O paraíso do apóstolo
Edna Dantas e Alexandre Mansur

Publicado na Edição 210 da Revista Epoca em 27/05/2002

Fazenda em São Paulo e casa nos Estados Unidos somam R$ 2,97 milhões em bens imóveis

Desde a publicação da reportagem "Os caloteiros da fé", capa da edição passada de ÉPOCA, os brasileiros se interessaram por conhecer mais detalhes da atuação dos líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Acusados de não pagar o que devem a fiéis da própria igreja, o apóstolo Estevam Hernandes e a bispa Sonia, sua mulher, até o momento não apresentaram provas em contrário. Só em São Paulo e Brasília, eles respondem na Justiça a 51 processos, que somam cerca de R$ 12 milhões. De acordo com as denúncias, constatou-se uma forma sistemática de operação: imóveis são alugados, compromissos financeiros são firmados, mas raramente cumpridos com o rigor estabelecido nos contratos. Em conseqüência disso, pessoas simples, que de boa-fé concordaram em ser avalistas da igreja, correm o risco de perder seu patrimônio.

Diante dos fatos, ficou a pergunta: onde está o dinheiro? Na semana passada, apareceram pistas de como parte dos recursos vem sendo empregada. A reportagem de ÉPOCA apurou que Estevam Hernandes é dono de uma casa de R$ 1,17 milhão (ou US$ 465 mil) no ensolarado condomínio Boca Falls, em Boca Raton, a cidade mais cara do litoral da Flórida. O apóstolo e a bispa também têm uma fazenda de R$ 1,8 milhão em Mairinque, município a 70 quilômetros de São Paulo.

Comprada no dia 7 de julho de 2000, a casa americana tem 340 metros quadrados, seis quartos e três vagas na garagem. Diante da piscina verde-esmeralda, o jardim dá para um lago artificial. O condomínio de luxo possui quadras de tênis, basquete e vôlei, e ainda um bosque com área para piquenique. Segundo um pastor brasileiro que vive na Flórida e conhece o casal de longa data, quando está na cidade Estevam gosta de pedalar pelas ruas tranqüilas e arborizadas. A bispa Sonia prefere ir às compras. Sempre visita o Town Center, um shopping com 220 lojas e muitas grifes elegantes. A casa é bem freqüentada. O primogênito do casal Hernandes, Felippe, de 23 anos, costuma aparecer por ali. Na semana passada, Felippe estava lá, com um bispo amigo da família.

Os registros públicos de Boca Raton informam que, para comprar a casa, Estevam utilizou-se do tradicional sistema americano de financiamento imobiliário, que funciona com juros camaradas. Conseguiu um empréstimo de US$ 372 mil e pagou à vista os restantes US$ 93 mil. O Washington Mutual Bank, que financiou a compra, aprovou a operação sem restrições, já que nos Estados Unidos o nome de Estevam está limpo na praça. Até o momento, as parcelas do financiamento têm sido pagas rigorosamente em dia, assim como o imposto territorial de US$7.150 por ano. No dia 11 de fevereiro de 2002, o casal Hernandes fez um refinanciamento e aproveitou a oportunidade para incluir como proprietários do imóvel a filha Fernanda, de 20 anos, e o genro Douglas Rasmussen, de 30.

Embora a ficha de pessoa física de Estevam esteja em ordem, ele teve problemas com a polícia americana por causa da igreja. Para livrar-se de imensas burocracias que acompanham a abertura de um templo nos EUA, em alguns lugares ele registrou a Renascer como livraria ou bufê. Não foi uma boa idéia. "Aqui o esquema de enrolar as autoridades não dá certo", diz o corretor imobiliário Fernando Pinto, um dos pastores pioneiros da Renascer na Flórida e um dos primeiros a se desligar da instituição nos Estados Unidos. Num dos casos, em Pompano, subúrbio de Miami, a polícia fechou uma igreja irregular e proibiu os cultos. A Renascer teve de pagar uma multa de valor equivalente a US$ 50 mil. Dos oito templos instalados em solo americano, só restou um. Fica em Miami, tem licença para funcionar como igreja e conta com muitos fiéis. "Várias pessoas continuam freqüentando o templo porque a igreja as registra como funcionários e assim elas recebem o visto de trabalho no país", diz o técnico em dedetização Fernando Amorim, que se transferiu para outra denominação evangélica quando passou a desconfiar da forma como os recursos da Renascer são gerenciados.

