Principal Acima

Ednilsom Montanhole

Socialismo

Socialismo

Ampla perspectiva política que defende o planejamento e regulação conscientes da vida social, segundo metas coletivas ou gerais (por oposição, por exemplo, aos princípios liberais de busca de vantagens individuais). O termo é também empregado para designar os regimes políticos ou formas de organização social e econômica baseados nessas idéias, e que envolvem tipicamente a limitação da propriedade privada dos meios de produção. Como corrente política-ideológica, abrange um amplo espectro de posições, desde o comunismo, em um extremo, à social-democracia (atualmente, uma espécie de "socialismo moderado") no outro, e é, portanto, difícil de definir com precisão. É mais fácil caracterizá-lo em função daquilo a que se opõe, a saber, o capitalismo. Este, aos olhos dos socialistas, enriquece os detentores do capital às custas do trabalho (quando não da pobreza) das classes despossuídas; não fornece nenhuma garantia aos pobres e sacrifica o bem-estar da sociedade em função dos interesses do lucro privado. A grande maioria dos socialistas defendia a propriedade comum dos bens de produção, seja sob forma estatal ou como propriedade dos trabalhadores mesmos (por exemplo, no sindicalismo). Além disso, os socialistas freqüentemente pregavam a substituição da economia de mercado por alguma forma de economia planejada, com o objetivo de criar uma indústria socialmente responsável, voltada para as necessidades coletivas e capaz de propiciar maior qualidade de vida. Eles também insistiam na necessidade de diminuir as desigualdades sociais e de responder às carências das parcelas mais pobres da população (sob forma, por exemplo, do estado de bem-estar). Uma questão que gerou fortes dissenções entre os socialistas foi a forma pela qual deveria realizar-se a transição do capitalismo para o socialismo: se através de métodos revolucionários ou se de modo gradual, através de métodos parlamentares. A primeira é apresentada e defendida por Marx e Engels no Manifesto Comunista (1848); a Segunda, pelo socialista alemão Edward Bernstein (1850-1932), em Socialismo Evolucionário (1898). Tais debates foram, nos últimos anos, em parte ofuscados pela questão mais vital da viabilidade ou não do socialismo como alternativa ao capitalismo. Muitos socialistas ocidentais optam atualmente pela social-democracia; outros, pelo socialismo de mercado. Nos países em desenvolvimento, onde as distorções, crises e contradições do capitalismo aparecem com maior intensidade, as aspirações socialistas tradicionais ainda são consideradas atuais por muitos líderes e intelectuais, embora com crescente reavaliação dos métodos e objetivos do passado.

Socialismo de Mercado

Forma de socialismo que combina a propriedade comum dos bens de produção com a ampla utilização dos mecanismos de mercado na economia. Essa doutrina foi apresentada nas décadas de 30 e 40 pelos teóricos Oskar Lange e Abba P. Lerner. Tinha como objetivo permitir que a sociedade pudesse beneficiar-se das vantagens da eficácia da economia de mercado no que diz respeito à eficiência econômica, ao mesmo tempo em que distribuisse a renda de forma mais equitativa do que sob o capitalismo (por exemplo, convertendo as empresas privadas em cooperativas de trabalhadores). Essas idéias foram diversas vezes propostas por correntes reformistas na Europa Oriental e ocasionalmente implementadas (como na Iugoslávia e na Hungria). Também na China, recentemente, houve movimento semelhante: a responsabilidade pela agricultura, por exemplo, foi transferida das fazendas coletivas para as familiares. Na maior parte dos países socialistas, de economia planejada, a ausência ou proibição completa de práticas da economia de mercado acabou levando à formação ou aumento de um setor informal ou de um mercado paralelo.