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ATUALIDADES

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OS CRIMES DE GUERRA DE SHARON NO LÍBANO

Por Jean Shaoul

25/02/2002

Parte 3

Abaixo, publicamos a terceira e última de uma série de três partes, de um estudo examinando o papel do primeiro-ministro Ariel Sharon nos crimes de guerra cometidos durante a invasão do Líbano, em 1982, que culminou com o massacre dos refugiados palestinos de Sabra e Shatila.

Nem bem Arafat e os últimos militantes da OLP tinha partido do Líbano e as relações de Israel com seu padrinho e vassalo se deterioraram, na medida em que os interesses passaram a ficar divergentes.

Primeiro, os americanos, com a idéia de apaziguar os regimes árabes inquietos com o impacto da guerra sobre sua estabilidade doméstica, promoveram uma nova iniciativa de paz, conhecida como Plano Reagan. Este plano explicitamente rejeitava a anexação israelense, a soberania ou a dominação permanente sobre os Territórios Ocupados. Pedia por um congelamento na expansão dos assentamentos já existentes ou na construção de novos e um "governo autônomo pelos palestinos para a Cisjordânia e Gaza, em parceria com a Jordânia", conhecido como solução de confederação. Nem o governo autônomo nem as fronteiras de tal entidade foram definidas e a OLP foi excluída, mas, apesar de suas incoerências e inconsistências, o plano era mais favorável aos palestinos do que qualquer outro oferecido anteriormente.

No entanto, ainda que dependesse muito dos Estados Unidos, Israel não aceitou o plano e disse isto aberta e desafiadoramente. Sharon disse "Não só Israel não aceitará como sequer o discutirá ... Os Estados Unidos deveriam ter se resguardado de uma série de inconvenientes e frustração" não propondo isto. Israel imediatamente anunciou a criação de novos assentamentos na Cisjordânia e nas colinas do Golã.

Cabe salientar que apesar de os desentendimentos entre os Estados Unidos e Israel já estarem durando 12 meses, Reagan aumentou a ajuda militar a Israel, em 1983, e propôs que o nível fosse mantido no ano de 1984,enquanto o congresso aumentava essa ajuda mais ainda.

As relações entre o presidente eleito Bashir Gemayel, de quem Israel ficou mais dependente depois do anúncio do plano Reagan, também começaram a azedar. Pelo que tocava a Begin, agora era um tempo de restituição. Ele se reuniu com Gemayel, em 15 de setembro, em Israel, e pediu que ele assinasse um tratado de paz.

Conquanto Gemayel precisasse da ajuda israelense, ele era, acima de tudo, um nacionalista libanês. Manter o controle de um Líbano unificado significava que ele teria que cortar com os líderes muçulmanos. Assinar um acordo com Israel, agora percebido como inimigo, precipitaria a divisão do Líbano.

Begin também pediu que Gemayel entrasse em Sabra e Shatila e expulsasse os "terroristas" remanescentes, alegando que Arafat tinha deixado para trás 2.000 militantes da OLP. Esta era uma outra proposta que Gemayel não poderia implementar diretamente sem desestabilizar as relações políticas libanesas. Ele também se sentiu insultado por uma proposta de Begin de criar uma presença militar numa área de 45 quilômetros no sul do Líbano, sob controle de um outro subalterno israelense, o major Saad Haddad.

Begin também fez ver a Gemayel que ele só poderia governar o Líbano sob as ordens de Israel. Em determinado momento da reunião, Gemayel levantou os braços e disse a Begin "Coloque as algemas", antes de acrescentar "não sou seu vassalo". Ele ameaçou acusar Haddad de deserção e se recusou terminantemente a assinar qualquer tratado ou a autorizar qualquer movimento nos acampamentos. Na verdade, os falangistas estavam rachados. Alguns deles eram hostis a Israel e agora colaboravam com os sírios, que se opunham às relações de Gemayel com Israel. Gemayel teve que se equilibrar entre eles e uma variedade de diferentes grupos dentro do Líbano.

