BISPOS, GENERAIS E POLÍTICA NO REGIME MILITAR

BISPOS, GENERAIS E POLÍTICA NO REGIME MILITAR

Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO em 25-11-2001

O historiador Kenneth P. Serbin. está no Brasil para o lançamento de Diálogos na Sombra - Bispos e Militares, Tortura e Justiça Social na Ditadura (Cia. das Letras, 530 págs., R$ 46). A política de bastidores é o assunto de seu livro: as negociações entre a alta hierarquia católica brasileira e as Forças Armadas, através da chamada Comissão Bipartite - que, além de generais e bispos, reunia também intelectuais como Candido Mendes e Tarcísio Padilha. Formado em Yale, professor da Universidade da Califórnia em San Diego e especializado em história da Igreja brasileira (seu mestrado debateu a formação dos padres diocesanos no País), ele define seu trabalho como o estudo de uma tentativa de aproximação das duas mais importantes instituições brasileiras. Inicialmente, como propôs Candido Mendes, a Igreja aceita a aproximação com os militares, liderados por Antônio Carlos da Silva Muricy, para "colaborar no desenvolvimento do Brasil". As Forças Armadas, por sua vez, acreditavam que sua missão era defender os valores da civilização cristã, colocados em perigo, para elas, pela subversão comunista.

Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/11/25/cad031.html

DISTÂNCIA NO TEMPO E NA GEOGRAFIA FAVORECEM IMPARCIALIDADE DO AUTOR.

Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/11/25/cad030.html

A espinha dorsal desse minucioso levantamento é a revelação de que, enquanto a ditadura oprimia seus opositores com censura, prisão, tortura e assassinato, um grupo de militares e de bispos promovia reuniões secretas em busca de diálogo e entendimento. As reuniões da Comissão Bipartite -- o nome dado a esse grupo informal -- iniciaram- se em novembro de 1970 e só se interromperam em agosto de 1974. "Os generais queriam a bênção dos bispos ao seu regime, e os prelados queriam a garantia dos privilégios e do espaço doutrinal concedidos à Igreja, de uma forma ou de outra, desde o início da história do Brasil", afirma Serbin.

Padre é acusado por 4 estupros

Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 22/08/2001

O padre Salomão Soares de Oliveira, de 62 anos, foi preso ontem, acusado de estuprar quatro mulheres e por corrupção de menores. E., de 14 anos, e M., de 17, aceitaram morar na Casa Paroquial. Segundo o delegado, passado algum tempo, o padre chamou E. e a pressionou. "Se ela não fizesse sexo com ele, seria mandada de volta a Irati", disse. "Sob pressão, a moça cedeu." Em outubro, ela voltou para sua cidade. Sem E., o padre voltou-se para M. "Fez o mesmo com ela." No ano passado, o padre trouxe V., de 16 anos, e C., de 18, também violentadas.

Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/08/22/cid015.html

Legião estrangeira

Publicada na Istoé em 11 de agosto de 1999

Enfraquecida no Brasil, a ultraconservadora TFP é alvo de investigações do Parlamento francês

Autor: ROSELY FORGANES - Paris

Já não se vêem mais nas ruas das capitais brasileiras aqueles rapazes com cabelos cortados à escovinha, ladeados por gigantescos estandartes vermelhos, megafones em punho, a berrar estridentemente contra o divórcio, a reforma agrária e a igreja progressista. Nascida no Brasil em 1960, a organização católica ultraconservadora Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (mais conhecida como TFP) é hoje uma pálida sombra de seu passado, mergulhada em profundas divisões internas desde a morte do líder Plínio Corrêa de Oliveira, em 1995. Mas, se no Brasil a TFP parece relegada à lata de lixo da História, na França a organização está sendo considerada uma seita perigosa, que trocou as passeatas anticomunistas por campanhas de "assédio postal" contra direitos de minorias. A acusação vem de um relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre seitas da Assembléia Nacional Francesa (Parlamento) que acaba de ser divulgado e de organizações de defesa dos direitos humanos. Também o primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, acusou a TFP, que existe na França oficialmente desde 1977, de estar por trás das principais cruzadas moralistas dos últimos anos. A organização também estaria construindo um verdadeiro império econômico através de meios escusos.

