Movimento COEP - COMUNIDADE DE OLHO NA ESCOLA PÚBLICA

Não basta ser professora... Tem que ser Educadora!!!

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Informativo nº COE04302

Ref.: Críticas preliminares ao 2º Seminário Internacional “VIOLÊNCIA e CRIANÇA” (14, 15 e 16 de agosto/2002);

S. Paulo, 16 de agosto de 2002.

Para:    Assessorias de imprensa e comunidade em geral

A Paz que não queremos...(1)

“As Faculdades produzem muito lixo... As grandes Universidades produzem muito mais...” (2)

            O 2º Seminário Internacional “VIOLÊNCIA e CRIANÇA” (14, 15 e 16 de agosto/2002 – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) repetiu a mesma fórmula falida das discussões que envolvem a “violência das escolas”: muitos professores-doutores “falando alto”, e quase ninguém ouvindo a comunidade.

A organização do evento chegou a o absurdo de recusar a inscrição de diversos membros do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (COEP), alegando que o evento estaria com a lotação esgotada. Destacamos que muitos professores (inscritos) simplesmente não apareceram, embora tenham conseguido abonar sua faltas nas respectivas escolas.

Nos debates que se seguiram, identificamos que vários palestrantes preferiram jogar toda a culpa “da violência” nas próprias crianças e jovens, responsabilizando os pais pela falta de acompanhamento da vida escolar dos próprios filhos. Quase ninguém ousou responsabilizar os profissionais da escola, sendo que até mesmo utilizaram-se da desculpa esfarrapada: “as direções escolares foram formadas no regime autoritário, por isso não sabem atuar de forma democrática”.

Em relação às universidades envolvidas no Seminário (Universidade de São Paulo – USP, Universidade do Texas e Universidade de Tel Aviv), identificamos as seguintes particularidades:

1.       Todas estão sediadas em regiões que exploram a mão de obra de “imigrantes” (nordestinos, mexicanos e palestinos), os quais não tem o mesmo “status” de cidadania da “elite local”;

2.       Nestas regiões, os governantes criaram barreiras físicas (e psicológicas) para controlar o fluxo migratório, impedindo o livre trânsito de mão-de-obra (e de idéias);

3.       Estas universidades são financiadas com recursos “públicos”, seguindo a lógica das elites ali dominantes:

a.       USP – privatizou seu espaço publico em favor das fundações, as quais atendem aos interesses empresariais e corporativos; (3)

b.       Texas – Embora seja uma universidade pública, Bush [então governador] "privatizou" (a expressão é dele) US$ 9 bilhões em ativos da universidade, transferindo-os para uma empresa sem fins lucrativos conhecida como Utimco (...)Com efeito, o dinheiro foi colocado sob controle do presidente da Utimco, Tom Hicks. Sob sua direção, pelo menos US$ 450 milhões foram investidos em fundos privados administrados por sócios de Hicks e grandes doadores de contribuições para o Partido Republicano. (4)

c.       Universidade de Tel Aviv – O governo de Israel recebe cerca de US$ 5 bilhões/ano do governo dos EUA. Isto indica um financiamento indireto desta universidade.

Destacamos que foi chamado, para fazer palestra, um juiz da Vara da Infância e Juventude que tem, sob sua jurisdição, um campo de concentração da torturabem: a Febem da Raposo Tavares. Também chamou-se um promotor de justiça (sic), o qual propunha (em 1999) que os casos de indisciplinas dos alunos fossem enviados à Promotoria que encaminha adolescentes aos campos de torturas da febem paulista. Hoje, este promotor defende que os adolescentes devem ficar “internados até 6 anos nas febens”.

Uma última curiosidade: Os anfitriões explicaram (aos visitantes) o motivo da existência de muros ao redor da USP? Vamos refrescar a memória: “Em 1997, Daniel Pereira Araújo morreu afogado na Raia Olímpica da USP. Ele e outros colegas, após nadarem na raia, foram perseguidos por seguranças da USP. O corpo do rapaz somente apareceu no dia seguinte. A comunidade, favela vizinha da universidade, invadiu o “campus’ e depredou várias instalações.” (5)

Vale destacar o informativo da ADUSP – Associação dos Docentes da USP (set/2001 – nº 23, pág. 39): “No setor de vigilância, a terceirização também foi intensificada, mas o número de crimes aumentou, com mais ocorrência de estupros e roubos de carros (...) ganhou caráter mais repressivo do que preventivo”.

Finalizando, denunciamos o autoritarismo de alguns coordenadores, os quais impediram que um jovem se manifestasse justamente no tema “Violência na Escola – Sob a perspectiva do Jovem”.

A Paz sem voz não é paz, é medo (6).... é opressão.... é tirania.

A Paz que queremos é a Paz com Honra.

(a) Coordenação - Mauro A. Silva – Grêmio SER Sudeste

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Fechar a Febem/SP. Diga não à tortura. – www.oocities.org/fecharfebem