Em 3 de setembro, Israel empregou suas forças armadas para além da linha de cessar-fogo acordada anteriormente com Habib. Sabra e Shatila, nos arredores de Beirute, tornaram-se campos de refugiados para muitos palestinos que tinham fugido de suas casas. Eram áreas de maior apoio popular à OLP. As forças israelenses tiraram as minas terrestres e estabeleceram postos de observação dos campos. Apesar do fato de que era uma flagrante violação do acordo de cessar-fogo, nem os Estados Unidos nem qualquer outro contingente das forças internacionais pediram que as FDI se retirassem.

Israel pediu que o Murabitun, a maior organização paramilitar muçulmana e a mais firme aliada da OLP no Líbano, saísse de Beirute. Em 11 de setembro, os Estados Unidos retiraram o restante das forças que tinham sido enviadas para garantir a segurança dos palestinos sob o acordo Habib, duas semanas antes de seu mandato de 30 dias expirar. A retirada dos Estados Unidos determinou a partida das outras forças internacionais. O resultado evidente é que os chamados protetores dos palestinos tinham presidido o desarmamento dos palestinos e de seus aliados e os despacharam para as mãos daqueles que eles mais temiam, os israelenses e as milícias cristãs.

O massacre de Sabra e Shatila

No dia 14 de setembro, Gemayel foi assassinado em uma explosão que destruiu o quartel-general da Falange, em Beirute. Os líderes palestinos e muçulmanos negaram qualquer responsabilidade sobre o atentado.

Considerando que o edifício era o mais bem guardado de Beirute, o ataque deve ter contado com apoio interno. Nunca ficou claro quem eram os inimigos de Gemayel que o mataram.

Assim que Begin soube do assassinato de Gemayel, ele ignorou sua promessa feita aos Estados Unidos e ordenou que as FDI entrassem em Beirute Ocidental. Ele justificou sua ação a Morris Draper como necessária "para impedir atos de vingança pelos cristãos contra os palestinos" e para manter a ordem e a estabilidade depois do assassinato de Gemayel. Alguns dias mais tarde, Sharon revelou um segredo. "Nossa entrada em Beirute Ocidental foi para acabar com a infra-estrutura deixada pelos terroristas", disse ele no Knesset, o parlamento israelense. Com isto ele queria se referir aos civis palestinos e seus aliados muçulmanos.

Sharon ordenou ao chefe do Estado Maior, Rafael Eitan, que mais tarde formaria o partido de ultra-direita, o Tehya, que deixasse a milícia falangista entrar nos campos, a fim de "varrer" os terroristas. As FDI não precisavam realizar a operação. Seus agentes poderiam fazer o serviço sujo por elas. O correspondente do New York Times, David Shipler, explicou o por quê. Ele disse que no início de junho, "os oficiais israelenses falaram secretamente de um plano, que estava sendo considerado pelo ministro da Defesa, Ariel Sharon, que era o de permitir que os falangistas entrassem em Beirute Ocidental e nos campos, contra a OLP. O cálculo era de que os falangistas, com antigas contas a acertar e com a informação detalhada sobre os militantes palestinos, seriam mais implacáveis do que os israelenses e provavelmente mais eficazes."

Eitan baixou a Ordem n° 6 declarando que "os soldados israelenses não entrariam nos campos de refugiados (Sabra e Shatila). A busca e liquidação dos campos serão feitas pelos falangistas e o exército libanês." Ele contatou Elie Hobeika, o comandante falangista assassino da Brigada Damouri, e lhe disse que queria que seus homens fizessem o serviço.

No dia 15 de setembro, as FDI tornaram a entrar em Beirute e assumiram o controle, matando 88 pessoas e ferindo 254. Em seguida, cercaram e fecharam Sabra e Shatila, tendo atacado os campos menores ao longo do caminho. Ás 11:20, do dia 16 de setembro, Israel admitiu que controlava os campos. Uma declaração da imprensa israelense anunciava: "As FDI estão no controle de todos os postos chaves de Beirute. Os campos de refugiados que abrigam concentrações terroristas permanecem cercados e fechados".