Contra os homossexuais Definindo a TFP como "uma seita brasileira", o premiê Jospin responsabilizou a entidade pela violenta campanha contra o Contrato de União Civil (CUC). É um projeto que reúne para fins legais duas pessoas independentemente do sexo, podendo ser até irmãos, mas que é apontado como a efetivação do "casamento homossexual". Promessa eleitoral dos socialistas, até agora o CUC não conseguiu ser aprovado, apesar de a esquerda ter maioria na Assembléia. A entidade Avenir de la Culture (Futuro da Cultura) - uma das fachadas da TFP - despejou mais de 100 mil cartas de protesto na mesa de Jospin. O manifesto contra o projeto também foi enviado a mais de um milhão de pessoas. Luc Berrou, presidente da Futuro da Cultura, explica a tática: "A experiência mostra que quando centenas de milhares de cartas são enviadas ao primeiro-ministro, o staff faz disparar todos os alarmes." Tempos atrás, outra cruzada, contra um programa de educação sexual na tevê, gerou uma avalanche de 600 mil cartas contra o governo. Para dar uma idéia do tom da campanha contra o CUC, basta citar trechos do Manifesto contra o infame e repugnante projeto de pseudo 'casamento' homossexual: "A sodomia é um vício abominável, contra a natureza, condenado pela Igreja Católica e pelas Sagradas Escrituras. O projeto CUC é uma aberração jurídica, um golpe mortal contra a sociedade e uma revolta aberta contra a ordem natural das coisas estabelecidas por Deus. Você quer que amanhã um casal de homossexuais fique olhando seu filho na saída da escola? Os sodomitas contam com a sua inércia!"

A TFP também estaria ameaçando um médico, o doutor Israel Nizand, autor de um relatório encomendado pelo Ministério da Saúde sobre a situação do aborto (legal na França). Atualmente sob proteção policial, Nizand recebeu mais de 300 cartas por dia, com ameaças e insultos anti-semitas, resultado da campanha organizada por "Direito de Nascer" - outra organização de fachada. Algumas o acusam de querer "abrir a porta aos muçulmanos, o esgoto da França". "Eu nunca tinha ouvido falar na TFP e que existe uma seita brasileira por trás ou não, para mim dá na mesma", afirmou Nizand a ISTOÉ, que está processando a Direito de Nascer. A ameaça foi considerada grave o bastante para que vários deputados se manifestassem oficialmente, interpelando o governo na Assembléia e exigindo providências.

Em busca de provas Como todas as seitas apontadas no relatório da CPI, a TFP é objeto da vigilância discreta da polícia e dos Renseigments Généraux, o serviço de contra-espionagem francês. Organizações de direitos humanos também estão se mobilizando. Uma ONG que está reunindo provas contra a TFP é a Réseau Voltaire, que defende a laicidade, os direitos humanos e as liberdades individuais. "Nosso objetivo é fornecer informações e análises que sirvam de base ao debate político", diz Thierry Meyssan, dirigente da Réseau. Durante meses, eles investigaram as atividades da TFP na França, encontraram membros e dirigentes da entidade. "Para nós, não interessa saber se a TFP é uma seita ou não. A própria palavra é pejorativa. 'Seita' são sempre os outros, os bandidos; e os mocinhos são as igrejas oficiais. Para nós, a TFP é um movimento de extrema direita, altamente perigoso, que defende interesses econômicos dos latifundiários, da aristocracia, a volta do sistema anterior à Revolução Francesa", acusa Meyssan.

