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Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

 

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O LIVRO DO MAGREBE, SÉCULO XIII

 

Ibn Said foi um escritor muçulmano espanhol do século XIII. Ele descreve a cultura mourisca dos espanhõis em toda a sua riqueza e também explica as divisões culturais que possibilitaram a conquista cristã da região.

Andalus (península ibérica), que foi conquistada no ano 92 da Hégira, continuou por muitos anos na dependência do califado oriental, até que foi arrebatada por um dos sobreviventes da família omíada, que dominou o país e formou ali um reino independente, que legou à posteridade. Durante três séculos e meio, Andalus, governada por príncipes desta dinastia, alcançou o mais elevado  grau de poder e prosperidade, até a eclosão de uma guerra civil entre seus habitantes, os muçulmanos, que, enfraquecidos por discórdias internas, tornaram-se presas de cristãos ardilosos, e o território do Islam foi reduzido consideravelmente, tanto que no momento os adoradores do crucificado já detêm grande parte do Andalus em suas mãos e seu país foi dividido em vários reinos poderosos, cujos governantes se ajudam mutuamente sempre que os muçulmanos atacam seus territórios. Isto me traz à lembrança as palavras de um geógrafo oriental que visitou Andalus, no século IV da Hégira (século X d.C), e durante a época próspera do califado de Córdoba. Refiro-me a Ibnu Haukal Annassibi, que, descrevendo Andalus, refere-se a seus habitantes em termos muito desfavoráveis. Como suas palavras exigem resposta, transcreverei aqui toda a passagem. Diz ele:

"Andalus é uma ilha extensa, medindo um pouco menos de um mês de marcha, de comprimento, e vinte e tantos dias de largura. É rica em rios e mananciais, é repleta de árvores e plantas de todo feitio e é suprida com tudo que acrescente conforto à vida; os escravos são gentis e podem ser encontrados por um preço accessível por conta de sua grande quantidade; devido também à fertilidade da terra, que rende toda a espécie de grãos, vegetais e frutas, assim como à quantidade e qualidade de suas pastagens, nas quais inúmeros rebanhos pastam, a comida é excessivamente abundante e barata, e, por isso, os habitantes são dados à indolência e preguiça, permitindo que as camadas mais baixas da sociedade se sobreponham a eles e conduzam seus negócios. Devido a isto, é realmente impressionante como a ilha (isto é, a península) de Andalus ainda esteja nas mãos dos muçulmanos, sendo, como são, um povo de hábitos viciados e de inclinações baixas, mente estreita e completamente destituídos de firmeza, coragem e dos equipamentos militares necessários para enfrentar, cara à cara, as fantásticas nações de cristãos que os circundam de todos os lados e por quem são constantemente assaltados."

Essas são as palavras de Ibnu Haukal, mas, se a verdade deve ser dita, não sei a quem elas se referem. Aos meus compatriotas, certamente que não, ou se forem, é uma calúnia terrível, porque, se há um povo na terra que seja famoso por sua coragem, qualidades nobres e bons hábitos, este povo é o muçulmano de Andalus; e na verdade, sua rápida resposta para lutar contra o inimigo comum, sua constância na defesa de seus princípios religiosos e sua firmeza nas dificuldades e privações de guerra, tornaram-se proverbiais. Portanto, quanto a isso, Ibnu Haukal está decididamente equivocado, porque, como diz o provérbio, "por vezes, a língua do gago é mais eloquente do que a língua da eloquência." Quanto à outra acusação, isto é, a de serem destituídos de sentimentos, sabedoria e talendo, seja no campo ou na administração, queria Deus que o julgamento do autor estivesse correto, porque então a ambição dos líderes não se teria levantado e os muçulmanos não se teriam voltado contra os peitos uns dos outros e desaparecidos no sangue uns dos outros, das armas que Deus o Poderoso colocou em suas mãos para a destruição e aniquilamento do cristão infiel. Mas, perguntamos: Em que discordam aqueles sultões e califas carentes de prudência e talento, que governaram este país por mais de 500 anos e que administraram seus negócios em meio a guerras externa e civil? Será que aqueles guerreiros destemidos eram  destituídos de coragem e conhecimento militar, os mesmos que resistiram nas fronteiras do império muçulmano ao choque terrível das inúmeras nações infiéis que habitam dentro e fora de Andalus, cujos territórios extensos cobrem uma superfície correspondente a 3 meses de marcha e dos quais todos correram para as armas na hora de defender a religião do crucificado? E se é verdade que no momento em que escrevo os muçulmanos foram visitados pela cólera do céus e que o Todo Poderoso enviou a derrota e a vergonha aos seus exércitos, devemos pensar sobre isso no tempo quando os cristãos, orgulhosos de seu sucesso, levaram suas armas até a Síria e Mesopotâmia, invadiram os territórios vizinhos ao país, que é o lugar de encontro dos muçulmanos e a cúpola do Islam, cometeram toda a espécie de rapina e depredação, conquistaram a cidade de Aleppo e suas cercanias e praticaram outros atos que estão suficientemente declarados nas crônicas da época? Não, em hipótese alguma é para se pensar nisso, principalmente quando se presta a devida atenção à forma pela qual os muçulmanos andalusos chegaram ao atual estado de fraqueza e degradação. O processo é o seguinte: os cristãos descerão de suas montanhas, cruzarão a planície e farão uma incursão no território muçulmano; lá eles tomarão um castelo e o ocuparão: devastarão o país vizinho, tornarão seus habitantes cativos e então voltarão para seu país com tudo o que puderem pegar, deixando, não obstante, fortes guarnições nos castelos e torres capturados por eles. Nesse meio tempo, o rei muçulmano, em cujos domínios a invasão foi feita, em lugar de se ocupar de seus próprios interesses e cuidar da doença, cauterizando-a, estará declarando guerra a seus vizinhos, e isto ao invés de defender a causa comum, a causa da religião e da verdade, - ao invés de cuidar de seu irmão, se aliará para privá-lo de qualquer domínio que ainda esteja em suas mãos. Portanto, por um mal insignificante em princípio, surgirá uma calamidade irreparável, e os cristãos avançarão mais e mais até que subjuguem todo o país exposto por suas invasões, onde, uma vez estabelecidos e fortificados, dirigirão seus ataques para uma outra parte do território muçulmano e cumprirão a mesma guerra de estragos e destruição. Nada disto, no entanto, existia na época em que Ibnu Haukal visitou Andalus; porque, embora Ibnu Hayyan e outros escritores nos digam que os cristãos começaram a alcançar poder desde a época de Abdul Rahman (912-961) e a incomodar os muçulmanos nas fronteiras, no entanto é evidente que até a eclosão das guerras civis, que irromperam com uma rara violência em todo Andalus, as invasões dos bárbaros nas extensas e desprotegidas fronteiras do império muçulmano não tinham muita consequência.