Naquele mesmo dia, cerca de 50 soldados de Haddad, que estavam virtualmente integrados ao exército israelense e operavam sob suas ordens, foram trazidos de Beirute. Juntamente com cerca de 100 falangistas, eles entraram em Sabra e Shatila - uma força ridiculamente pequena se realmente houvesse um arsenal de armas e 2.000 guerrilheiros armados nos campos, conforme Sharon alegara.

São muitos os jornalistas, inclusive Robert Fisk, que escreveram livros sobre os dolorosos acontecimentos de Beirute, baseados em seus próprios testemunhos e em entrevistas realizadas com os sobreviventes. Outros aspectos da história foram reconstituídos pela Comissão Kahan, a comissão de inquérito israelense oficial sobre o massacre. Mas, dois pontos precisam ser salientados: ninguém jamais descobriu qualquer arma nos acampamentos e a entrada da milícia cristã não foi precedida de qualquer luta. Em outras palavras, os acontecimentos que se seguiram foram um massacre premeditado de inocentes civis. Nas 36 horas seguintes, os agentes de Israel, os grupos da milícia cristã, prosseguiram na devastação, estuprando e matando as pessoas indiscriminadamente com facas e revólveres. As pessoas eram torturadas, inclusive mulheres grávidas e os corpos de muitas vítimas estavam mutilados.

Testemunhas oculares atribuíram a maioria das mortes às forças de Haddad, mas os falangistas, sob o comando de Eli Hobeika, não foram menos sanguinários. Um falangista perguntou a Hobeika, pelo rádio, o que deveria fazer com 50 mulheres e crianças palestinas. Ele respondeu "Esta é a última vez que você me faz esta pergunta. Você sabe exatamente o que deve fazer." O soldado deu uma risada em resposta.

Houve vários relatos de que centenas de homens foram encurralados antes e depois do massacre e levados para os campos de detenção israelenses no sul do Líbano. Muitos deles nunca mais foram vistos de novo. Ainda que o número exato de mortos e feridos não seja conhecido, Israel estima que cerca de 800 foram mortos, embora o Crescente Vermelho palestino tenha colocado este número em 2.000. Pelo menos um quarto deles eram muçulmanos xiítas libaneses.

As atrocidades foram executadas diante dos soldados israelenses que se encontravam nos postos de observação dos campos. À noite, os soldados libaneses já estavam contando ao Crescente Vermelho as atrocidades relatadas a eles pelas mulheres palestinas dos campos. Na manhã do dia 17 de setembro, o jornalista Ze'ev Schiff, do Ha'aretz, descobriu o que estava acontecendo e relatou ao governo israelense, embora ele não tenha tornado público, e apesar do fato de jornalistas estrangeiros já estarem começando a relatar as atrocidades. O ministro do Exterior, Yitzhak Shamir, que mais tarde se tornou primeiro-ministro, alegou que ele não tinha entendido a mensagem. Mas, mesmo antes disso, um comandante da Falange tinha passado um rádio para o general Yaron informando que "300 civis e terroristas foram mortos."

Mais tarde daquele mesmo dia, o chefe do estado-maior, Eitan, e os generais Drori e Yaron, se encontraram com o comando falangista e parabenizaram-nos por "terem feito um bom trabalho" e os autorizaram a trazer soldados descansados para completar o trabalho. À tarde, pelo menos 45 soldados israelenses sabiam o que estava acontecendo. Os palestinos estavam suplicando a eles que parassem com o banho de sangue. Eles se recusaram.

