CORAÇÃO DE MÃE                  

 

Satã, a alma empolgando à formosa donzela,
a um mísero rapaz inspira atroz paixão
Era a virgem formosa, e fascinante, a bela,
mas, no seio, aninhava uma serpe: a Traição...

"Dar-te-ei o meu amor (Terrível maldição!...)
diz-lhe a jovem, se tu - e, em voz meiga, singela -
fores, de tua mãe, buscar o coração
e mo dês, em troféu, abrindo o seio dela..."

E, louco e desvairado, o moço corre e vai
buscá-lo, abre da mãe o seio, arranca-o e sai,
espalmando-o, a levá-lo à ingrata, à tenebrosa...

E, em seu doido correr, tropeça e, no caminho,
cai e, ao erguer-se, a voz materna, carinhosa,
ouve e lhe sussurrar: "Magoaste-te, filhinho?..."

 

Cassiano de Souza

 

 

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