Uma breve história do Karate-do

Monografia de Gonzalo Velasco C. (4° Dan Goju-Ryu), 1999 *
(actualizada periódicamente)

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Prólogo
Origens na China
A Ilha de Okinawa
Shuri-te
Naha-te
Karate no Japão

Prólogo

    A conhecida palavra Kara-te significa “mão vazia” e Do “via” ou “caminho”. O nome Karate-do representa uma Arte milenar que não é simplesmente uma arte de luta sem armas mas, como todas as artes e as disciplinas orientais Zen, é um caminho de auto-conhecimento, aperfeiçoamento e crescimento. Para nós, praticantes de Karate-do, é fundamental conhecer a história desta Arte: sua origem e evolução, os principais mestres, estilos e características.
 
Esta pequena contribuição é minha opinião pessoal e é fruto do conhecimento transmitido pelos meus mestres e colegas e também de material escrito e publicado em muitos livros, revistas e na Internet (que não cito ao longo do texto para não atrapalhar a leitura, mas listo algumas fundamentais ao final do mesmo*). Ela tem como objetivo compartilhar um pouco dessa rica história e incentivar a busca pessoal de cada um de vocês.
 

As origens do Karate-do na China

    Definir uma data aproximada de origem das Artes Marciais é uma tarefa praticamente impossível. Deveríamos falar das antigas artes na Índia, China e até a Grécia. Nos concentraremos aqui especificamente no desenvolvimento do Karate-do.

    O Karate-do como tal é uma arte marcial okinawense criada no final do século XIX, mas as suas origens são muito mais antigas. Todas as teorias coincidem no fato de que no século VI um monge Zen-Budista chamado Bodhidharma (chamado Tamo pelos chineses e Daruma pelos japoneses) viajou da Índia à China para ensinar o budismo Dhyana aos monges Bodhidharma (Daruma) chineses no templo de Shao-Lin-Tsu. A exaustiva prática da meditação revelou a fraqueza física e espiritual dos monges. Bodhidharma, então, lhes ensinou uma serie de 18 movimentos que lhes permitiria fortalecer seus corpos e a sua força de vontade. Esses movimentos derivam das artes de combate da Índia e outros países e tiveram sua origem (entre outras coisas) no estudo dos movimentos dos animais. Assim surgiu o que se chamou de “boxe dos monges”.
Depois da morte de Bodhidharma, seus discípulos se dispersaram por toda a China. Ao longo do tempo essas séries de movimentos foram estudadas, complementadas e testadas por vários mestres chineses até se converterem no chamado Kempo Shaolin (chamado também por alguns -em chinês- de “Quan fa”, “Chuan fa” ou “Kung-fu”) e ser difundido por toda a China, a partir do século XIII.
 
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A ilha de Okinawa

Mapa extremo oriente
     Okinawa é uma ilha do arquipélago Ryu-Kyu, que pertence hoje ao Japão mas que teve um rei próprio e ao longo da sua história foi cobiçada e conquistada tanto pelo império chinês como pelo japonês. Devido a isso, existiu um fluxo constante, cultural e econômico, entre a China (a grande potência cultural da época) e a ilha de Okinawa assim como com outras regiões da Ásia.
    Devido ao domínio dos diversos impérios, sobre tudo o japonês, os okinawenses foram proibidos de portar e usar qualquer tipo de arma ou aprender métodos de luta. Para poder defender-se dos agressores, o povo de Okinawa desenvolveu - em segredo - uma arte de luta sem armas que era chamada simplesmente Di ou Te (“mão” em japonês) ou Okinawa-te (“mão de Okinawa”) e outra arte de luta utilizando instrumentos de lavoura, pesca e outras ferramentas, chamada Kobudo . Um dos mestres mais famosos do Okinawa-te foi o mestre "Tode" Sakugawa (1733-1815), quem além de conhecer o Okinawa-te recebera ensinamentos do mestre chinês Kusankun, que ensinara em Okinawa nos anos 1750'.
    Graças ao fluxo de pessoas (monges, soldados, comerciantes e imigrantes) e de cultura entre Okinawa e a China, o Okinawa-te foi enriquecido pelo Kempo chinês. Desta forma a arte de luta foi transformada e começou a ser chamada de To-de ou To-te . A palavra “To” representava primeiro a dinastia Tang, da China, e posteriormente passou a representar a própria China; To-de significava, então, “mão chinesa” devido à grande influência do Kempo sobre esta arte marcial okinawense.