No Brasil, enquanto a organização religiosa segue com dificuldades para quitar suas dívidas - tanto que, na Rede Gospel e nos templos da Renascer, os apelos para ofertas especiais são cada vez mais veementes -, o casal Hernandes administra com zelo o patrimônio. No município de Mairinque, a 40 minutos de São Paulo, Estevam e Sonia são donos de uma fazenda de 45 hectares. A propriedade é um antigo haras. Tem baias, estábulo e maternidade de eqüinos. A infra-estrutura para os hóspedes é muito boa. Há uma casa de 700 metros quadrados de área construída com cinco quartos, dois deles suítes, alojamentos para 1.000 pessoas e ainda uma piscina semi-olímpica. Dentro da área demarcada por cercas brancas há quatro lagos e uma cachoeira.

Como é praxe na maioria dos negócios dos líderes da Renascer no Brasil, a fazenda não está registrada no nome deles. No entanto, o caminho para chegar até os dois é curto. De acordo com a escritura, lavrada na comarca de Itanhaém, no litoral de São Paulo, a propriedade pertence ao Colégio Gamaliel e às Publicações Gamaliel. Os registros atualizados em cartório e Junta Comercial do Estado de São Paulo confirmam que ambas as empresas têm como únicos donos Estevam e Sonia Hernandes.


O caminho que o dinheiro faz
Como os cheques doados à igreja por uma fiel foram parar numa conta bancária controlada pelo apóstolo
- A vendedora Madeleine Werly, seguidora da Renascer, soube que a igreja estava com problemas financeiros
- A pedido do pastor da igreja de Itaim Paulista, ela ofereceu 15 cheques pré-datados à instituição
- Meses depois, Madeleine descobriu que os cheques foram depositados na conta das Publicações Gamaliel, e não da igreja
- As Publicações Gamaliel são de propriedade do casal Hernandes

Antes de ir para as mãos do apóstolo e da bispa, a fazenda pertencia ao engenheiro José Alberto Baccelli e a sua mulher, a dona-de-casa Eliana Hellmeister Basile Baccelli. Eles começaram a freqüentar a Renascer há quatro anos, quando enfrentavam dificuldades financeiras e começavam a se desfazer do patrimônio construído ao longo de 40 anos de trabalho. "A igreja nos recebeu de braços abertos. Fizemos amigos, participamos de grupos de cura, nós nos sentíamos acolhidos", lembra o engenheiro. Em julho de 2000, com a situação monetária se agravando, os Baccelli receberam do bispo Antônio Carlos Abbud, braço direito do apóstolo, uma proposta que lhes pareceu interessante: vender o então Haras Royalty à Fundação Renascer.

Em fevereiro de 2001, o negócio foi fechado por R$ 1,8 milhão. Como é usual em transações dessa natureza, declarou-se um valor inferior ao cartório de registro civil. Mas José e Eliana têm as promissórias e um contrato assinado pelo advogado dos Hernandes que comprovariam a quantidade de dinheiro envolvido no negócio. Pelo acordo, as parcelas relativas ao pagamento se estenderiam até o ano de 2004. Nos primeiros meses, Estevam e Sonia pagaram. O engenheiro e sua mulher receberam pouco mais de R$ 300 mil. Depois, o apóstolo e a bispa sumiram. Já são sete as parcelas atrasadas. "Fiquei desesperado. Eles não me davam satisfações", diz José Alberto. "Somente depois da publicação da reportagem de ÉPOCA os advogados da Renascer me procuraram, tentando fechar um acordo às pressas."

"Vá ao banco agora!"

Líderes da Renascer não respondem às denúncias e pedem aos fiéis que continuem depositando dinheiro

Depois da publicação da reportagem de ÉPOCA, na semana passada, o apóstolo Hernandes e a bispa Sonia correram à televisão para responder às denúncias feitas por ex-fiéis, ex-membros da igreja e credores. Exibiram papéis para as câmeras, disseram-se vítimas de "perseguição religiosa". No programa Domingo Legal, do SBT, suas alegações foram contestadas ao vivo por telefonemas de pessoas vítimas de calote, e eles decidiram mudar de estratégia.