Império econômico Segundo a Réseau Voltaire, a TFP está ativa hoje em 22 países. Ela estaria formando um verdadeiro império econômico na França, sendo proprietária, através da Futuro da Cultura, do Castelo de Jaglu, comprado em 1991 por 4,5 milhões de francos (quase US$ 1 milhão), de uma gráfica, L'Européene des Médias, que imprime os jornais de 15 TFPs, e de um centro de informática capaz de expedir 15 mil cartas por dia. Cerca de 250 mil pessoas recebem correspondência da organização. Cada carta vem com um pedido de "ajuda moral e financeira" que rende 20 milhões de francos/ano (cerca de US$ 4 milhões). Além disso, as listas de nomes seriam alugadas a empresas comerciais por 2,5 milhões de francos (US$ 500 mil) por ano.

Para a Associação de Defesa da Família e dos Indivíduos contra as Seitas (ADFI), a maior organização de luta contra as seitas da França, a Futuro da Cultura e a TFP utilizaram a luta contra o Contrato de União Civil para construir uma máquina de fazer dinheiro. "Para cada pessoa que assinava, eles pediam 200 francos e angariaram uma verdadeira fortuna", afirmou um funcionário da ADFI a ISTOÉ. Segundo a revista Bulle, publicada pela ADFI, a gráfica Européene des Médias edita tanto o jornal Flash, da Futuro da Cultura, quanto Le Nouvel Aperçu, da TFP, assim como os milhões de impressos enviados via mailing dessas "associações gêmeas", e funciona a todo vapor. Segundo cálculo da ADFI, para saber quanto rendeu a campanha contra o CUC, basta multiplicar 300 mil por 250 francos, a contribuição média.

"Na França, a TFP usa a Virgem de Fátima e a campanha contra o CUC para ganhar dinheiro. Pedem uma contribuição de pelo menos 250 francos para ajudar na campanha. O alvo da abordagem são os nostálgicos do passado, idosos, famílias tradicionalistas e pessoas místicas que se refugiam no culto da Virgem Maria. Eles organizam peregrinações, noites de oração, rosários, passeiam a estátua de Nossa Senhora para lá e para cá. Esse apelo ao culto da Virgem funciona muito bem junto a pessoas que estão sofrendo. O que é incrível é que eles chegam a organizar orações em paróquias, sem que o vigário seja informado, à margem da igreja oficial, porque eles têm péssimas relações com a Igreja. Eles são extremamente perigosos porque utilizam mensagens da Igreja Católica para outros fins, sem dizer quem eles são", diz a Bulle. Para o padre Jaques Trouslard, o maior especialista em seitas da França, "o perigo de toda seita é que ela faz seus adeptos perderem o espírito crítico e o livre arbítrio, através de técnicas de manipulação mental. A escravidão mental é pior que a morte."

"Seita são os socialistas"

Em entrevista exclusiva a ISTOÉ, o presidente da TFP francesa, Benoît Bemelmans, 37 anos, diz que governo socialista pratica uma política de perseguição religiosa.

ISTOÉ - Como vocês reagiram à catalogação da TFP como uma "seita perigosa" pelo Parlamento?

Benoît Bemelmans - Para nós existe algo de profundamente inquietante nessa política do governo francês. A perseguição religiosa vai recomeçar. Esse clima de intolerância atinge também outros movimentos católicos e parece anunciar a instauração de uma verdadeira ditadura anti-religiosa. Essa ofensiva quer acabar, definitivamente, com a influência dos católicos neste país. Na verdade, seita são os socialistas - hoje no poder na França - e seus aliados de esquerda. Todos os papas, nos últimos 150 anos, catalogaram o socialismo, o comunismo e a franco-maçonaria como seitas perigosas.

ISTOÉ - Qual a relação entre a TFP brasileira e a francesa?

Bemelmans - A TFP brasileira não é uma sede, mas a primeira de todas. No plano jurídico e financeiro não há relação entre as TFPs. Elas são autônomas. As pessoas dizem que nós passamos dinheiro de um país para o outro, conforme a necessidade, que nós o recebemos ou enviamos ao Brasil. Tudo isso é mentira.

