PALESTINOS X ISRAELENSES

 

A ORIGEM DOS CONFLITOS

(Fonte: http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/origem.shtm)

 

O conflito entre árabes e judeus tem origem histórica. No Corão, livro sagrado dos muçulmanos, os israelenses são definidos como elementos minoritários e como um povo no qual não se deve confiar e que precisa ser mantido sob domínio.

A disputa pela Palestina entre os dois povos tem suas raízes na Antigüidade. A presença judaica na Palestina remonta ao segundo milênio antes de Cristo. Em 635, durante a expansão islâmica, a região da Palestina foi ocupada pelos árabes.

No início da Idade Média, a Palestina pertencia ao Império Romano e era habitada, em sua maioria, por cristãos. Somente no século VII que a região foi conquistada pelos muçulmanos e, durante os séculos seguintes, o controle da Palestina oscilou entre diferentes grupos até a incorporação da região pelo Império Otomano. Este último começou a se formar no século XII e chegou a ocupar terras na Síria, Egito, Argélia, Bulgária, Sérvia, partes da Grécia, da Hungria, do Irã e da Arábia, além da Turquia.

No século XIX, a maioria dos judeus concentrava-se no Leste Europeu e dedicava-se ao comércio e ao empréstimo de dinheiro a juros. Com o desenvolvimento das burguesias nacionais e da Revolução Industrial, no entanto, os judeus foram responsabilizados pelo desemprego em massa e pela concorrência com as classes dominantes. A partir daí, foram confinados a guetos, sofreram várias perseguições e massacres. O resultado disso foi a emigração para a Europa Ocidental.

Esta situação levou o jornalista judeu Theodor Herzl, em 1896, a criar o movimento sionista, cujo objetivo era estabelecer um lar judeu na Palestina. Este povo começou a colonizar o país e, em 1897, fundou a Organização Sionista Mundial.

Depois da 1ª Guerra Mundial, os países europeus, de olho no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Em 1918, a Inglaterra ficou responsável pela Palestina. Um ano antes, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Lord Balfour, apoiou a fundação de uma pátria nacional judaica na Palestina. Isto aconteceu ao mesmo tempo em que os ingleses haviam prometido aos árabes a independência em troca de apoio para ajudar a expulsar os turcos da região.

Acreditando nas promessas de Balfour, milhares de judeus foram para a Palestina, compraram terras e se estabeleceram em núcleos cada vez maiores. Neste período, começaram os choques entre judeus e árabes, que assistiam os judeus conquistarem boa parte das terras boas para o cultivo.

Os judeus criaram um exército clandestino (Haganah) para proteger suas terras e, à medida que crescia a emigração judaica para a Palestina, aumentavam os conflitos. Durante a 2ª Guerra Mundial - em função da perseguição alemã -, a emigração judaica para a região aumentou vertiginosamente e a tensão chegou a níveis insuportáveis: os britânicos, na época, tomaram partido dos Aliados e os árabes, do Eixo.

Em 1936, quando os judeus já constituíam 34% da população na Palestina, estourou a primeira revolta árabe. Bases e instalações inglesas foram atacadas e judeus foram assassinados. A Inglaterra esmagou a rebelião e armou 14 mil colonos judeus para que pudessem defender suas colônias.

Pouco tempo depois, a Grã-Bretanha tentou controlar a emigração judaica para a área e, desta vez, os judeus atacaram os ingleses. Em 1946, o quartel-general dos britânicos foi dinamitado e 91 pessoas morreram.

Apesar destes ataques, os judeus conseguiram apoio internacional devido ao Holocausto, que exterminou mais de 6 milhões de judeus. Desde então, os Estados Unidos passaram a pressionar a Inglaterra para liberar a imigração judaica para a Palestina.

Em 1948, os ingleses deixaram a administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o comando do presidente norte-americano Harry Truman, determinou a divisão da Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes, ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000, ficaram com um território maior (14.500 km2), apesar de serem em número menor.

