high mountains - mountain biking
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O início
O mountain biking surgiu no final dos anos 70, quando um grupo de jovens ciclistas começaram a frequentar as trilhas das montanhas da Califórnia (EUA). Eram basicamente bikers de estrada, que começaram a buscar um novo estilo no ciclismo, uma alternativa às "magrelas" do asfalto. As trilhas e estradas de terra, mesmo longe de serem encaradas por bikes speed, acabaram por conquistar estes jovens ávidos por novas emoções.

Para Tom Ritchey, uma lenda no esporte, o responsável pela escolha da "terra" pelo "asfalto" foi Jobst Brandt, sendo o inspirador dele e de mais outros, como Gary Fisher. Muitas histórias contam que já houve experiências anteriores (nas décadas de 40 e 50) de utilizar a bicicleta em trilhas, mas não tiveram a expressão e a explosão que ocorreu no final dos anos 70.

A concepção
Para poderem encarar as trilhas e despencar morro abaixo, e como não existiam quadros apropriados, passaram a utilizar quadros de bikes cruisers (muitos da marca Schwinn). Então, bastou acrescentar alguns componentes (câmbio, pneus maiores e freios mais eficientes), para iniciarem no novo esporte que começava a surgir. Cria-se assim, as formas básicas das mountain bikes.


O teste
Com o tempo, os grupos de praticantes de mountain biking foram aumentando em número e tamanho. E aos poucos, provas foram sendo organizadas, e uma das primeiras competições com mountain bikes (de que se tem registro) foi o Repack Downhill, um tipo de downhill realizado aos finais de semana em Mount Tamalpais (ou Mt. Tam), na Califórnia. Famosa, passou a ser considerada a mola propulsora do esporte, reunindo competidores que buscavam novos limites, desafiando as precárias bikes e a técnica da época. Dali saíram os futuros atletas que marcaram o mountain biking, como Ned Overend.


Os idealizadores
Tom Ritchey e Gary Fisher foram, além de serem os primeiros a praticar, os que deram os primeiros passos para a comercialização de mountain bikes.

Tom Ritchey foi talvez o que mais contribuiu para o desenvolvimento de novos quadros e materiais para o esporte. Além de correr, construía e desenvolvia quadros e componentes artesanalmente (sendo ele o responsável pelo atual design dos quadros, tipo diamante, proveniente das bikes speed), ao lado de Gary Fisher que adaptou e desenvolveu vários componentes, como o câmbio. Ambos têm hoje suas respectivas empresas, a Ritchey e a Fisher Bikes.

Das oficinas para o mundo
Na união das potencialidades de cada um, mais a de Charles Kelly (que comercializava as bikes e hoje é um dos principais historiadores do esporte), criaram a Mountain Biker, primeira empresa a produzir, mesmo em escala reduzida, bicicletas destinadas diretamente para o novo esporte.

Mas o esporte tomou o mercado quando Mike Syniard, fundador e presidente da Specialized, apostou no novo esporte e na sua potencialidade. Comprou alguns quadros fabricados por Ritchey e enviou-as para o Japão, para serem copiadas e produzidas em série. Cria-se então a StumpJumper, a primeira mountain bike de sucesso comercial e que mais tarde se tornaria um mito. A união de Ritchey com Syniard acabou por lançar o esporte ao mundo definitivamente.

O mercado
No setor industrial, muitas empresas surgiram e desapareceram, mas certamente algumas deixaram a sua contribuição na elaboração de novos projetos. A capacidade de expansão e assimilação do setor determinaram um novo ritmo no ciclismo.

A cada ano, novas inovações são anunciadas, levando as outras empresas a aperfeiçoarem cada vez mais os seus produtos. Isto nos leva a um alto nível de qualidade, favorecendo tanto o consumidor, como os atletas que dependem de um bom desempenho de seu equipamento.

Suspensões, freios hidráulicos, novos materiais como o titânio, são alguns dos exemplos do que este setor é capaz de produzir, revelando a força e a potencialidade do mountain bike no âmbito industrial.

A atualidade
Como esporte, o mountain biking cada vez mais acumulou adeptos, sendo hoje encontrada em quase todas as regiões do mundo. Nunca um esporte se espalhou tão rápido. Isto talvez se deva ao fato de aproximar as pessoas cada vez mais da natureza, do prazer e da adrenalina propiciada ao praticante, e de contribuir no condicionamento físico.

Várias competições são realizadas pelo mundo, elevando o nível técnico e despontando vários "pilotos", e que hoje formam a elite competitiva do esporte. E o mountain bike passou, a partir de 1996, a ser um esporte olímpico, estreando nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Isto evidencia a importância em que o esporte se encontra atualmente e quem sabe se eleve cada vez mais no futuro.

Depois dessas transformações, notamos a total consolidação do esporte e da indústria no mundo ciclístico, tendo um forte apoio, tanto das entidades públicas como privadas, e tendo um público que prestigia e fortalece cada vez mais o esporte.

© 1997-2004 - Fabio Satoshi Numa






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Local de inspiração: No topo do Monte Tamalpais em 1977, este pessoal ainda não tinha idéia sobre a importância deles para o futuro do mountain bike. A única coisa que tinham em mente era: subir a montanha, curtir o visual e depois despencar ladeira abaixo.


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Carregado: Com uma picape carregada de bikes para uma viagem ao famoso Repack downhill. Os bikers passavam os finais de semana em provas deste tipo (24 ao todo de 1976 a 1984). Este foi o início das competições de mountain bike.


Imagem 03
Antes do boom: Quando as corridas de mountain bike começaram, eram somente grupos de amigos se divertindo enquanto desciam rápido a montanha com um sorriso estampado no rosto. Às vezes ocorria um tombo doloroso.


Imagem 04
Charlie Kelly descendo morro abaixo, desafiando a si mesmo e a bike.


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Scott (à direita) convencendo pequenos construtores de quadros a expandirem seus negócios com a participação de grandes empresas do ramo.


Imagem 06
Pequenas empresas, como as de Gary Klein e Gary Fisher, são adquiridas por grandes companhias, no caso a Trek. Agora eles podem contar com grandes investimentos para o desenvolvimento de novas bikes.


Imagem 07
Depois do boom: Hoje, as corridas de mountain bike se tornaram um grande negócio. Não se trata mais de hippies em Monte Tam.