ISTOÉ - Por que a TFP é mais ativa na França que no Brasil?

Bemelmans - Não sei do Brasil. Na França nós fazemos oposição cerrada ao governo socialista porque acreditamos que ele está destruindo o que resta da civilização cristã. No ano passado Lionel Jospin, falando sobre o CUC, disse que "por trás da oposição ao projeto está uma seita brasileira". Pela maneira como ele disse isso, Jospin pode ser acusado de xenofobia e racismo. Eu tenho orgulho de estar ligado ao Brasil.

ISTOÉ - Qual a origem dos fundos da TFP?

Bemelmans - Cerca de 90% vêm dos doadores, em geral pequenas doações. Chegaram a dizer que certos donativos atingem um milhão de francos. Bem que eu gostaria, mas é longe de ser o caso! A média de donativos da TFP é cerca de 200 francos. Para uma associação ativa, da qual todo mundo fala, que faz o premiê ter crises na televisão, nós fazemos milagres com pouco dinheiro.

ISTOÉ - Qual o orçamento anual da TFP?

Bemelmans - Em geral, por volta de seis milhões de francos.

BISPOS CONDENAM PILULA

Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO em 13/11/2001

Os bispos católicos do Estado de São Paulo divulgaram ontem uma nota pastoral condenando a distribuição da "pílula do dia seguinte" pela rede pública de saúde. Segundo a nota, além de contraceptivo, o medicamento é abortivo e contraria a doutrina moral católica. O texto foi redigido no final de semana, durante um encontro episcopal em Itaici, interior do Estado. A chamada pílula do dia seguinte é receitada pelos médicos especialmente para mulheres vítimas de estupro.

Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/11/13/ger004.html

Ver também:

http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2001/nov/12/214.htm

Clínicas pró-aborto nos EUA recebem ameaças de antraz

Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 09/11/2001

Nova York - Um grande número de clínicas de planejamento familiar em pelo menos 12 estados norte-americanos receberam cartas contendo ameaças de antraz, de acordo com funcionários de organizações feministas e pró-aborto.

Eleanor Smeal, presidente da Fundação da Maioria Feminista, disse que mais de 200 clínicas e organizações que defendem o aborto receberam cartas na quinta-feira enviadas em envelopes do serviço Federal Express. Os envelopes que foram abertos continham pó branco e cartas assinadas pelo "Exército de Deus".

Esta foi a segunda onda de ameaças; mais de 250 clínicas de aborto receberam cartas similares no mês passado. No entanto, nenhum pó branco enviado por essas clínicas para testes deram resultado positivo para antraz.

O teor das mensagens do último grupo de cartas, segundo Smeal, era do gênero: "Você ignorou nossas advertências anteriores. Você se expôs ao verdadeiro antraz. De alta qualidade".

Entre os alvos de ameaças estão organizações como a Fundação Maioria Feminista, o Centro de Políticas e Leis Reprodutivas, Católicos por uma Livre Escolha, Advogados pela Juventude e Mulheres da Universidade da Associação Americana.

Os remetentes das cartas provavelmente obtiveram o número das contas bancárias da Federação Americana de Planejamento Familiar e da Federação Nacional do Aborto para financiar o envio da correspondência, de acordo com funcionários das duas organizações. Eles disseram que os pacotes foram enviados a partir de pelo menos três caixas de correio na Virgínia e em Filadélfia.

As organizações ameaçadas apelaram ao secretário de Justiça, John Ashcroft, e ao FBI que "reforcem publicamente sua intenção de investigar e julgar esses atos".

Por duas décadas, um grupo clandestino antiaborto autodenominado "Exército de Deus" desferiu ataques contra os defensores e as clínicas de aborto, incluindo explosões e tiroteios.