Na segunda-feira, no programa Superpop, da Rede TV!, Sonia deu entrevista com a condição de que não se abrisse espaço para telefonemas. Avisou, inclusive, que deixaria o palco imediatamente se isso acontecesse. Naquela noite, a bispa chegou a se dizer capaz de curar Aids e levou pessoas que afirmavam ter sido curadas de tendinite e miomas. Sem contestação, Sonia mostrou recibos para dizer que a dívida da igreja com a dona-de-casa Antonieta Hakimanian, de São Paulo, estava paga. Foram desmentidos no dia seguinte: "Meu marido, falecido, assinou os recibos, sim. Mas os cheques voltaram porque não tinham fundo", conta a viúva. Naquele dia, os advogados da igreja procuraram Antonieta, propondo-lhe um acordo para saldar a dívida que Sonia disse não existir. Foi esse, aliás, o procedimento com todos os ex-fiéis da igreja que fizeram denúncias à reportagem de ÉPOCA. Os advogados marcavam encontros urgentes e tentavam acordos apressados.

Na terça-feira, os líderes da Renascer suspenderam todas as aparições em emissoras de rádio e televisão que não fossem controladas por eles. Recusaram até o convite para o Vida em Cristo, da Santa Cecília TV, um programa evangélico transmitido para o litoral paulista.

"Estão tentando calar a nossa voz", disse a bispa na sexta-feira, ignorando os insistentes pedidos de ÉPOCA para ouvi-la e a seu marido. Em nenhum momento, durante a semana, os líderes da Renascer desmentiram qualquer das informações apresentadas na reportagem "Os caloteiros da fé". A pedido do Ministério Público, que abriu inquérito sobre as irregularidades, a revista protocolou na terça-feira a entrega de 60 páginas de documentos.

Na quinta-feira à noite, na televisão, falando por telefone, o apóstolo revelou uma preocupação objetiva. "A arrecadação está caindo. Quero que você vá ao banco agora e pague o seu carnê!", anunciou. A bispa fez eco: "Vá ao banco hoje, dê sua oferta especial e nos ajude a vencer essa guerra".

No impresso especial de apresentação da Fundação Renascer, a propriedade aparece em belas fotografias. Diz-se que a "Fazenda Renascer de Produção de Alimentos" é um projeto agrícola voltado para comunidades carentes. Na prática, o que existe é uma pequena horta e uma plantação de milho. A fazenda é usada para retiros em feriados, pelos quais os participantes têm de pagar, como em pacotes turísticos. Os Hernandes também freqüentam o antigo haras. Ali festejaram o aniversário de 47 anos do apóstolo, em março de 2001.

Ao longo da semana passada, da segunda 20 até a sexta 24, ÉPOCA voltou a procurar o apóstolo Estevam Hernandes, a bispa Sonia e o bispo Abbud. Pedidos de entrevista foram feitos por e-mails, telefonemas e telegramas. A Redação deixou claro o interesse em esclarecer os fatos, informou que uma nova reportagem estava em processo de apuração e se dispôs a apresentar depoimentos e documentos aos advogados da Renascer.

Com mais de 100 mil fiéis, em sua maioria cidadãos de classe média, que freqüentam 400 templos espalhados pelo país, a Renascer tem uma imagem positiva entre seus seguidores. Na semana passada, ÉPOCA recebeu diversas mensagens de pessoas capazes de fazer relatos sobre seu trabalho social, o combate às drogas, o atendimento à população carente. Será muito melhor para a imagem da igreja que seus líderes concordem em dar entrevistas e prestar esclarecimentos, permitindo que se faça um trabalho indispensável - separar o joio do trigo.

Dinheiro, dinheiro, dinheiro

Organizada, eficiente e competitiva, a Renascer é uma máquina de arrecadação de dar inveja a qualquer empresa

Usando sua experiência prévia como gerente de marketing, o apóstolo Estevam Hernandes conseguiu fazer da Igreja Renascer uma fabulosa máquina de produzir dinheiro. Eficiente como uma empresa de ponta, ela funciona de acordo com os mais competitivos padrões de administração. Por meio de um sistema no qual todos os funcionários são remunerados em função de resultados, competindo entre si, seus templos arrecadam um mínimo de R$ 2,2 milhões por mês, somente em doações regulares - segundo estimativas feitas por ex-membros da denominação.