Os judeus transformaram suas terras áridas em produtivas, já que era uma sociedade moderna e ligada ao Ocidente, aumentando ainda mais as diferenças econômicas entre judeus e árabes, que sempre tiveram uma filosofia fundamentalista e totalmente contrária ao Ocidente.

Neste mesmo ano, o líder sionista David Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. Os palestinos reagiram atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre.

Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos entre israelenses e palestinos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.

 

Primeira Guerra Árabe-Israelense

(Fonte: http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/garabeisrael.shtm)

 

A primeira guerra entre árabes e israelenses foi causada pela independência de Israel e começou em maio de 1948, terminando em janeiro de 1949. De um lado estava Israel; de outro, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria, membros da Liga Árabe.

A recusa árabe à partilha da Palestina, imposta pela ONU, gerou a declaração de guerra à Israel em 15 de maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado judeu.

Os israelenses, que contavam com o apoio dos Estados Unidos, derrotaram seus oponentes, ocuparam a Galiléia e o deserto de Neguev. Com as conquistas, o território israelense passou de 14.500 km2 para 20.900 km2. Jerusalém, que tinha 105 mil árabes e 100 mil judeus, foi dividida entre Jordânia e Israel, que incorporou os territórios a oeste do rio Jordão, a Cisjordânia. A Faixa de Gaza, com 40 quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de largura, ficou com o Egito.

Esta primeira guerra criou um dos mais complicados problemas para a paz na região: um imenso número de palestinos refugiados. Já na época eles eram mais de 300 mil. Os palestinos - árabes que viviam na região antes da criação do Estado de Israel -, ficaram sem uma nação. Muitos fugiram para o Líbano, para Gaza ou para a Jordânia.

 

O processo de paz

(http://www.uol.com.br/folha/mundo/oriente_medio-entenda_o_processo_de_paz.shtml)

Jerusalém - Israel conquistou Jerusalém Oriental e a Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Tradicionalmente afirma que Jerusalém é sua capital eterna e indivisível. Os palestinos reivindicam a parte oriental da cidade como capital de seu futuro Estado

Os assentamentos - Mais de 170 mil judeus vivem em assentamentos nos territórios ocupados por Israel na Cisjordânia e na faixa de Gaza. Os palestinos afirmam que os assentados devem deixar os territórios

Água - Israel reivindica controle total dos recursos hídricos, incluindo os lençóis subterrâneos na Cisjordânia, cuja administração é reivindicada pelos palestinos

Refugiados palestinos - Há mais de 3,5 milhões de refugiados palestinos em países da região. Israel rechaça a idéia de permitir a volta de todos eles a seu território. Discute-se a autorização do retorno de pequena parte deles, em casos de reunificação familiar, e o pagamento de indenização aos outros refugiados

Fronteiras e segurança - A Autoridade Nacional Palestina quer uma Palestina independente, com poderes soberanos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e faixa de Gaza. Diz que as fronteiras em relação a Israel devem voltar ao que eram antes de junho de 67. Israel diz que não voltará às fronteiras de 67.

GUERRA DE SUEZ

(http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/gsuez.shtm)

 

Em outubro de 1956, Israel - apoiado pela França e Inglaterra -, declarou guerra ao Egito por causa da nacionalização do canal de Suez e do fechamento do porto de Eilat, no golfo de Ácaba, pelo então presidente egípcio Nasser.

O fechamento de Eilat e a nacionalização do canal ameaçavam os projetos judeus de irrigação do deserto de Neguev e cortavam o seu único contato com o Mar Vermelho.

Na ofensiva, Israel conquistou a península do Sinai e controlou o Golfo de Ácaba, reabrindo o porto de Eilat. No entanto, pressões da União Soviética e dos Estados Unidos fizeram Israel recuar às fronteiras de 1949, sob a supervisão das tropas da ONU.

Na década de 50, a resistência palestina se organizou, tendo como mola propulsora a classe média exilada, que tinha maior acesso à participação política. Daí nasceu a mais importante organização de resistência, a Organização para a Libertação da Palestina, a OLP, fundada em 1964.

