Publicado no Jornal Estado de Minas em
03/07/2000
Por mais que tentasse o Vaticano não
conseguiu impedir a World Gay Pride que fica uma semana na
cidade
CIDADE DO VATICANO O teólogo do
Papa, padre Georges Cottier, reafirmou ontem a condenação
à homossexualidade por parte da Igreja católica e
criticou a festa World Gay Pride, que começou a ser
realizada ontem, em Roma. A Igreja, sem ofender as pessoas, deve
dizer a verdade, ou seja, dizer não! , declarou o teólogo
dominicano suiço, em entrevista ao jornal católico
Avvenire .
Ao evocar a natureza mais ou menos
provocadora da World Gay Pride 2000, que será celebrado
até o dia 8 de julho na capital italiana, o padre Cottier
declarou que esta manifestação não ajuda a
compreender o problema e os dramas humanos engendrados pelo
homossexualidade . Para a Igreja, os atos sexuais só são
moralmente lícitos dentro do casamento monogâmico e
indissolúvel. Isto é válido para todos os
atos sexuais e, inclusive, para os heterossexuais , precisou.
Todas as tentativas do Vaticano para
impedir que homossexuais do mundo todo se reunissem em Roma para
celebrar a semana do orgulho gay foram inúteis. O grande
encontro, chamado de gay pride , começou este fim de
semana e vai até sábado próximo ponto alto
da manifestação, com a passeata pelas ruas do
centro histórico da cidade até o Coliseu.
Os manifestantes ainda não têm
a autorização da polícia para se aproximar
do monumento símbolo de Roma e do martírio dos
primeiros cristãos, onde o papa celebra a via crucis na
Sexta-feira Santa.
Homossexuais no Coliseu só se for
junto com os leões dizia uma das faixas que centenas de
simpatizantes do grupo de extrema direita Força Nova
exibiram sábado numa passeata de protesto contra a
manifestação dos gays. Eles pretendem impedir a
todo custo que os manifestantes cheguem ao Coliseu. Durante toda
a semana haverá concertos, desfiles de moda e debates
sobre aids, reconhecimento oficial das uniões de pessoas
do mesmo sexo e violações dos direitos humanos.
Papa condena parada gay
CIDADE DO VATICANO, 9 - O Papa João
Paulo II condenou, hoje, a Parada do Orgulho Gay que passou
pelas ruas de Roma ontem. Ele afirmou que a marcha ofende os
valores cristãos e que foi uma afronta às comemorações
do Jubileu do Ano 2000. O Papa fez as declarações
para milhares de peregrinos que estavam na Praça de São
Pedro. As informações são da Reuters
Disse-me-disse dos padres
Publicado no Jornal O GLOBO em 14/07/2000
Notícia de que padre Zezinho teria
falado mal de Marcelo Rossi agita Igreja
Polêmica na Igreja. Durante o 10º
encontro de Comunidades Eclesiais de Base, em Ilhéus
(BA), o Padre Zezinho (foto à direita), conhecido por ser
um dos primeiros padres-cantores, atacou seu colega, o Padre
Marcelo Rossi, dizendo que ele é hoje controlado pela mídia.
Seus atos são hoje controlados por marqueteiros, que
definem o que deve fazer e aonde deve ir , afirmou Zezinho. A
declaração, publicada pela Agência Estado,
gerou discussão dentro e fora da Igreja. Bispos do Rio,
como Dom Rafael Cifuentes e Dom Estevão Bittencourt, saíram
em defesa de Rossi. Acredito que Jesus teria utilizado a mídia
se ela existisse na sua época , disse Dom Rafael.
Já o advogado Sérgio D
Antino, que há 35 anos trabalha com direitos autorais e
licenciamento de produtos de estrelas como Sílvia
Poppovic e Roberta Miranda, acha que a superexposição
pode desvirtuar o objetivo inicial de Padre Marcelo: a
evangelização. Não acredito que ela faça
qualquer tipo de concessão e muito menos que seu trabalho
seja orientado por marketing , defendeu Dom Estevão.
Lula Vieira, publicitário, diz não
acreditar em nenhuma espécie de complô para
controlar o padre. Esse tipo de maquiavelismo não existe.
Mesmo se existisse, o Rossi é muito inteligente para ser
controlado. D´ Antino não concorda. Acho que se
fizessem santinhos com o rosto dele, venderiam mais do que os de
muitos Santos , diz.
Em meio ao fogo cruzado de declarações,
Padre Zezinho diz-se vítima de um engano. Jamais falaria
esse tipo de coisa.Nós temos um relacionamento ótimo.
Sempre brinco com ele dizendo que é um furacão benéfico
que está passando pela Igreja , defende-se. Já fui
procurado por uns quinze jornalistas hoje , lamentou o padre.
De férias no Chile, Marcelo Rossi
disse que não comentará as declarações.
Ele retorna ao Brasil em agosto, para dar início às
gravações de seu novo CD.