Tales de Mileto (625-558 a.C.)

 

Conhecido como o pai da filosofia grega e Ocidental, Tales de Mileto não nasceu na Grecia Propriamente dita, mas nas colonias gregas ( Jonia, Magna Grecia).  

Tales foi comerciante de sal e de azeite de oliva, e enriqueceu como proprietário de prensas de azeitona durante uma safra promissora. Sabe-se que Tales previu um eclipse ocorrido em 585 a.C.Sobre a vida de Tales pouco se sabe. De suas idéias quase nada é conhecido. Aristóteles o chama de fundador da filosofia, e lembra a sua doutrina de que a água é o elemento primordial de todas as coisas, e que para suportar as transformações e permanecer inalterada, a água deveria ser um elemento eterno. Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses", o que talvez pode ser associado à idéia de que o imã tem vida, porque move o ferro. Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações do Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos. Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arqué. Para Tales, o arqué seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água.

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A passagem da consciência mítica e religiosa para a consciência racional e filosófica não foi feita de um salto. Esses dois tipos de consciência coexistiram na sociedade grega.

De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural da filosofia grega é conhecida como período pré-socrático. Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até Sócrates (468-399 a.C.).

Os filósofos anteriores à Sócrates se preocupavam em determinar o que é uma coisa. Os pré-socráticos ocuparam-se em explicar o universo e examinavam a procedência e o retorno das coisas. Os primeiros filósofos gregos tentaram responder à pergunta: Como é possível que todas as coisas mudem e desapareçam e a Natureza, apesar disto, continua sempre a mesma? Para tanto, procuraram um princípio a partir do qual se pudesse extrair explicações para os fenômenos da natureza. Um princípio único e fundamental que permanecesse estável junto ao sucessivo vir-a-ser. Tales vai dizer que o princípio de tudo é a água; Anaximandro, o infinito indeterminado, Anaxímenes, o ar; Heráclito, o fogo; Pitágoras, o número; Empédocles, os quatro elementos: terra, água, ar, fogo, em vez de uma substância única. Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes acreditavam que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arqué

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Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.)

Discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das coisas. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos contrários em consequência do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das coisas - o arqué- não era algo visível; era uma substância etérea, infinita. Chamou a essa substância de ápeiron. Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto um o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo mas está invisível.

Anaxímenes de Mileto (588-525 a.C.)

O princípio de tudo, o arqué, seria o ar e as coisas da natureza seriam o ar condensado em vários graus. A rarefação e condensação do ar forma o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em terra, e por fim em pedra. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe a sua luz do Sol.

Xenófanes de Cólofon (570-528 a.C.)

O elemento primordial para ele é a terra, através do elemento terra desenvolve sua cosmologia.Combate acirradamente a concepção antropomórfica dos deuses, e defende um Deus único, eterno, imóvel.

Heráclito de Éfeso (540-476 a.C.)

Cognominado de "obscuro". Afirmava que todas as coisas estão em movimento como um fluxo perpétuo. O escoamento contínuo dos seres em mudança perpétua, e que esse se processa através de contrários. A lei fundamental do Universo é o devir, que significa contínuas transformações. Tudo flui e nada fica como é. Coisa alguma é estável. Tudo segue seu curso. Para Heráclito o princípio das coisas é o fogo. O fogo transforma-se em água, sendo que uma metade retorna ao céu como vapor e a outra metade transforma-se em terra. Sucessivamente, a terra transforma-se em água e a água, em fogo. Todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi há pouco e do que será depois. Afirmou: "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou." Outros filósofos pré-socráticos não acreditavam em um princípio material para a natureza. Pensavam haver um princípio lógico, como se a natureza fosse estabelecida por um pensamento.

Pitágoras de Samos

É dele a idéia de que o número é o princípio ordenador de todas as coisas. Para Pitágoras, aquele que compreende todas as relações numéricas chega à essência das coisas. Portanto, a substância das coisas é o número. Pitágoras interpretou a forma dualista da teoria dos opostos e a descoberta de ordem matemática, sobretudo do famoso teorema que lhe é atribuído.

Parmênides de Eléia (530-460 a.C.)

É a doutrina mais profunda de todo o pensamento socrático, mas tambem a mais difícil interpretação. O poema divide-se: o prólogo, o caminho da verdade e o caminho da opinião. Parmênides afirma que a única coisa eterna é o ser; as mudanças são ilusórias. Não haveria, por conseguinte, mudanças nas coisas. Para conhecer o conteúdo verdadeiro e objetivo das coisas é necessário pensar. Conhecer o ser é conhecer a verdade. Parmênides combateu Heráclito que diz que tudo flui. Para Parmênides é absurdo e impensável considerar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo. Parmênides considera que o movimento existe apenas no mundo sensível, e no mundo inteligível o ser é imóvel.

Empédocles de Agrigento (490-435 a.C.)

O princípio gerador de todas as coisas não seria um único elemento, mas quatro elementos: terra, ar, água e fogo, que se misturam em diferentes proporções e formam as várias substâncias que encontramos no mundo. O que unia e desunia os quatro elementos eram dois princípios: o amor e a luta. Os quatro elementos e os dois princípios seriam eternos, mas as substâncias formadas por eles seriam pouco duradouras.