O serviço de inteligência dos Estados Unidos também soube das mortes. Morris Draper, o enviado especial dos Estados Unidos, não teve dúvida sobre o papel de Israel. No dia 17 de setembro, ele exigiu de Israel: "Vocês devem acabar com os massacres. Eles são obscenos. Eu tenho um oficial no campo contando os corpos. Vocês deveriam ter vergonha. A situação é péssima. Eles estão matando crianças. Vocês têm o controle absoluto da área e, portanto, são responsáveis por ela" (grifos do autor)

As palavras de Droper foram a confirmação, como se fosse preciso, da responsabilidade de Israel diante da legislação internacional e dos termos do acordo promovido por Habib para a segurança da população civil de Beirute. Ele já tinha advertido na tarde anterior (16 de setembro), quando o massacre já estava em pleno ritmo dos "resultados terríveis" que se seguiriam se a milícia tivesse permissão para entrar nos campos. Mas, foi somente em 18 de setembro, 36 horas depois de a carnificina ter começado, que os israelenses ordenaram que a milícia saísse dos campos. O general Yaron mais tarde disse que fizeram isto não por razões humanitárias mas por causa da pressão dos americanos, uma admissão que somente serve para realçar a recusa criminosa dos Estados Unidos de refrear seu cliente por todo o período.

O registro mostra que, qualquer que seja o critério adotado, Sharon é um criminoso de guerra, cuja história de atividades assassinas e violações das normas de guerra para alcançar os objetivos políticos e econômicos do sionismo já duram meio século.

O registro também mostra que o massacre não só foi apoiado pelos israelenses como também só foi possível por que os Estados Unidos desprezaram as garantias explícitas das quais dependiam o acordo para a saída da OLP. Os Estados Unidos jamais apresentaram um protesto formal sobre a invasão de Beirute e sobre o que aconteceu em Sabra e Shatila. Mais uma vez, o que quer que seja que mostre em público, no particular Israel teve a aprovação para prosseguir.

A Comissão Kahan

Conquanto nenhum regime árabe tenha levantado um dedo para socorrer os palestinos, foi a classe trabalhadora israelense que disse que não tinha sido preparada pelo seu governo para organizar a eliminação de palestinos e pediu uma suspensão do pogrom. Sabra e Shatila provocou uma reação mundial, mas, mais importante, dentro de Israel 400.000 pessoas, uma em cada dez pessoas, manifestaram nas ruas de Tel Aviv sua oposição ao governo de Begin e exigiram um inquérito.

A Comissão Kahan foi criada numa tentativa de aplacar a ira pública. O relatório de 1983 foi limitado nos objetivos e meio que disfarçado. No entanto, as evidências que produziu deram um contorno mais amplo aos acontecimentos de 16 a 18 de setembro e ao papel de Israel neles. Suas conclusões, no entanto, não resultaram das provas apresentadas.

Limitou-se às circunstâncias imediatas e ignorou o contexto e o "desaparecimento" subseqüente de palestinos nas mãos das FDI e de seus agentes no sul do Líbano. O título do relatório ignorou qualquer menção aos palestinos. Excluiu qualquer consideração a respeito das responsabilidades legais de Israel diante do direito internacional e de suas obrigações decorrentes do acordo no qual era parte, adotando o expediente de não conseguir definir Beirute como estando sob controle de um poder ocupante. O relatório concluiu que as FDI não participaram da matança, uma afirmação que nunca foi feita seriamente. A Comissão aceitou as justificativas do governo e das FDI de enviar a milícia cristã e concluiu que as FDI não sabiam do que estava acontecendo nos campos, apesar dos relatos de testemunhas em contrário.

O relatório rejeitou a acusação de que as FDI tinham "conhecimento prévio" das conseqüências, mas não aceitou a afirmação de Begin de que o governo israelense não esperava ou tinha previsto as trágicas conseqüências ao enviar a milícia cristã para os campos. A Comissão observou que, durante os encontros secretos entre Bashir Gemayel e os agentes do Mossad, os oficiais israelenses "ouviram coisas de (Bashir) que não davam margem a dúvida de que a intenção do líder da Falange era a de eliminar o problema palestino no Líbano, assim que chegou ao poder - mesmo que isto significasse a utilização de métodos absurdos contra os palestinos". Além do mais, os generais israelenses admitiram que eles usaram a milícia falangista porque ela poderia dar ordens ao exército libanês que eles não poderiam.