Original em: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2001/nov/09/277.htm

Bispos condenam distribuição da pílula do dia seguinte

Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 12/11/2001

Autor: Roldão Arruda

São Paulo - Os bispos católicos do Estado de São Paulo divulgaram uma nota pastoral condenando a distribuição da "pílula do dia seguinte" pela rede pública de saúde. O medicamento estaria sendo apresentado apenas como uma "pílula contraceptiva", o que não condiz com a verdade, segundo os bispos. No texto da nota, eles afirmam: "Ela é, de fato, contraceptiva e abortiva. Em alguns casos impede a concepção e, em outros, provoca um aborto." A chamada "pílula do dia seguinte" é distribuída na rede pública às mulheres que foram vítimas de estupro ou em casos em que se deseja evitar a gravidez imediatamente após a relação sexual.

No texto da nota pastoral, os bispos dizem que o uso do medicamento contraria a doutrina moral da Igreja. Eles explicam seu ponto de vista da seguinte maneira: "Quem divulga a pílula do dia seguinte como não abortiva tem um conceito restritivo de aborto, afirmando que só se pode falar de aborto se o óvulo fecundado for expelido após ter-se fixado no útero. A Igreja Católica, no entanto, baseada nos dados da ciência, afirma que desde a concepção e antes de se fixar no útero feminino, o óvulo fecundado já é o início de uma vida humana. Portanto, mesmo sendo expelido antes de sua fixação no útero, já se trata de aborto. É isto que a pílula do dia seguinte pode provocar."

No trecho seguinte da nota eles acrescentam: "É contraceptiva porque pode evitar a fecundação do óvulo, ou seja, a concepção. Se a fecundação, porém, se efetivar, a pílula se torna abortiva porque pode alterar de tal forma a situação do útero que a fixação do óvulo fecundado se torna impossível. Então ocorre a expulsão do óvulo fecundado e, portanto, o aborto."

No final, acrescentam: "A Igreja é contra o aborto provocado e continua a defender a vida humana desde a concepção até sua morte natural." A comissão episcopal do Estado de São Paulo, denominada Regional Sul 1 da CNBB, é a maior do País. Reúne quase 50 bispos.


Em verde: permitem.
Em amarelo: permitem em certos casos.
Em vermelho: proibem quase totalmente.

Papa pede a advogados boicote ao divórcio

Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 29 de janeiro de 2.002.

O papa João Paulo 2º, em encontro anual com integrantes da área jurídica no Vaticano, pediu a juízes e advogados que evitem trabalhar em casos de divórcio.

Na avaliação do líder máximo da Igreja Católica, o "casamento é indissolúvel", protegido pelas leis divinas. "O divórcio tem conseqüências devastadoras e está se alastrando como praga", acrescentou João Paulo 2º.

Os advogados, de acordo com o papa, deveriam sempre se recusar a utilizar a sua profissão para "um fim que vai contra a justiça [divina" como o divórcio".

Os juízes, como não podem recusar os casos de divórcio, "devem sempre lutar pela manutenção do casamento, tentando levar os dois lados a se reconciliar, em vez de se separarem definitivamente", acrescentou João Paulo 2º no encontro.

A Igreja Católica é veemente contrária ao divórcio e à união entre homossexuais. Na visão do Vaticano, isso ameaça a "instituição familiar".

Original em: http://www.uol.com.br/fsp/mundo/ft2901200207.htm

Decretada prisão preventiva de frade por abuso sexual

Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 22/02/2002

Fortaleza - O frei Sebastião Luiz Tomaz, de 69 anos, acusado de abusar sexualmente de 21 meninas, em Santana do Acaraú, a 228 quilômetros de Fortaleza, teve prisão preventiva decretada pela juíza Solange Menezes Holanda. Por ter curso superior, ele encontra-se em prisão especial na Casa do Albergado, em Sobral, a 220 quilômetros da capital.

