coragem, a força, a destreza e a cólera
de um Leão.
Jóia. Pouco importa, Srs.,
que seja Presidente um Leão, ou Javali, ou Elefante. O que
queremos é derribar o Governo. Contudo, será sempre
minha opinião que não tiremos a Presidência
ao nosso benemérito Pança. (apoiados). Srs.,
o nome dos Panças ainda hoje com admiração
se repete na ilha Barataria, aonde se imortalizou o grande Sancho,
como se lê nas Crônicas de D. Quixote; e vós
bem sabeis que desse tronco ilustre descende o nosso estimável
Manê Pança; isto não é queimar-lhe um
podre incenso, mas sim demonstrar-vos a conveniência de que
o Exmo. Sr. Presidente Pança continue a presidir a nossa
Repilha (apoiados gerais).
Mopadinho. Não posso levar
a paciência que estejamos consumindo o tempo em ventilar medidas
que devem ser posteriores ao ato da nossa emancipação
política. Que, Srs.!, falais em Triunviratos quando nós
ainda gememos debaixo da canga do maldito Governo de 19 de Setembro!!
E não será isto andar o carro adiante dos bois? Srs.!
Nós devemos primeiramente quebrar o jugo que nos sopeia,
para depois cuidarmos em Ditadura, ou Triunvirato.
Vós supondes fácil a instalação
da Repilha, e eu a julgo dificultosa. Nós lutamos com elementos
heterogêneos; não temos ainda um povo suficientemente
instruído para saborear os doces frutos da nossa Repilha.
O povo que nos
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obedece é a estupidez personalizada;
nada entende de política; reina entre eles a mais profunda
ignorância e indiferença para tudo que é da
Pátria; se francamente lhe dissermos — vamos proclamar
a Repilha — o povo nos abandona, malogra-se o nosso projeto. É
portanto necessário muito grito neste negócio. Prossigamos
o nosso primeiro plano; anarquizemos a Província, praguejemos
o atual Governo, barulhemos, confundamos tudo; e vereis que o
Governo, perdida a força moral e a confiança pública,
ou se há de demitir ou entregar-se à nossa discrição;
e então teremos o campo livre para proclamarmos a Repilha,
ou qualquer forma de Governo que for mais análoga às
nossas circunstâncias.
Fanhoso. Eu me confesso com as idéas
do inuste membo: É aqui quem discone mior.
Mentira. O Sr. Deputado Mopadinho,
ele feriu no ponto da questão. Com efeito, Srs., se quisermos
derribar o Governo, é necessário lançar-lhe
logo e mais fogo, anarquia e mais anarquia, progresso e mais progresso.
Só assim triunfaremos. Rejeitemos todas as medidas de bem
público, ou de interesse geral; não se faça
neste ano a lei do orçamento, nem lei alguma: e cada um
ataque o Governo do modo que quiser, segundo lhe sugerir o seu
patriotismo.
Macaco. Pois bem, Srs., ensaiemos.
Discorra cada qual sobre aquilo que deve fazer amanhã e
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