No organograma da igreja, abaixo do casal Hernandes existem 60 bispos, cujo salário pode chegar a R$ 30 mil mensais. Eles são gerentes regionais, responsáveis por até 15 igrejas de determinada área. Em cada um desses templos, o pastor precisa cumprir uma ambiciosa meta de arrecadação. Ela varia de R$ 3 mil por mês nas pequenas cidades do interior a R$ 78 mil em pontos lucrativos, como o de Alphaville, um condomínio fechado próximo a São Paulo. Se o pastor ultrapassar a meta, recebe um porcentual sobre a captação. Do contrário, tem de se sustentar com o que ganha em alguma outra atividade. Nos primeiros anos da igreja, Hernandes determinou que os bispos primazes (os que estão no topo da hierarquia) deveriam alcançar certas metas de crescimento, além dos objetivos normais de arrecadação. Em 1998, por exemplo, estabeleceu que cada um deles precisaria abrir três vezes mais templos do que havia fundado no ano anterior.

Em cada culto há um montante a ser arrecadado. Após o momento das doações, enquanto o pastor prega a palavra da Bíblia, o tesoureiro conta quanto entrou na sacolinha. Se as doações não são suficientes, o pastor pede uma nova rodada de ofertas, antes da bênção final. "Tem gente retendo o que é de Deus!", admoestam os pastores. Geralmente, a segunda rodada acaba rendendo contribuições mais polpudas. Quando a instituição pretende fazer algum investimento, ä prepara programas extras para engordar o cofrinho. ÉPOCA teve acesso à planilha de um deles, que mostra que, no fim de1998, num único dia, na cidade de São Paulo, foram recebidos 26 cheques, totalizando R$ 49.500, para ajudar na compra de uma rádio. Os contribuintes que davam grandes somas ficavam registrados num cadastro, para que pudessem ser procurados no futuro.

Nem todos concordam com o sistema de administração em vigor. "A Renascer funciona como uma empresa das mais gananciosas. O que interessa para eles é arrecadar dinheiro dos fiéis, não importa como", acusa o gaúcho Marcelo Duarte, que foi pastor da igreja em Passo Fundo e saiu revoltado com o que viu. "A pressão para cumprir as metas é enorme. A direção não se interessa em saber quantos batismos você fez. Para eles, igreja boa é igreja no azul", descreve. Depois de três anos, ele trocou a denominação pela Igreja Apostólica Ministério Comunidade Cristã. "Não agüentava mais ver como eles exploravam a credulidade alheia."

Para atingir as metas de captação, são usados vários tipos de expediente. "Algumas vezes, fomos orientados a montar uma campanha com os fiéis para vender adesivos na rua", conta Duarte. As doações eram colhidas com o pretexto de construir um centro de recuperação de drogados no Rio Grande do Sul. "Mas não havia centro nenhum", assegura o pastor. A campanha só foi suspensa depois de uma intimação do delegado de Passo Fundo. Outro instrumento poderoso para angariar fundos é um envelope azul, que fica sobre os bancos da igreja. Ele é especial para pedidos de milagres. O fiel deposita ali uma quantia vultosa, acompanhada da oração que o pastor deverá fazer em seu nome. "Mas ninguém lê as orações. Vi como eles pegavam o dinheiro e jogavam os envelopes no lixo", acusa a vendedora Madeleine Werly, de São Paulo, que foi tesoureira da igreja. Ela conta que outro dos métodos eficazes para conseguir dinheiro dos fiéis é através de cheques pré-datados. "Os voluntários, que ajudavam no dia-a-dia do templo, eram incentivados a assinar várias folhas do talão, com valores de até R$ 1.000 cada uma. Esses cheques eram trocados por dinheiro vivo nos bancos", lembra Madeleine. No caso dela, o esquema funcionou de forma diferente. Alguns dos cheques, que ela passou supondo que iriam para a Igreja Renascer, uma instituição sem fins lucrativos, foram depositados nas contas das Publicações Gamaliel, uma empresa privada que pertence a Estevam e Sonia, e da FH Comunicação, de Felippe Hernandes, filho do casal. Como eram pré-datados e foram depositados antes do prazo, voltaram por falta de fundos. Ao descobrir que o dinheiro não estava indo para o lugar prometido, Madeleine revoltou-se. "Estamos entrando com um processo por estelionato", afirma Janio Marinho, advogado da ex-tesoureira

Vítimas do calote

Depoimentos de algumas pessoas que não foram pagas pela Igreja Renascer

CALEBE PACHECO, RADIALISTA EM BRASÍLIA, 27 ANOS
"Atraído pelos projetos sociais do grupo, deixei 22 anos de Assembléia de Deus e fui trabalhar com a Renascer. Trabalhava muito, até que percebi que a igreja havia virado uma empresa e não se importava mais com os fiéis. Certa vez o apóstolo anunciou que quem comprasse um CD da banda Renascer Praise concorreria a um carro -- mas o carro nunca foi sorteado. Em 1999 fui demitido, mas não recebi todos os direitos trabalhistas. Processei a igreja, ganhei e até agora não recebi."

