Nossa Palavra

 

EMPRESÁRIO MOMBACENSE:

INVISTA NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

Na página 3 desta edição estamos focalizando a implantação de sinalização de trânsito em Mombaça, quando então abordamos a grande movimentação de veículos na cidade, oriundos da zona rural, os quais conduzem aposentados para receberem seus respectivos aposentos, o que acontece mensalmente no período de 1º a 17 de cada mês. O restante do mês, as operações comerciais caem em cerca de 70%, deixando um grande vazio na cidade.

É sabido por todos, que o dinheiro dos aposentados, contando também com uma parcela dos vencimentos dos funcionários públicos, é que movimenta o comércio de nosso município, o que acontece também com a maioria dos municípios cearenses.

E lembrar que num passado não muito distante, Mombaça já foi um dos três maiores produtores de algodão do estado do Ceará, quando aqui então funcionavam duas usinas de beneficiamento de algodão, além de uma indústria de extração de óleos vegetais, as quais davam empregos durante a maior parte do ano, além de proporcionar ocupação para os produtores rurais durante todo o ano, desde o preparo da terra, plantação, cultivos e colheita , quer do algodão, quer de gêneros de subsistência. Com o advento da entrada do “bicudo” no nordeste, as plantações de algodão “preto” foram erradicadas e do algodão “branco” abandonadas, sem que se tivesse feito qualquer esforço real para que o homem do campo pudesse ter condições de sobreviver com dignidade, permanecendo no campo. Muitos desses se mudaram para a periferia das cidades, buscando algo que lhes pudesse garantir pelo menos a sobrevivência, e o resultado é o inchaço dessas cidades, como acontece também com a nossa. Os mais novos buscaram os grandes centros industriais do país, notadamente o estado de São Paulo, onde, por falta de qualificação profissional, muitos entraram na marginalidade, como é do conhecimento de todos.

É interessante salientar que essa cultura do algodão possibilitou a implantação de outras pequenas indústrias no nosso município, como foram os casos das quatro torrefações de café (moageiras) que também davam alguns poucos empregos, mas proporcionavam recursos econômicos para o município. Tínhamos também uma pequena fabricação de calçados e uma pequena indústria de chinelos tipo “havaianas”. Alguém há de dizer que era uma quantidade insignificante de empregos. Concordamos. Só que essa pequena quantidade de empregos deveria  ter sido aumentada e nunca reduzida a zero, como realmente aconteceu.

As soluções surgem lentamente, fruto do esforço do próprio sertanejo, que buscam constantemente sua auto-sustentação, tendo surgido ultimamente alguma luz no fim do túnel, quando a apicultura vem dando algum alento para os que nela se iniciaram, apesar dos percalços surgidos na implantação do projeto. É hora de que essa iniciativa seja ampliada, quer pelo esforço dos homens públicos, quer pela participação de empresários mombacenses no processo de produção e comercialização dos produtos apícolas. A produção de horti-frutigranjeiros irrigados também tem que ser apoiada, já que os seus efeitos positivos na economia são bastantes  conhecidos, não carecendo  pois de  pesquisas de viabilidade, bastando apenas “fazer e correr para o abraço”, como se diz no futebol. Claro que os nossos  empresários conterrâneos, bem sucedidos por aí afora, podem, e devem, colaborar para uma crescente melhoria na qualidade de vida do nosso povo, implantando micros ou pequenas indústrias no município, o que sem dúvida contribuiria para uma melhor ocupação do tempo ocioso dos nossos jovens.

Justiça seja feita a uma meia dúzia desses empresários, que  investem no município um pouco do que Deus lhes proporcionou, exemplos esses que devem ser imitados.

 

 

 

 

 

E-mail: hpmombaca@zipmail.com.br

WebMaster: David Elias N. Sá Cavalcante

Editor/Redator: Elias Eldo Sá Cavalcante

F O L H A   D E   M O M B A Ç A - Nº 11 - JULHO/2002