Interessante também, a Comissão colocou todas as acusações de atrocidades sobre a Falange chefiada por Hobeika e negou os "rumores" de que Haddad e suas forças tinham desempenhado qualquer papel na matança ou que sequer estivesse presente, muito embora várias testemunhas tenham confirmado suas atividades assassinas. No entanto, a Falange teve aliados políticos mais próximos do que Haddad: eles foram treinados pelos israelenses, armados com as mesmas armas e executaram os mesmos serviços para Israel em Beirute, conforme Haddad tinha feito no sul.

Esta boa-vontade de apontar o dedo para a Falange só pode ser compreendida no contexto dos planos de Israel para o futuro. Até onde interessava a Israel, depois do assassinato de Gemayel os falangistas tiveram uma sobrevida política, embora ainda tivessem seu uso militar. Isto significava que Israel estava cada vez mais confiante em que as forças de Haddad desempenhariam um papel chave como seus policiais no sul do Líbano. Isto também explica por que o testemunho de Hobeika na corte belga foi tido como prejudicial a Sharon. Ele estava preparado para entornar o caldo, alegando que tinha registros em vídeo e outros provas que poderiam confirmar o papel de Sharon no caso.

A Comissão atribuiu algumas "responsabilidades indiretas" pelo massacre a Israel. Ela condenou Begin, Sharon e os generais com variados graus de severidade, concluindo que Sharon teve "responsabilidade pessoal" pelo que aconteceu nos campos e recomendou sua remoção do cargo. Sharon foi afastado de seu posto como ministro da Defesa, mas manteve sua cadeira no gabinete como ministro sem pasta.

A Comissão não fez qualquer recomendação ao chefe do Estado Maior, Rafael Eitan - o homem que esperou pelo massacre, que permitiu a substituição  dos soldados que tinham feito um bom trabalho e que mentiu sobre o papel das FDI - porque, logo, ele se aposentaria. Eitan continuou membro do Knesset, como fundador de um partido de ultra-direita.

O general Yaron, que soube das mortes logo no início da noite e não fez nada, foi suspenso por três anos. Um pouco depois ele foi indicado para um cargo no exército e, em 1986, foi recompensado com o cargo de adido militar em Washington. A Comissão recomendou que o diretor do serviço de inteligência militar fosse demitido e que recebesse considerável responsabilidade "sem recurso a qualquer recomendação futura."

Foram cerca de 20 anos para que Ariel Sharon, o homem que em 1983 não se enquadrava para ser o ministro da Defesa, fosse guindado ao mais alto posto de primeiro-ministro. Sabra e Shatila lhe granjearam credenciais impecáveis até onde interessava a direita israelense. O programa palestino que ele sustentou durante décadas - seja pelo genocídio seja pela limpeza étnica - suplantou a promessa de uma solução de dois estados incorporada pelos acordos de Oslo, em 1993. Agora a extrema direita está defendendo abertamente uma "transferência de população" da Cisjordânia, um fim para a "moderação" e a reocupação dos territórios tomados na guerra de 1967, medidas que exigem um banho de sangue que sobrepujaria Sabra e Shatila em selvageria.

Fim

Bibliografia:

R. Brynon, Security and Survival: The PLO in Lebanon, Westview Press, 1990.
N. Chomsky, The Fateful Triangle: The United States, Israel and the Palestinians, Pluto Press, 1999.
R. Fisk, Pity the Nation, Oxford University Press, 1990
T. Friedman, From Beirut to Jerusalem, HarperCollins, 1989.
Z. Schiff and E. Ya’ari, Israel’s Lebanon War, 1985.

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