ENTREVISTA 11

O vampiro camarada

Desde os velhos tempos de Christopher Lee que um par de caninos afiados não produzia tão rapidamente uma celebridade. Depois de viver o vampirinho Zeca na novela O Beijo do Vampiro, o ator Kayky Brito, de 14 anos, transformou-se no mais assediado astro global - principalmente quando a amostragem utilizada para esta afirmação diz respeito à tietagem adolescente. O galãzinho recebe 3,5 mil cartas por mês, enviadas por garotas que suplicam por um autógrafo, uma mensagem de carinho ou um voto de feliz aniversário.

Neste fim de semana, o ator provou que não é apenas no setor de correspondência da Rede Globo que ele provoca congestionamentos. Ao lado da irmã Sthefany Brito, Kayky abriu em Belém a temporada da peça É o Bicho! A Ordem Natural das Coisas, que chega a São Paulo no próximo dia 14.

Apresentada no Teatro da Paz, a peça, de autoria do jornalista Evaldo Mocarzel, superlotou duas sessões de 900 lugares cada e só não foi possível realizar uma terceira apresentação porque o garoto estava muito gripado.

Antes de viajar para a região Norte, o ator concedeu uma entrevista ao Jornal da Tarde.

Como é o Pedrinho, o garoto que você interpreta na peça 'É o Bicho'?

Kayky: Ele é um menino que só pensa em destruir tudo, ele detesta a floresta porque não tem nada que ele goste e ninguém para brincar, até que surgem alguns bichos, cada um com seus problemas, e todos vão pedir ajudar à mãe natureza. Ai...acho melhor vocês assistirem à peça.

 

Como tem sido a experiência de trabalhar no teatro ao lado de sua irmã?

K: Ela é dez, me sinto muito seguro em atuar com ela, esta é a segunda vez que trabalhamos juntos. A primeira foi em Chiquititas. Ela interpretava Hanelore e eu, o Fabrício.

 

Você teve outras experiências no teatro?

K: Esta é a minha segunda peça. Estreei em São Paulo fazendo Marcelo Martelo Marmelo. Eu fazia o Caloca, um menino rico e dono de uma bola oficial da Copa do Mundo, que só deixava os outros jogarem se ele fosse o capitão do time. Até que um dia, todos deram um gelo nele, aí ele viu que era mais importante os amigos do que o que ele tinha.

 

Você acaba de sair de um trabalho de muito sucesso na novela 'O Beijo do Vampiro'. Este reconhecimento público mudou sua vida de alguma maneira?

K: Eu era o protagonista da novela e gravava muito, de segunda a sábado. Só isto já me deixava meio sem tempo para fazer muitas coisas que eu fazia antes, como ir à escola de futebol, à natação, à praia. Hoje, se eu quiser ir ao shopping, é melhor ir durante a semana, no final de semana tenho dificuldade de circular sem ser reconhecido.

 

O personagem Zeca fez de você um dos campeões de correspondência da Globo. Você consegue ler as cartas que recebe?

K: Neste mês recebi mais ou menos umas 3.500 cartas. Quem cuida disso é minha mãe, Sandra, que cadastra todas as cartas, sabe quantas cartas a fã mandou. Todos os presentes que elas mandam são guardados, e todas as cartas são respondidas. Eu leio algumas e respondo algumas. Mas eu assino todas as respostas. Algumas vezes eu também telefono para desejar um feliz aniversário.

 

Como é a rotina de um galã de 14 anos?

K: Meu dia é muito corrido, ainda bem que meus pais dão a maior força. Eu acordo às 6h30, vou para a escola, saio às 12h ou 13h, depois de terça a domingo eu ensaio das 14h às 19h. Chego em casa e saio pelo menos umas três vezes na semana para compromissos ou trabalhos e, quando dá, vou a um teatro ou cinema.

 

Com o sucesso da novela, sua vida passou a ser muito mais exposta, com entrevistas, participações em programas. Falar da vida pessoal é algo que incomoda?

K: Desde que falem a verdade, não. O ruim é quando falam o que você não disse... aí pega... por isso acho que a maioria dos artistas não gosta de falar da vida pessoal.

 

O Dia dos Namorados está bem perto. Depois que chegou ao fim o seu namoro com a Yasmin Brunet você arrumou outra namorada? Como você acha que vai passar o Dia dos Namorados? Trabalhando?

K: Não estou namorando. Estou me dedicando mais ao meu trabalho e às minhas fãs e, com certeza, vou passar o dia trabalhando.

 

Em poucos meses você mostrou seu trabalho na tevê e está prestes a mostrar no teatro. Existe convite para fazer cinema?

K: Com certeza tive uma boa experiência com o teatro, e uma boa experiência com a TV, agora só estou esperando ter uma boa experiência com o cinema. Estou esperando... convites...

 

Você tem conseguido manter os mesmos amigos que tinha antes de fazer a novela?

K: Eu não tenho muitos amigos, tenho poucos, mas bons... Com a novela com certeza fiz novos amigos. Um deles é um cara um pouco mais velho, mais muito legal... é o Mario Frias.

 

Você tem tempo de ver novelas? Tem alguma novela da qual você seja fã?

K: Sempre que eu podia, assistia O Beijo do Vampiro. Agora vejo cenas da novela da minha irmã Sthefany, Agora É Que São Elas.

 

Em que série você está na escola? Você já teve tempo de pensar se ser ator é o que você quer mesmo fazer na vida?
K: Estou na primeira série do segundo grau e já decidi que vou continuar nesta carreira. Gostaria de fazer um curso de direção. Se der, nos Estados Unidos, quem sabe.


Sthefany & Kayky Rulz 2003©
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