Ele foi indiciado por estupro presumível e atentado violento ao pudor. Nega as acusações de pedofilia. Confirma apenas que fazia doações à população carente da cidade, inclusive, às meninas que o denunciaram. O primeiro depoimento dele à Justiça foi marcado para o dia 7 de março. O advogado dele, Chagas Vasconcelos, ficou de entrar com um pedido de habeas corpus hoje à tarde no Tribunal de Justiça do Ceará.

As primeiras denúncias contra o frei Luís foram feitas no dia 16 de janeiro deste ano na delegacia de Santana. Exames de corpo de delito feitos no Instituto Médico Legal (IML) em Fortaleza confirmaram que pelo menos uma das meninas foi estuprada e outras duas tiveram relações sexuais.

Original em: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/fev/22/166.htm

EX-PADRE PEGA 10 ANOS DE PRISÃO POR ABUSO SEXUAL

Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO em 22-02-2002

BOSTON - O padre já expulso da Igreja, John Geoghan, foi condenado a uma pena de nove a dez anos de prisão por abuso sexual infantil. A sentença foi dada ontem pela juíza Sandra Hamlin, colocando um ponto final no caso ocorrido há mais de uma década. O ex-padre, de 66 anos, poderá ter liberdade condicional em seis anos. Mas sobre ele pesam mais de 100 acusações de abuso sexual. (Reuters) [i]

Original em: http://www.estado.com.br/editorias/2002/02/22/ger019.html

Padres acusam arcebispo polonês por assédio sexual

Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 24/02/2002

Um grande escândalo explodiu na Polônia neste final de semana depois das acusações de assédio sexuais feitas por padres e seminaristas contra o arcebispo de Poznan, monsenhor Juliusz Paetz, segundo o jornal "Rzeczpospolita".

Testemunhas anônimas afirmaram ao jornal que "a tendência homossexual do alto prelado da Igreja polonesa são notórias há pelo menos dois anos".

"Apesar dos protestos dos padres e dos católicos, Paetz não mudou de atitude. Foram enviadas cartas sobre seu comportamento ao bispado polonês, ao núncio apostólico em Varsóvia, a Roma e não deu em nada", segundo o jornal.

De acordo com o "Rzeczpospolita", a informação chegou ao papa João Paulo 2º por meio de um de seus amigos poloneses. "O santo papa se incomodou muito. Enviou a Poznan uma comissão e as investigações comprovaram totalmente as acusações de assédio sexual do arcebispo", disse uma fonte polonesa ao jornal.

A reportagem, publicada na primeira página do jornal, com uma foto do arcebispo, abalou bastante a opinião pública da Polônia, país de forte tradição católica.

Entrevistado por jornalistas poloneses em Roma, o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro Valls, confirmou que a Santa Sé estava informada do assunto e acompanhava-o com grande atenção e sentimento de responsabilidade, segundo a televisão da Polônia.

Monsenhor Paetz, 67, afirma que é inocente. "Jamais assediei ninguém sexualmente, nem os padres nem os seminaristas", afirmou em carta dirigida aos decanos da Cúria da diocese.

"Minhas palavras e meus atos foram mal-interpretados. Queria olhar nos olhos de quem está me acusado. Rezem por mim e pela Igreja", afirmou.

A INGERÊNCIA RELIGIOSA NAS QUESTÕES DEMOGRÁFICAS



Os Verdadeiros Interesses Por Trás da Política Natalista Defendida Pela Igreja Católica
Fernando Watson

A insistência da Igreja Católica em aferrar-se intransigentemente a posições anti-controlistas é fonte de crescente perplexidade nos segmentos mais responsáveis da sociedade. Neste livro, o autor procura demonstrar que a política natalista defendida pela Igreja, longe de se constituir num resquício de intolerância ou excessivo conservadorismo de uma doutrina religiosa ultrapassada, como supõem alguns, representa apenas uma derradeira tentativa do catolicismo romano de preservar o pouco que ainda lhe resta do seu antigo poder temporal. Além de apresentar um resumo da história da Igreja, o livro trás também uma lista de referências ao final. Razão Cultural, 1999, 239 páginas.
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