PAULO ROBERTO ROSA, FUNCIONÁRIO PÚBLICO EM BRASÍLIA, 45 ANOS (COM A MULHER, MARIA DA GUIA)


"No prazo de poucos meses emprestei nosso nome para a Renascer alugar 12 imóveis, alguns com piscina e em bairros nobres. Vários aluguéis não foram pagos e as cobranças começaram a aparecer. Com vergonha, minha mulher deixou até de atender o telefone. Nosso nome foi parar no SPC. Só agora eles nos procuraram para conversar."
O dinheiro recolhido pelos pastores em todo o Brasil segue diretamente para a sede, em São Paulo. Até o ano 2000, o responsável por cada templo era autorizado a retirar, do dízimo arrecadado, o dinheiro para pagar o aluguel e as despesas. Mas, em janeiro do ano passado, as sedes regionais da Renascer passaram a centralizar toda a receita. "Nós juntávamos tudo e enviávamos para São Paulo. Não sobrava nada para a comunidade local", conta o ex-pastor Duarte, que chegou a fazer uma ligação elétrica clandestina para garantir a luz no templo.
Nas lojas chamadas Point Gospel, instaladas em cada templo, o grande destaque são os livros e discos produzidos pelas próprias empresas dos Hernandes. Na última edição da Marcha para Jesus, o evento que a Renascer organiza todo ano convidando fiéis de várias denominações, 12 das 17 bandas que se apresentaram em São Paulo eram contratadas pela Gospel Records, a gravadora da família Hernandes
Cartas dos leitores de Epoca comentando a reportagem
Comecei a ler a reportagem acreditando se tratar de mais uma perseguicao aos evangelicos. Terminei chorando. Pertenci a essa igreja por tres anos, fui cantora, dava meu dizimo e tambem participei dos projetos sociais de Renascer, contribuindo com meu tempo e meu dinheiro. Declaro aqui minha vergonha por todos os fatos registrados em Epoca.
ANA CAROLINA B. ALVES - Sao Paulo, SP

O governo tem de tomar medidas urgentes em relacao a proliferacao dessas igrejas. Parece comprovado que ha lavagem de dinheiro, e pessoas ingenuas sofrem com tal falta de escrupulos.
LAURA TEREZA C. SAMPAIO - Salvador, BA

E' hora de reflexao. O que a revista trouxe a tona e' uma gota no oceano perto das barbaridades que vemos nessas "franquias religiosas".
JANNE RUIZ - Sao Paulo, SP

Sou teologo, filosofo e pastor da Assembleia de Deus. A reportagem expressa a realidade de algumas igrejas evangelicas. Acho que e' preciso fazer uma CPI nas igrejas. Ha' pastores que recebem ate' R$ 20.000,00 por mes, enquanto os fieis passam necessidade. A prestacao de contas das igrejas deveria seguir o mesmo criterio a que as empresas obedecem
PAULO H. G. DOS SANTOS - Brasilia , DF

Sou filha de um ex-pastor da Igreja Renascer. Meu pai era o fiador do salao, pagava o aluguel e ainda recebia pressao para mandar dinheiro a sede todos os meses. Muitas vezes ele deixava de pagar minha faculdade. Quando a igreja fechou, com a divida quase perdemos nossa casa. A Renascer nunca nos enviou um centavo. Durante muitos anos me perguntei que Deus e' esse que obriga filhos de pastores a passar privacoes e ate' mesmo abrir mao de seus sonhos, enquanto os lideres da igreja se refestelam com o dinheiro dos dizimos?
GISELE MORILHA - Votuporanga, SP

Abrir igreja no Brasil tornou-se um negocio como outro qualquer. A culpa e' do governo, que facilita. Doa terrenos, e ha' ate' isencao de impostos.
LUCIA SILVA - Salvador, BA

E' um absurdo o que esses bispos estao fazendo com as pessoas. Nao tem ideia do que um fiel passa para doar o dizimo a igreja
MARCELO MORIAL - Sao Paulo, SP

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