Teoria dos Sistemas Vivos
Filosofia nascida da Ecologia Profunda, com uma linguagem
matemática moderna (Caos e Complexidade).
As três dimensões conceituais da Teoria, isto é, os critérios
que determinam se um sistema é um sistema vivo, são :
1. Autopoiese (Processo reticular de auto-produção e
auto-regeneração a partir de um padrão qualitativo de
auto-organização tomado como referência. Uma rede
autopoiética é organizacionalmente fechada, mas energeticamente
aberta. Ex : corpo humano.
A auto-organização se caracteriza, ainda, por :
a) Surgimento de novas estruturas;
b) Busca do equilíbrio e
c) Interconexidade não-linear.
A auto-criação se caracteriza por :
a. autolimitação espacial;
b. autogeração material e
c. autoperpetuação);
2. Estruturas Dissipativas (Fluxo contínuo de matéria e/ou
energia, com a manutenção do padrão estável do sistema. Ex:
absorção de nutrientes pela alimentação) e
3. Cognição (A cognição, isto é, formação de um mundo com
significados onde se torna possível a comunicação deste com o
ator epistêmico, é o próprio processo da vida, e não se trata
de uma exclusividade da mente humana. Ex : uma floresta, com o
tempo, "aprende" com a geografia de seu ambiente).
Sistemas vivos são sistemas cognitivos, pois viver é conhecer.
Eles evoluem com o tempo, tendendo-o a uma maior complexidade. A
força motriz da Evolução, contudo, não é a competição
entre espécies. Na verdade, são duas :
1. A criatividade (pela qual novas estruturas dissipativas se
formam de modo não-gradual) e
2. A simbiogênese (cooperação que permite a co-evolução,
isto é, a evolução compartilhada, entre organismo de espécie
diferentes).
Os 4 princípios básicos dos sistemas complexos são :
1. O equilíbrio é precursor da morte. Se um sistema vivo está em equilíbrio, fechasse ao ambiente e se torna menos receptivo às mudanças.
2. Quando ameaçados/estimulados, os sistemas vivos vão rumo ao vórtice de caos, o que proporciona níveis extremos de mutação, ou seja, saltos qualitativos.
3. À medida que um sistema vivo se aproxima dos limites do caos, tende-se a se auto-organizar, e então novas formas de ordem brotam desse processo. Em outras palavras, a emergência é a força motriz da criatividade.
4. Os sistemas vivos seguem uma lógica não-reticular, ou seja, uma lógica reticular, ou "de rede".