Nesta época também surgiu um importante grupo político-militar palestino, chamado Al Fatah.

Fatah é uma palavra composta pelas iniciais invertidas, em árabe, de Movimento para a Libertação Nacional da Palestina. Na ordem correta, as iniciais formam a palavra hataf, que quer dizer morte.

Este grupo começou a tomar corpo entre 1956 e 1959 e projetou o nome de Yasser Arafat. O Fatah caracteriza-se como um movimento de caráter anti-sionista e antiimperialista, com o objetivo de criar um Estado laico em território palestino.

 

Guerra dos Seis Dias

(http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/gseisdias.shtm)

A área em vermelho mostra o território ocupado por Israel em 1967.

Esta guerra envolveu Israel contra o Egito, a Jordânia e a Síria. A partir de 1959, com a criação do Al Fatah, cresceram os ataques terroristas palestinos às instalações judaicas. Cada ataque era respondido com uma retaliação israelense, muitas vezes maior que a investida sofrida e nem sempre dirigida especificamente contra os atacantes.

A tensão na região atingiu níveis críticos em 1966, quando a Síria passou a dar apoio aos guerrilheiros palestinos. Em abril de 1967, a Força Aérea israelense atacou a Jordânia e, no mês seguinte, o Egito colocou suas Forças Armadas em alerta.

O presidente Nasser ordenou a retirada das tropas da ONU do Egito e as substituiu por divisões egípcias, ocupando o golfo de Ácaba e bloqueando o porto israelense de Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do Irã.

No final de maio, Jordânia e Síria firmaram o Acordo de Defesa Mútua com o Egito. Em julho, Israel atacou sem declaração de guerra, dizimando a Força Aérea egípcia em terra. O exército egípcio foi derrotado, juntamente com o da Jordânia e o da Síria. Como resultado, Israel conquistou a península do Sinai (devolvida ao Egito em 1982), a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã, aumentando sua área para 89.489 km2. O cessar-fogo, decretado pela ONU, foi atendido pelos árabes, mas Israel não retirou suas tropas dos territórios ocupados.

Setembro Negro

(http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/gsetembro.shtm)

A Jordânia, comandada pelo rei Hussein, tinha um grande número de palestinos em seu território e via, a cada dia, o crescimento de um Estado palestino dentro do Estado jordaniano. O rei, em função disso, tentava minar a influência dos palestinos na região.

Os palestinos, por sua vez, acreditavam que Hussein era ligado ao Ocidente e buscavam reduzir a sua influência sobre a população da Jordânia.

Assim, em setembro de 1970, as forças militares de Hussein começaram a eliminar a presença armada da guerrilha palestina. A partir daí aconteceram uma série de conflitos entre o exército real e os palestinos. O saldo de mortos chegou a mais de 10 mil, no episódio que ficou conhecido como Setembro Negro.

Vários governantes árabes criticaram a atitude do rei Hussein e a paz foi restabelecida com a assinatura de um acordo no Cairo. Desde então, a guerrilha passou para a clandestinidade e muitos palestinos abandonaram a Jordânia.

 

Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão)

http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/gyom.shtm)

Esta guerra aconteceu em 1973 e envolveu o Egito e a Síria contra Israel. Como os judeus mantiveram as áreas ocupadas em 1967, Síria e Egito fizeram um ataque surpresa a Israel durante o feriado judeu de Yom Kippur, o dia do perdão. Os israelenses responderam violentamente à ofensiva, mas os egípcios chegaram a penetrar 15 quilômetros em território judeu.

Damasco, na Síria, foi bombardeada e as tropas egípcias no Sinai foram isoladas. O conflito armado terminou em impasse e os israelenses não alteraram o território conquistado nas guerras anteriores. Sob a interferência dos Estados Unidos, da União Soviética e da ONU, foram feitos acordos de cessar-fogo em 1973, 1974 e 1975.