Anaxágoras de Clazomena (500-428 a.C.)

Haveria um número infinito de elementos que Anaxágoras chamou de homeomerias, ou sementes invisíveis, que diferiam entre si nas qualidades. Todas as coisas resultariam da combinação das diferentes homeomerias.

Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)

Acha que tudo o que existe é composto de átomos. Os átomos, infinitos em número, combinam-se uns aos outros e formam todas as coisas. Os átomos são invisíveis porque são muito pequenos e também porque não possuem qualidades. No universo somente existiriam átomos e vácuo. Todas as qualidades das coisas como cor, cheiro, peso, som, beleza, vida e outras, nada mais são do que movimento e modos de ser diferentes dos agregados de átomos que formam a respectiva coisa.

 

Outros: Zenão de Eléia,Melisso de Samos, Filolau de Cróton, Arquitas de Tarento, Diógenes de Apolônia e Leucipo de Abdera.

 

Texto de autoria do internauta:

Osvaldo Camargo

Bibliografia:

1) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FILOSOFIA, A. Xavier Teles, Editora Ática Ltda, 4a edição, 1969, São Paulo-SP

2) CONVITE À FILOSOFIA, Marilena Chaui, Editora Ática, 8a edição, 1997

3) FILOSOFANDO-Introdução à Filosofia, Maria Lúcia de Arruda Aranha , Maria Helena Pires Martins, Editora Moderna, 2a edição, 1994

4) FILOSOFIA BÁSICA, Henrique Nielsen Neto, Atual Editora, 2a edição, 1985, São Paulo-SP

 

A filosofia Grega Ocidental está dividida em quatro grandes periodos:  Filosofia Antiga,   Filosofia Medieval,  Filosofia Moderna e  Contemporânea.

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FILOSOFIA ANTIGA                               

Em 479 a.C., com a vitória dos gregos sobre os persas, consolida-se a democracia em Atenas. A idéia de "homem" passa a ser identificada com a concepção de "cidadãos da pólis". As preocupações e especulações filosóficas concentram-se, a partir desse momento, não mais na relação do homem com a natureza, como ocorria nos pré-socráticos. O que importa agora é a relação entre seres humanos: a vida social.

Sócrates ( 469-399 a.C.) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos e os que o sucederam, de pós-socráticos. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: a ironia ( interrogação) e a maiêutica (concepção de idéias). Os principais representantes do período pós-socrático: Platão e Aristóteles.

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FILOSOFIA MEDIEVAL                           

A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum num ser dominado por crenças e superstições.

O período medieval não foi, porém, a "Idade das Trevas", como se acreditava. A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. Sob a influência da Igreja, as especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão.

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FILOSOFIA MODERNA                         

Pode a razão conhecer Deus? Atravessando tortuosos caminhos, o pensamento medieval não foi conclusivo. A escolástica chegou ao seu limite. A desagregação da cristandade com a reforma protestante e o renascimento cultural trouxeram novas questões. A burguesia entra em cena e caracteriza a mentalidade moderna. De modo geral, associam-se ao renascimento mudanças de ênfase nos seguintes valores: antropocentrismo, racionalismo e individualismo.

René Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna. Aplicando a dúvida metódica, chegou à celebre conclusão: "Penso, logo existo". Seu método da dúvida crítica abalou profundamente o edifício do conhecimento filosófico de sua época.

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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA    

O conhecimento amplia-se e faz surgir um novo objeto de estudo, o próprio homem. Cada época abrange uma corrente de pensamento, juntamente com seus respectivos conceitos e pensadores. Entre os filósofos idealistas estão Descartes, Leibniz, Kant e Hegel. No palco inicial do empirismo moderno os principais representantes são: Francis Bacon, Locke, Berkeley e Hume. Dentro da filosofia política destacam-se os seguintes filósofos: Aristóteles, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Engels, Maquiavel, Voltaire, Fichte,  dentre outros. Já no positivismo temos Augusto Comte. O representante da crítica ao positivismo é Bergson. Dentro da Filosofia das Ciências ou Epistemologia temos como representante Bachelard. A concepção de materialismo tem como representante Karl Marx.

Nas primeiras décadas do século XX, o mundo estava em crise. A filosofia também. Diversos pensadores passam a questionar o sentido da vida humana. Surge, assim, a tendência existencialista. Seus principais inspiradores: Kierkegaard, Nietzsche, Husserl, Heidegger e Sartre. O inconsciente representa papel fundamental na filosofia de Schopenhauer. Sob esse aspecto antecipou-se a alguns dos conceitos mais importantes da psicanálise fundada por Sigmund Freud.

O homem contemporâneo sente toda a solidão de, por conta própria, construir seu próprio destino.Vivencia, assim, um sentimento de angústia, vazio e desamparo. E parte em busca do sentido da existência, o que marcaria profundamente essa nossa época de ansiedade, o século XX.

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http://geocities.yahoo.com.br/kina1205br/contemporanea22.htm

 

 

 

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