Brasília, terça-feira, 12 de agosto de 2003
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Correio 2003

  

A evolução da espécie

Do boing-boing à rede neural: em 40 anos, games passaram das linhas e pontos a personagens que até namoram e dormem. Conheça um pouco mais dessa trajetória

Da Redação

 
As telinhas dos primeiros jogos eletrônicos, como Space Wars e Pong, eram escuras e mostravam gráficos muito simples, com linhas e pontos. Boing-boing, ping, pong e bummmm eram os únicos sons reproduzidos. No entanto, mesmo faltando ação e cor, esses games divertiam a rapaziada. Como era de se esperar, o desenvolvimento tecnológico foi ao outro extremo e o mundo virtual ganhou a terceira dimensão (3D) e personagens cada vez mais complexos — como os bonequinhos do The Sims que tomam banho, trabalham, dormem e até namoram. Ou os personagens inteligentes do Enter the Matrix, que perseguem carros e lutam kung fu.

  A trajetória dos videogames é contada na exposição Game o quê?, organizada pelo Itaú Cultural e que está sendo realizada até o final de setembro, em São Paulo. Nela, os visitantes podem brincar com os games que marcaram diferentes gerações e acompanhar o desenvolvimento tecnológico de cada um. O resto do país fica na vontade, enquanto os expositores não decidem se farão uma turnê pelo Brasil. Se serve de consolo, a mostra pode ser ‘‘visitada’’ virtualmente, no site http://www.itaucultural.org.br/.

  Embora muita gente pense que videogame é coisa recente, lá se vão mais de 40 anos de história — foi em 1961 que o Instituto Tecnológico de Massachusetts, o MIT, criou o primeiro jogo de computador, o Space Wars. No início, os jogos eram compostos por apenas duas cores e pouca variação no som. Com o tempo, os jogos eletrônicos passaram a ser um produto comercial e se sofisticaram, acompanhando o aumento de capacidade de processamento dos computadores.

  O Apple I, por exemplo, que é considerado o primeiro microcomputador da história, foi criado por Stephen Wozniak para impressionar em joguinhos. Com o advento dos primeiros consoles de videogame e do microcomputador, nos anos 70, os jogos passaram de fase — das universidades para a sala de TV.

  O engenheiro Marcos Cuzziol, gerente do Itaulab, conta que a evolução gráfica e sonora dos joguinhos são as mais perceptíveis. Mas também pode-se notar uma grande diferença no comportamento dos personagens ao longo dos anos. No começo, eram simples bolinhas batendo de um lado para o outro. ‘‘Agora, os ‘atores’ têm comportamento definido, seguem regras e cumprem objetivos’’, explica.

  A evolução chegou a tal ponto que os personagens dos jogos já conseguem imitar de forma simplificada as atitudes humanas. Isso acontece, por exemplo no jogo Black and white, graças à chamada rede neural, uma técnica de programação que simula inteligência artificial. Além disso, os personagens vivem em ambientes sofisticados e contam histórias mais profundas. ‘‘O game deixa de ser algo simplesmente de adrenalina e passa a instigar o questionamento’’, conta Marcos.
  
Lúdico e educativo
Essa mudança no conteúdo dos jogos ajudou a modificar o pensamento de pais e professores. Antes, os games só serviam para a diversão ou eram símbolos de estímulo à violência. Atualmente, já se acredita que esses joguinhos sejam capazes de auxiliar o desenvolvimento motor e psíquico das crianças.

  O professor Gilberto Lacerda, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, acredita que jogos mais elaborados podem criar um ambiente propício para a aprendizagem dos alunos. ‘‘O lúdico e o educativo juntos sempre rendem bons resultados’’, diz. Para Gilberto, o que conta é a qualidade do professor. Se esse estiver bem preparado, vai conseguir se apropriar dessa linguagem para inventar um uso na sala de aula.

  É possível utilizar simuladores de vôo para ensinar matemática. O professor cita também o jogo Age of Empires, um jogo de guerra entre povos da antigüidade. Segundo Gilberto, a ficção encontra a criança mais rapidamente que qualquer outro material didático. ‘‘É muito útil para ensinar história. Isso acontece porque o jogo é interativo, e o mundo é assim’’, conta. Por isso, o professor defende que a escola precisa se adaptar à linguagem da interação e construção coletiva, como a existente nos joguinhos.


A história dos joguinhos

Da Redação

As novas gerações, familiarizadas com o The Sims e o Enter the Matrix, sequer fazem idéia de como eram os primeiros joguinhos. Faltavam efeitos especiais, som e personagens quase reais, ao contrário do que vemos hoje. A viagem pela história da evolução dos videogames é uma forma de recuperar essa memória. Significa entender as modificações gráficas e tecnológicas que aconteceram com os jogos eletrônicos ao longo de 40 anos. Veja os 12 games que fizeram ou que ainda fazem a diversão da garotada.