Em 1973, a Questão Palestina ganhou destaque internacional após a Guerra do Yom Kippur e o petróleo começou a ser usado como arma pelos Estados árabes quando a OPEP boicotou o fornecimento aos países que apoiavam Israel. O aumento dos preços, detonado pela guerra, gerou uma crise mundial que derrubou bolsas de valores de todo o mundo e causou uma inflação em vários países.

Ao mesmo tempo, Arafat começou um trabalho diplomático, conseguindo com que a OLP fosse reconhecida como legítima representante do povo palestino e admitida na ONU como membro observador.

A Intifada

(http://www.cosmo.com.br/redacao_web/Oriente/fixas/gintifada.shtm)

 

Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão Palestina, houve uma dissidência dentro da Organização para a Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as forças leais a Arafat começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa.

Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se reelegeu presidente da OLP no ano seguinte.

Em 1985, Yasser e Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a proposta, mantiveram o exército naquelas regiões.

Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense. Adolescentes, munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam os paus e pedras com bombas de gás, tanques e balas de borracha.

Os resultados da Intifada foram vários espancamentos, detenções em massa e deportações. A ação judaica foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU, o que influenciou a opinião pública mundial a favor da OLP.

Como resultado da Intifada, as facções da OLP se uniram na intenção de criar um Estado palestino e, em novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino proclamou o Estado Independente da Palestina, ao mesmo tempo em que aceitava a existência de Israel.

Além disso, o Conselho declarou sua rejeição ao terrorismo e pediu uma solução pacífica para o problema dos refugiados, aceitando, também, participar de uma conferência internacional de paz.

 

Guerra do Líbano

(http://www.cosmo.com.br/redacao_web/oriente/fixas/glibano.shtm)

Massacre de palestinos nos campos de Sabra e Chatila, em 1982

 

O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas (muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam com os drusos, xiitas e ortodoxos.

No entanto, os sucessivos conflitos na Palestina fizeram com que um grande número de palestinos se refugiassem no Líbano, descontrolando o modelo de poder adotado, já que os muçulmanos passaram a constituir a maioria no Líbano. Em 1958 explodiu uma guerra civil e os Estados Unidos intervieram na região, impedindo que o Estado libanês se desintegrasse.

A pedido da ONU, os Estados Unidos acabaram retirando suas tropas do país e uma nova solução foi apontada: o governo deveria ser composto pelos líderes dos vários grupos religiosos.

Como o número de palestinos refugiados não parava de crescer no Líbano, os guerrilheiros da OLP passaram a agir de forma independente no território libanês. De outro lado, os cristãos maronitas defendiam a expulsão dos palestinos da região.

A nova forma de governo proposta pela ONU não deu certo e, em 1975, começou uma guerra entre as diversas facções religiosas, detonada pelo atentado cristão que matou dezenas de palestinos e libaneses muçulmanos.

A Síria rompeu sua aliança com a OLP e resolveu intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. A presença do exército sírio no país causou protestos árabes e resultou na intervenção direta dos Estados Unidos, França e União Soviética. Estes países forçaram o Encontro de Riad, em 1976, que obrigava a Síria a se reconciliar com a OLP e retirar suas tropas do Líbano.

No ano seguinte, entretanto, o assassinato do líder druso Kamal Jumblatt desencadeou uma nova onda de violência que culminou com a incursão israelita na região, que pretendia tirar a OLP do Líbano. Durante a ocupação israelense aconteceram os massacres de Sabra e Chatila.

Como o clima no Líbano continuava tenso, os Estados Unidos enviaram suas tropas para o país para defender Israel de seus inimigos. Foi com o apoio norte-americano que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982.

Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel-general da Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte de 241 fuzileiros. O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados Unidos retirassem suas tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas israelenses também foram retiradas do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos.

Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado, o sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados a bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel, que resistiu e permaneceu no poder até 1988.

Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O país é tutelado pela Síria.

Crises do petróleo

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Desde sua formação em 1960, o objetivo da Opep sempre foi de estabelecer uma política de controle tanto de suas produções de petróleo, como de independência de seus países frente às grandes potências. Assim, a Opep conseguiu diminuir o poder das companhias petrolíferas internacionais e estabelecer total domínio sobre a produção e comercialização de seus produtos.

