Será que tem a ver com o
seu signo? Qual é o seu signo?
S: Sou geminiana. Para ser sincera, eu nem sei muito bem o que é ser
geminiana. O pouco que eu escutei, eu acho que é realmente isso, tem um pouco
de timidez...
Qual é a sua religião?
S: Sou católica e rezo toda noite. Eu morro de medo de avião e toda vez
que estou em um vôo peço proteção antes de decolar e agradeço pela viagem
maravilhosa quando pousa. É automático. Eu entro no avião, a mãozinha já
cruza...
A Samira é bem rebelde. Você
também é assim?
S: Não tenho por que ser rebelde, não sou reprimida. Claro que minha mãe
põe limites, não dá para fazer tudo o que passa pela cabeça. E a gente
conversa bastante. Mas, quando quero alguma coisa, eu bato o pé, brigo, corro
atrás. Sou contestadora.
Na
novela, a mãe da Samira está sofrendo por causa da rebeldia dela. Você
seria capaz de abrir mão de um grande amor, da sua felicidade, pela
felicidade da sua mãe? |
Mas
você está apaixonada?
S: Ai, me salvaaa [risos]! Não, não sei. Sei lá. Será?
Você também é romântica e sonhadora?
S: Eu sou bastante romântica. Adoro bilhetinhos escritos "eu te
amo"...
Já recebeu algum?
S: Já [risos].
Este ano?
S: Ah, não. Tipo a gente recebe da mãe, do pai...Ahhhh.... É legal você
retribuir também [risos, ela ficou muito sem graça]. Sou romântica em todos
os sentidos, sou carinhosa, de chegar, dar um abraço, um beijo, do nada.
Que tipo de música você
mais gosta de ouvir?
S: Coisas mais calmas, como Marisa Monte, Caetano...
É romântica mesmo!
S: Muito!
E essa história de amor platônico. Você já teve
algum?
S: Não.
Nem com famosos?
S: Muito menos [risos].
Quando você começou a
pensar em meninos?
S: Quando era menor, eu era muito moleca, ficava no meio dos meninos
jogando bola com o meu irmão. Brincava de boneca, óbvio, mas sempre fui muito
moleca. Mas aí, com 7 anos, começaram os recadinhos: "Ele gosta de você"
ou então "Ele quer namorar você". Aí é que a gente vai
descobrindo. Sempre tive namoradinhos, mas era criança.
Não brincava de salada
mista?
S: Tinha aquela paradinha, quando era o menino certo, de a amiga dar uma
cutucada [risos]. Quando eu pedia salada mista, dava um frio na barriga! Tinha
selinho, não tinha beijão.
E beijo de língua? Já
rolou?
S: Já, aconteceu [muuuuito envergonhada]. Este ano. Demorou, mas
aconteceu. Eu não queria ter aquela pressão de "você tem 13 anos, tá na
hora..."
Rola uma pressão?
S: Rola. Mas nunca tive problema nem menti dizendo que tinha beijado. As
pessoas se espantavam, mas eu nunca fiquei encanada.
Mas você já tinha beijado
em novela, como é que acontecia?
S: Beijo técnico, né [risos]. Eu e o Yuri [Xavier, que faz o Zé
Roberto, namorado de Samira na novela] somos amigos. Fizemos Chiquititas
juntos. Não teve vergonha nem nada porque não foi nada de mais.
Como é um beijo técnico?
S: A gente não tem que ficar pensando nisso na hora, não combina. Deixa
rolar. Só mexe os lábios.
Mas seu primeiro beijo foi
do jeito que você imaginava?
S: Foi. Sou romântica e eu queria estar segura, ter certeza. E... foi!
Foi muito legal. É muito importante que seja com uma pessoa legal.
Não deu vontade de vomitar,
como no primeiro dia de aula?
S: Nããão! De jeito nenhum! [risos]
Foi a primeira vez que você ficou. O menino sabe disso?
S: Sabe. Era público, todo mundo sabia que eu não tinha beijado.
Como foi?
S: Foi numa festa. Mas não foi nada marcado, tipo "vai ser
hoje". Já rolava uma paquera. Ai, chega! Vamos mudar de assunto [tímida,
sem graça].
Pensou em escolher?
S: Pensei que tinha que ser com uma pessoa legal. Tive outras
oportunidades, mas escolhi o que eu queria.
E essa história dos 15 anos? Você se sente menos
menina?
S: Acho que tudo está mudando. Este é o papel mais importante da minha
carreira e me sinto mais responsável, sei que tenho um objetivo. Me sinto um
pouco mais sensual. Principalmente depois desta capa da CAPRICHO [risos]. Mas eu
me sinto realmente. Não é que eu queira me sentir mais velha ou bonita, é uma
coisa que acontece naturalmente. Acho que estou mais adulta. É uma guinada da
minha carreira, da minha vida, fazendo um papel importante na novela das 8,
fazendo 15 anos. Segundo a Veri, é o ano do amor. Estou na minha melhor fase.
Estou muito, muito feliz.
VEJA
COMO FOI A LEITURA DO
TARÔ |
Sthefany
& Kayky Rulz 2003© |