Em exposição

Divulgação
 

Space Wars

   Criado por um estudante do Instituto Tecnológico de Massachusetts, o MIT, na década de 60, Space Wars foi o primeiro jogo eletrônico e a primeira simulação de computador a exibir uma representação gráfica. O jogador tinha que destruir todas as naves alienígenas e ir passando de nível até chegar ao fim do jogo. A intenção do inventor, Steve Russel, era mostrar o potencial gráfico do mainframe, computador de grande porte utilizado na época, que trazia um monitor monocromático e exibia, além de caracteres, linhas e pontos.



Pong

  Diferentemente do Space Wars, o Pong foi criado para ser um game. Era um jogo bem simples, com mínimas instruções. Dois jogadores controlam duas raquetes e uma bolinha. A empresa Atari lançou o jogo em 1972. A partir daí, começou a onda de games e consoles no mundo.




 

Space Invaders

  Em plena década de 70, surge um game que vira a cabeça da molecada de então, o Space Invaders. Lançando em 1978 pela empresa japonesa Taito, ele se tornou uma grande mania mundial. Inicialmente, o exército inimigo era composto de humanos, e a produtora achou melhor trocá-los por alienígenas. Space Invaders foi a primeira estação de jogo a sair das tradicionais casas de games e invadir locais como sorveterias, lanchonetes e bares.



Pitfall

  No Brasil, o Atari 2600 foi lançado pela Polyvox, entre 1981 e 1982. Conseguiu um enorme sucesso, pois atraiu crianças e adultos que passavam horas em frente aos aparelhos de TV jogando games como River Raid, Pitfall e Enduro. Aproximadamente 500 títulos foram lançados para o Atari 2600, fazendo com que o console ainda esteja entre os recordistas em número de jogos.



Sonic

  Em 1990, a Sega lutava para consolidar seu console de 16 bits nos EUA e Japão. A empresa precisava de um jogo poderoso para enfrentar de igual para igual o império de Mario Bros. O projeto foi entregue para os melhores funcionários da Sega. Yuji Naka, um jovem programador, ficou responsável pelo grupo. O projeto levou 14 meses. Depois desse período surgia um dos personagens mais famosos do mundo: Sonic, o porco espinho veloz e habilidoso.



Tomb Raider

  O jogo faz parte de uma série de sete produtos idealizados por Roberta Williams, esposa do dono da Sierra — uma das maiores fabricantes de videogames. O game criou a personagem aventureira Lara Croft, que foi representada no cinema por Angelina Jolie.




 

Myst

  Foi lançado pela empresa norte-americana Cyan, em 1993. Administrada pelos irmãos Robyn e Rand Miller, ela era praticamente uma microempresa, mas já tinha em seu portfólio alguns games infantis que fizeram bastante sucesso pelo seu caráter educativo. Os Miller gostavam de saber que as pessoas aprendiam com os seus jogos. Com o surgimento de novas ferramentas tecnológicas, eles decidiram criar algo totalmente novo — não apenas um jogo, mas uma ‘‘realidade’’ inteira — e assim surgiu Myst. A invenção da Cyan juntou imagem, som e movimento com grande perfeição.




 

Comanche

  Lançado em 1982, o jogo Comanche foi um dos primeiros simuladores a recriar os helicópteros militares e as várias situações de guerra que os jogadores gostam de ver. A empresa NovaLogic lançou várias atualizações do jogo original, embora sem o sucesso do primeiro.



Fifa 2002

  Este é um dos mais perfeitos videogames de esporte. Ao lado de um treinador, os atletas fazem jogadas complexas como bicicletas e cabeçadas. Tudo isso se deve a um grande trabalho de captura de movimentos.



The Sims

  É um jogo de estratégia no qual o jogador observa a vida de uma comunidade de pessoas ‘‘simuladas’’, os Sims. A vida de cada um deles está nas mãos dos jogadores, que os ajudam a desenvolver a carreira, família, amigos, romance e felicidade. O jogo, da Eletronic Arts, foi lançado em 2000 e já foi traduzido para 13 línguas.



Black and White

  Criado por Peter Molyneux, Black and White é um jogo de deus. Um game de estratégia, que lhe dá controle do destino do mundo. Você tem que usar seus poderes religiosos para cuidar das pessoas. Black and White utiliza gráficos novíssimos, e se vê o cenário de qualquer ângulo, direção ou altura.




 

Enter the Matrix

  Os mesmos diretores dos filmes Matrix, Larry e Andy Wachowski, adaptaram todos os personagens para esse jogo, que mescla em seus gráficos elementos que o deixa bem realista. Enter the Matrix tem tudo o que os aficionados por Matrix querem como armas, kung fu, personagens subindo paredes e se esquivando de balas, agentes, fuga dos sentinelas no flutuador, e, principalmente, o bullet time, em que o jogador fará as balas voarem em câmera lenta em direção ao alvo e poderá até mesmo pará-las no ar.



 




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