É nesse contexto que acontecem as três crises do petróleo: a primeira em 1973-74, a segunda em 1979-80, e a terceira no meio da década de 80.

Primeira crise

Em 1973, logo após a guerra de Yom Kippur, veio a crise do petróleo. Como as transnacionais perderam o poder de fixar os preços, a Opep quadruplicou o preço do barril causando grande comoção no mundo todo, principalmente nos países pobres que dependiam da importação de petróleo. Bolsas de Valores quebraram em vários países, mostrando como o mundo dependia da Opep. Por isso, a política das grandes potências foi de conciliação para evitar maiores complicações. Como resultado disso, em 1977, Egito e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo, aproximando judeus e árabes. No acordo chamado de Camp Davi, Israel se comprometia a devolver a região de Sinai ao Egito.

A crise de 73 foi a que teve mais impacto na economia mundial, quando a Opep decidiu quadruplicar o preço do barril do petróleo (de US$ 2,9 em setembro para US$ 11,65 em dezembro). Os países exportadores passaram de um superávit de US$ 40 bilhões para US$ 82,4 bilhões em 1974. Os países importadores, no entanto, tiveram um déficit de US$ 12,4 bilhões. O país que menos sofreu foi os Estados Unidos, porque tem uma grande reserva de petróleo e porque os petrodólares eram investidos no mercado americano. Esse fato não só demonstrou como a Opep tinha poder, mas também evidenciou a dependência dos países importadores que, sem outra opção, tinham que continuar a comprar petróleo.

Até o final da década de 70, os países centrais buscaram uma forma de entrar em acordo com a Opep numa tentativa de baixar os preços, mas todas tentativas foram em vão.

Segunda crise

Em 1979, conjunturas políticas externas fizeram com que o preço subisse novamente, no segundo choque do petróleo. A revolução ortodoxa no Irã, comandada pelo aiatolá Komeini, cria um sentimento anti-ocidental em grande parte do Oriente Médio e se inicia a histórica guerra entre Irã e Iraque. Como se não bastasse, a União Soviética invadiu o Afeganistão, numa época em que a Guerra Fria estava no auge. Desse modo, a região do Oriente Médio se tornou um "barril de pólvora", provocando desespero nos países importadores de petróleo. Diante dessa situação, a Opep resolveu aumentar o preço do barril de US$ 13 para US$ 34.

Para sair dessa dependência, os países importadores passaram a desenvolver formas de combustíveis alternativas como o álcool, a energia nuclear e o carvão. A exploração de jazidas de petróleo também se intensificou em muitos países.

No Brasil o projeto Proálcool e o aperfeiçoamento da Petrobrás foram as maneiras encontradas para contornar o problema.

A forma de negociar também se modificou de modo que os países árabes perderam o controle sobre o comércio do petróleo. Então o monopólio da Opep começou a sucumbir e os preços caíram, chegando a US$ 15 o barril. Essa foi a terceira crise do petróleo, em que o poder dos países árabes entraram em declínio, vindo à tona todas as contradições e conflitos dentro da própria Opep.

Terceira crise

No começo dos anos 80 interesses diferentes dividiram a Opep: os países com grande população, como Irã, Iraque e Argélia, queriam que a produção não tivesse qualquer tipo de limitação e fosse em abundância, já países pequenos pretendiam que a extração fosse restrita para poder manter os preços elevados. Foi essa contradição que colocou o Iraque em conflito com o Kuwait, que acabou culminando na Guerra do Golfo, em 1990.

Em 1986, o preço do barril de petróleo baixou, voltando à mesma cotação dos anos 60 (nessa época, o preço do barril do petróleo custava por volta de US$ 10,00). Assim, os investimentos no Oriente Médio, que já eram poucos, diminuíram ainda mais, fazendo com que as diferenças sociais se agravassem. Para se ter uma idéia, a renda per capita no Kuwait, em 1986, era de US$ 13 mil por ano, contra US$ 650 no Egito. E o êxodo rural se intensificou. Para citar um exemplo, o emirado de Dubai tem 80 mil cidadãos numa população de 600 mil pessoas.