Mas, voltando ao nosso assunto. Durante os primeiros anos após a conquista, o governo do Andalus foi conferido a comandantes militares indicados pelos vice-reis da África, os quais eram, eles mesmos, indicados pelos califas de Damasco. Estes governantes congregaram em suas mãos o comando dos exércitos e o poder civil, mas, sendo removidos tão logo eram nomeados, ou depostos por insurreições militares, reinava muita confusão e desordem no estado, e o estabelecimento e consolidação do poder muçulmano no Andalus foram frustrados. Não foi senão após a chegada de um omíada a Andalus que se pode dizer que o edifício do Islam passou a repousar em fundações sólidas. Quando Abdul Rahman Ibn Mu'awiyeh conquistou o país, quando cada rebelde se submeteu a ele, quando todos os seus opositores juraram obediência a ele, e sua autoridade foi universalmente reconhecida, então sua importância cresceu, sua ambição se espalhou mais amplamente e ele e seus sucessores mostraram o  maior esplendor de sua corte, e de suas pessoas e de seu séquito, assim como o grande contingente de oficiais e funcionários do estado. No início, eles se contentaram com o título de Benti-l-khaliyif (filhos dos califas), mas no curso do tempo, quando os limites de seu império tinham se ampliado consideravelmente em razão de suas conquistas, eles passaram a se denominar Omara-l-mumenin (príncipes do crentes). De um modo geral, sabe-se que a força e a solidez de seu império consistiam principalmente na política perseguida por esses príncipes, a magnificência e o esplendor com que cercavam sua corte,  na admiração reverencial  que inspiravam a seus súditos, o rigor inexorável com o qual eles puniam toda agressão aos seus direitos, a imparcialidade de seus julgamentos, sua presteza na observância da lei civil, o respeito e atenção para com os instruídos, cujas opiniões eles respeitavam e seguiam, chamando-os e admitindo-os em seus conselhos, e muitas outras qualidades brilhantes, como provam os frequentes relatos que aparecem nos trabalhos de Ibnu Hayyan e de outros escritores; como, por exemplo, o de que sempre que um juiz convocava um califa, seu filho, ou qualquer outro de seus mais queridos favoritos, a aparecer em sua presença como testemunha num caso jurídico, quem quer que fosse o convocado, deveria ir em pessoa - mesmo o califa, independente do respeito pela lei - e se um súdito, por temer incorrer no desagrado do mestre.