A incursão do Oriente Médio na dominação de suas produções de petróleo, principalmente a partir de 1973, fez com que muitos analistas vissem a situação mais como uma "maldição" do que uma "dádiva de Deus", já que trouxe junto muitas guerras, concentração de renda e aumento das desigualdades sociais. Os conflitos religiosos e territoriais, que sempre marcaram a região, se intensificaram com a questão do petróleo.

 

CRONOLOGIA DO PROCESSO DE PAZ

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1993

- 13 de setembro: Israel e a OLP (Organização pela Libertação da Palestina) chegam a um primeiro acordo sobre uma autonomia palestina transitória.

1994

- 9 de fevereiro: Assinatura, no Cairo, de um acordo sobre as questões de segurança relativas à autonomia.

- 1° de julho: Arafat volta para a Palestina depois de 27 anos e forma, em Gaza, um governo autônomo, a Autoridade Palestina.

1995

- 28 de setembro: Rabin e Arafat assinam, em Washington, um acordo interino sobre a extensão da autonomia palestina na Cisjordânia.

- 13 de novembro a 21 de dezembro: Retirada israelense de Jenin, Kalkiliya, Tulkarem, Naplusa, Ramalá e Belém.

1996

- 20 de janeiro: Yasser Arafat é eleito presidente da Autoridade Palestina.

- 5 de maio: Abertura, no Egito, das negociações sobre um acordo de paz definitivo.

- 1° e 2 de outubro: Reunião de cúpula em Washington entre o presidente americano Bill Clinton, Arafat, Benjamin Netanyahu e o rei Hussein, da Jordânia.

1997

- 15 de janeiro: Netanyahu e Arafat chegam a um acordo sobre a aplicação da autonomia palestina em Hebron e a retirada do exército israelense da área.

- 30 novembro: Israel aceita começar a retirar parte de suas tropas da Cisjordânia.

1998

- 15 a 23 de outubro: Em oito dias, as negociações entre Israel e palestinos resultam no acordo de Wye Plantation, que define uma segunda retirada militar israelense da Cisjordânia e a libertação de 750 prisioneiros palestinos.

- 20 de novembro: Israel transfere aos palestinos a autoridade civil sobre 21% da Cisjordânia.

1999

- 25 de agosto: Israelenses e palestinos concluem um acordo de princípios sobre o calendário da retirada militar israelense da Cisjordânia.

- 5 de setembro: Ehud Barak e Yasser Arafat assinam uma versão renegociada dos acordos de Wye Plantation.

- 10 de setembro: Israel efetua uma retirada da Cisjordânia.

- 8 de novembro: Começo de negociações israelense-palestinas sobre o estatuto final da Cisjordânia, "lançadas" oficialmente em 13 de setembro.

- 20 de dezembro: Negociadores israelenses e palestinos retomam discussões sobre o estatuto final de Cisjordânia e Gaza.

2000

- 3 de fevereiro: Israelenses e palestinos se separam depois do fracasso da cúpula destinada a relançar as negociações de paz. A direção da OLP anuncia que um Estado Palestino independente, com capital em Jerusalém, será proclamado em setembro.

- 11 de março: O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, se reúne com seu colega israelense Oded Eran, na retomada das negociações entre as duas partes, em Washington.

- 21 de março: Israel transfere aos palestinos o controle total de 6,1% da Cisjordânia. Os palestinos controlam agora cerca de 40% da região.

- 25 de junho: O presidente palestino, Yasser Arafat, declara que um estado palestino será proclamado 'em algumas semanas'.

- 28 de junho: Arafat recusa uma proposta americana de organizar uma cúpula trilateral nos Estados Unidos a partir de 15 de julho.

- 3 de julho: O Conselho Central da OLP (CCOLP), reunido em Gaza, decide que os palestinos proclamarão um Estado Independente em 13 de setembro de 2000.

- 12 de julho: Começa a Cúpula da Paz em Camp David, reunião entre o líder israelense Ehud Barak, o presidente da OLP, Yasser Arafat, e o presidente norte-americano, Bill Clinton.

- A organização Fatah decreta estado de alerta entre seus seguidores para um possível enfrentamento com israelenses caso fracassem as negociações em Campi David.

- 24 de julho: Os líderes de Israel e da Palestina continuam em Camp David, mas as negociações não progridem. Palestinos e judeus não chegam a qualquer acordo sobre questões como Jerusalém, economia, refugiados, segurança, assentamentos judeus ou água.

- Extremistas judeus, pertencentes ao extinto movimento Kach, ameaçam matar Ehud Barak e Yasser Arafat.

- 25 de julho: O presidente Bill Clinton admite o fracasso da reunião entre israelenses e palestinos em Camp David.

- Centenas de palestinos marcham pelas ruas de Gaza gritando ordens de rebelião contra Israel por causa do fracasso em Camp David.

- Os palestinos reiteram sua intenção de criar um estado independente em 13 de setembro.

- 26 de julho: Milhares de refugiados palestinos vão às ruas no Líbano, revoltados com o fracasso nas negociações de Camp David em conseguir o regresso dos palestinos.

- 02 de agosto: O ministro das Relações Exteriores de Israel, David Levy, renuncia a seu cargo depois de acusar o primeiro-ministro, Ehud Barak, de fazer muitas concessões aos palestinos nas conversações de paz.

- 07 de agosto: Soldados israelenses ferem a tiros dois jornalistas e um garoto que estavam em meio a uma multidão de pessoas que jogava pedras contra postos de observação na fronteira entre Líbano e Israel.

- 08 de agosto: A Anistia Internacional exige que Israel liberte 19 libaneses detidos há mais de uma década, dizendo que o encarceramento deles viola lei internacional.

- 11 de agosto: O presidente russo, Vladimir Putin declara que a Rússia continua apoiando o direito legítimo do povo palestino de possuir seu próprio Estado. A declaração foi feita durante a visita do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, a Moscou.

Petróleo, uma arma do Oriente Médio

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Descoberto no início do século XX (a primeira exploração data de 1909 no Irã), o petróleo se tornou um dos mais importantes elementos da economia mundial. Além de usado como combustível, vários outros derivados colocam o petróleo como base da economia de muitos países, sendo alvo de cobiça e sinal de riqueza para quem detém as jazidas.

O Oriente Médio, logo após a Primeira Guerra Mundial, já era o maior produtor petrolífero do mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências. Assim, houve uma partilha dos países do Oriente Médio entre França e Inglaterra, que passaram a dominar as empresas de exploração de petróleo. Para citar um exemplo, em 1926, a Irak Petroleum Company foi repartida entre Inglaterra, que detinha 52,5% das ações; França, com 21,25% e EUA, com 21,25%; restando ao Iraque somente 5%. Cerca de 90% da produção mundial passou ao controle de apenas sete empresas, conhecidas como as "Sete Irmãs", das quais cinco eram norte-americanas.

Como conseqüência desse imperialismo, houve um grande êxodo rural na região, principalmente do Egito para os países do Golfo, provocando desequilíbrios populacionais e econômicos. Vale lembrar que, apesar de estar se construindo grandes riquezas, apenas uma pequena classe de privilegiados tinha acesso ao dinheiro e a maioria dos petrodólares eram investidos nos grandes centros dos países ricos, restando 7% de investimentos aos países árabes.

Com a qualidade de vida da população baixando, um forte sentimento de independência surgiu nos países árabes. Os produtores de petróleo passaram a pressionar as "Sete Irmãs" estabelecendo uma divisão de lucro de meio a meio e, em 1960, criam a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para organizar e fortalecer essa política de independência. Os países membros são: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Catar, Kuwait, Iraque, Líbia, Gabão, Indonésia, Nigéria, Equador, Venezuela e Argélia. Em 1968, cria-se a Opaep (Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo), com o objetivo de defender os interesses referentes à nacionalização das companhias estrangeiras.