Mas, quando este princípio salutar e justiça imparcial desapareceram, começou a decadência do império, seguindo-se sua completa ruína. Já observei que os príncipes daquela disnatia eram, no início, do estilo Omard-bnci-l-khalafa (emires, filhos dos califas), mas no final eles assumiram o título de Omara-l-mumenin (príncipes dos crentes). Isto continuou até a época infeliz da guerra civil, quando os membros sobreviventes da família real odiavam-se uns aos outros e quando aqueles que não tinham nobreza nem as qualidades exigidas para honrar o califado pretendiam e queriam tomá-lo; quando os governadores das províncias e os generais dos exércitos se declararam independentes e se rebelaram, tomando o título de Moluku-t-tawdyif (reis dos pequenos estados), e quando a confusão e a desordem atingiram o seu auge. Esses reinos insignificantes, sobre os quais lê-se a khutbah (sermão da sexta-feira) para os califas da casa de Marwan - em cujas mãos nenhum poder permaneceu - enquanto outros proclamavam os sultões abássidas e reconheciam seu Imam, todos começaram a exercer os poderes e a usar os símbolos da realeza, assumindo até títulos e nomes de antigos califas e imitando em tudo o comportamento e esplendor dos reinos mais poderosos - uma coisa que eles eram capazes de realizar em razão dos grandes recursos dos países que eles governavam - porque, embora Andalus fosse dividida em vários reinos insignificantes, no entanto, tal era a fertilidade da terra e a quantidade de impostos arrecadados dela que o chefe de um estado pequeno podia às vezes mostrar uma corte maior em esplendor do que a do governante. Contudo, o maior entre eles não hesitou em assumir, conforme já observei, os nomes e títulos dos mais famosos califas do oriente, como por exemplo, Ibnu Rashik Al-kairwini diz que Abbd Ibn Mohammed ibn 'Abbad tomou o sobrenome de Al-mu'atadhed, e imitou em todas as coisas o modo de vida e comportamento do califa abássida Al-mu'atadhed-billah.

Enquanto a dinastia omíada ocupou o trono de Córdoba, os sucessores de Abdul Rahman inspiraram em seus súditos o amor a eles, misturado com admiração reverencial; isto eles conseguiram cercando sua corte de esplendor, mostrando grande brilho sempre que apareciam em público, e empregando outros meios a que eu já me referi,não sendo necessário repetir que eles continuaram até a época da guerra civil, quando, tendo perdido a afeição do povo, seus súditos começaram a olhar com desconfiança para a despesa pródiga e a pompa extravagante com que se cercavam. Então chegou Benf Hamud, descendentes de Idris, de 'Ali Ibn Abi Talib, que, tendo tomado o califado das mãos de Benf Marwan, governou por algum tempo a maior parte de Andalus. Esses príncipes mostraram também grande ostentação e assumiram os mesmos títulos dos califas abássidas, seguiram seus passos em tudo que se referisse aos assuntos da corte e das pessoas; por exemplo, sempre que um munshid queria exteriorizar alguns versos em louvor ao soberano ou a qualquer assunto particular, o poeta ou peticionário era levado à presença do califa, que ficava sentado atrás de uma cortina e falava sem se mostrar.Assim, quando Ibnu Mokond Al-lishboni (de Lisboa), o poeta, apareceu na presença de Hdjib de Idris Ibn Yahia Al-hamyudi, que havia se proclamado califa de Málaga, para recitar o seu kassidah que é muito conhecido pelas rimas em min, quando chegou na parte que diz

O semblante de Idris, filho de Yahya, filho de Alf, filho de Hamild, príncipe dos crentes, é como o nascer do sol; ofusca os olhos daqueles que olham para ele.Deixe-nos ver, deixe-nos agarrar os raios daquela luz, porque esta é a luz do mestre dos mundos.

o próprio sultão abriu a cortina que o velava e disse ao poeta: "Olhe, então" e mostrou-se bastante afável com Ibn Mokena e o recompensou magnanimamente.

Mas, quando, em decorrência da guerra civil, o país se viu dividido em vários principados insignificantes, os novos monarcas seguiram uma linha política bem diferente; porque, querendo ser mais populares, eles tratavam seus súditos com uma familiariedade maior e tinham uma relação mais frequente com todas as classes sociais; muitas vezes visitavam as tropas e as províncias; chamavam a sua presença médicos e poetas e queriam ser tomados desde o começo de seus reinados, como os patronos da ciência e literatura: mas, até isso contribuiu para a diminuição da autoridade real, que se tornava, a cada dia, menos ameaçadora; além disso, o uso dos exércitos muçulmanos durante as longas guerras civis para lutarem entre si, não era bem visto pelos habitantes das diferentes províncias; os laços que os uniam tornaram-se fracos e vários estados independentes foram criados, cujos governos passavam de pai para filho, da mesma forma que o império de Córdoba tinha sido transmitido aos filhos e herdeiros dos califas. Assim, separados uns dos outros, os muçulmanos começaram a se considerar membros de diferentes nações e a cada dia ficava mais difícil uni-los em torno de uma causa comum; e devido às suas divisões e à inimizade mútua, assim como aos interesses sórdidos e à ambição extravagante de alguns reis, os cristãos conseguiram atacá-los e subjugá-los, um após o outro. No entanto, com a chegada de Beni 'Abdu-l mumen, todos aqueles estados se juntaram em um e todo Andalus reconheceu sua dominação e continuou por muitos anos a ser governado por seus sucessores, até que a guerra civil eclodiu de novo, Ibn Hud Almutawakel, se rebelou e encontrando o povo de Andalus contrariado com os almoádas e ansiosos por abalar seu jugo, ficou fácil para ele tornar-se senhor do país. No entanto, Ibn Hud seguiu a política de seus antecessores (os reis dos pequenos estados); ele até ultrapassou-os em loucura e ignorância as normas de um bom governo, porque ele costumava caminhar pelas ruas e mercados, conversando e rindo com as camadas mais baixas da população, fazendo perguntas e praticando atos inadequados para a sua elevada condição e que ninguém tinha antes visto um sultão praticar, a ponto de se dizer, não sem razão, que ele não parecia um rei. Loucos, e o vulgo ignorante parecia, é verdade, olhar com espanto e prazer para esta intimidade, mas, como o poeta disse são coisas que fazem os loucos rir,  mas cujas consequências os sensatos aprenderam a temer. Esses sintomas foram crescendo até chegar às cidades populosas e as províncias mais extensas tornarem-se presas dos cristãos e todos os reinos foram tomados das mãos dos muçulmanos.

Uma outra circunstância muito grave acrescentou mais um ingrediente à calamidade geral, isto é, a facilidade com que o poder trocava de mãos. Quem quer que tenha lido atentamente sobre o que dissemos a respeito do modo de alcançar e usar o poder real em Andalus, precisa se convencer que nada era tão fácil, principalmente nos últimos tempos, até chegar a isto. O processo é o seguinte: sempre que se sabe que um cavaleiro ultrapassa seus compatriotas em coragem, generosidade ou qualquer outra qualidade que faça essa pessoa querida pelo vulgo, o povo apega-se a ele, toma seu partido, e acaba por proclamá-lo rei, sem levar em consideração sua ascendência ou se seu sangue é real ou não. O novo rei então transmite o estado como uma herança para seu filho ou parente mais próximo, e assim uma nova dinastia se forma.  Como prova disso, posso citar um caso que aconteceu entre nós: um certo capitão ficou famoso pelos feitos e vitórias conseguidas sobre o inimigo, assim como por seu caráter generoso e liberal em relação aos cidadãos e ao exército; subitamente, seus amigos e partidários resolveram levá-lo ao trono; e não pararam de trabalhar, de chamar o povo para as suas fileiras e de lutar contra seus opositores, até que o objetivo deles estivesse cumprido e que seu amigo estivesse firmemente estabelecido no trono. Agora o povo do oriente está mais cauteloso no que se refere à sucessão e às mudanças na dinastia reinante; evitarão por todos os meios possíveis e farão o melhor para deixar o poder em mãos da família reinante, ao invés de permitirem que dissenções e discórdias minem as fundações do estado e introduzam a dissolução e corrupção no corpo social.

Entre nós, a mudança de dinastia é uma constante e o atual governante de Andalus, Ibnu-l-ahmar, é um outro exemplo do que eu adiantei. Ele foi um bom soldado, e teve muito sucesso em algumas incursões contra os cristãos, cujos territórios ele invadia frequentemente, saindo, à frente de seus seguidores, de um castelo chamaddo Hisn-Aijanah, onde ele geralmente ficava. Sendo um homem astuto e versado em todos os estratagemas de guerra, raras vezes ele partia numa expedição sem retornar vitorioso e carregado de despojos, razão por que ele acumulou grande riqueza e o número de partidários e seguidores cresceu consideravelmente. Por fim, sendo tomado pela ambição de conseguir o poder real, ele, a princípio, mandou que suas tropas o proclamassem rei; em seguida, saindo de sua fortaleza, ele tomou posse de Córdoba, marchou para Sevilha, ocupou-a e matou seu rei Al-baji. Depois, ele dominou Jaen, a mais forte   e importante cidade de toda Andalus, devido a seus muros e à posição que ela ocupa, conquistou igualmente Málaga, Granada e seus distritos, e assumiu o título de Amiru-l-moslemin (príncipe dos muçulmanos); e, no momento em que escrevo, ele é obedecido em toda Andalus e todos procuram sua proteção e aconselhamento.

 


De Ibn Said, Book of the Maghrib, in Ahmed ibn Mohammed al-Makkari, The History of the Mohammedan Dynasties in Spain, traduzido por Pascual de Gayangos s, (London: Oriental Translation Fund, 1840), 1, 95-102


 

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(c)Paul Halsall Jan 1996
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