    Haviam naquela época três cidades muito importantes em Okinawa: Shuri (a capital), Naha e Tomari, e devido ao desenvolvimento do To-de em cada uma delas ser um pouco diferente, cada “estilo” adotou o nome da cidade onde estava sendo desenvolvido. Assim surgiram o Shuri-te, o Naha-te e o Tomari-te

O Shuri-te era um estilo considerado como derivado do “Shaolin externo”, bastante explosivo e rápido. Um dos grandes mestres deste estilo foi Sokon "Bushi " Matsumura (1809-1901), aluno do mestre Sakugawa (e este do enviado chinês Kushankun) e de alguns outros mestres chineses que viviam em Okinawa. Este mestre ensinou sua arte não só aos habitantes de Shuri como a alguns praticantes das outras cidades. Outro mestre reconhecido dessa época foi Seisho 'Tsuji Penchin' Aragaki (1840-1920).

O Tomari-te era um estilo intermediário, muito similar ao Shuri-Te, mas era praticado por poucas pessoas, a maioria militares dessa cidade. Mestres como Kosaku Matsumora (1829-1899) e depois Kokan Oyadamari e Choki Motobu (1871-1945) ensinaram esta arte que depois se misturou com o Shuri-te para gerar o Shorin-Ryu moderno.

O Naha-te era um estilo também forte, mas que fazia ênfase na respiração e como tal, foi descrito como “Shaolin interno”,  sendo seu representante mais célebre o mestre Kanryo Higashionna (1853-1915). Antes da formação dos estilos derivados foi chamado de Shorei-Ryu.

    Estes três estilos (posteriormente denominados em conjunto Karate-jutsu que significava “técnica ou arte da mão chinesa”, por ser essa a origem desta arte) foram evoluindo, diferenciando-se até que no começo do século XX, os alunos da primeira linhagem de cada um deles geraram os principais estilos do Karate-do moderno. Nos diferentes Kata (“formas”, seqüências de movimentos simbolizando situações de defesa e contra-ataque) pode-se apreciar as semelhanças e as diferenças destas grandes ramas do Karate.
 

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O Shuri-te

Anko ITOSU     Entre os mais famosos mestres do Shuri-te estão Yasutsune Anko Itosu (1832-1915) (na figura ao lado), Anko Azato (1827-1906), Chomo Hanashiro (1869-1945), Chotoku Kyan (1870-1945), etc. Os seus alunos viraram mestres, ao seu tempo, e criaram alguns dos conhecidos estilos atuais. Esta rama do Karate-do foi originariamente denominada Shorin-Ryu (sendo que “Shorin” é a pronuncia japonesa de “Shaolin”) e dividiu-se em três estilos principais chamados Kobayashi-Ryu, Shobayashi-Ryu e Matsubayashi-Ryu.

 Alguns dos mais conhecidos mestres desta rama do Karate-do são:
 
 
Chosin CHIBANA Chosin Chibana (1885-1969): continuou a linha de Shorin-Ryu do mestre Itosu chamando-a Kobayashi-Ryu (Shorin-Ryu). Depois da sua morte Katsuya Miyahira liderou o Shorin-Ryu Shido-kan e Shugoro Nakazato (1921-) o Shorin-Ryu Shorin-kan.
Gichin Funakoshi (1868-1957): aluno dos mestres Azato e Itosu e também do mestre Matsumura e outros mestres. É um dos responsáveis da difusão do Shuri-te no Japão. Apesar de não querer dar nome ao seu estilo, este ficou conhecido como Shotokan, um dos estilos mais difundidos hoje em dia. Entre seu alunos destacaram-se Shigeru Egami (1912-1981, Shotokai), Masatoshi Nakayama (1913-1987, NKK), Hidetaka Nishiyama (1928-2009, ITKF) e Hirokazu Kanazawa (1931-, SKIF). Gichin FUNAKOSHI
Kenwa MABUNI Kenwa Mabuni (1889-1952): um dos melhores alunos do mestre Itosu. Também foi aluno do mestres Higashionna e Miyagui do Naha-te . Mudou-se para o Japão para ensinar Karate-do do estilo que primeiramente chamou Itosu-Kai até que em 1937 criou o estilo Shito-Ryu , que combina aspectos do Shuri-te e do Naha-te. O nome do seu estilo deriva da leitura alternativa dos caracteres (kanji) dos nomes dos seus dois mestres Itosu e Higashionna. Após a sua morte, seu filho Kenei herdou o Shito-Ryu e seu aluno Ryusho Sakagami continuou o Itosu-Kai Shito-Ryu.
Shoshin Nagamine (1903-1997): aluno dos mestres Ankichi Arakaki, C. Motobu, C. Kyan (Tomari) e Y. Itosu (Shuri), foi o fundador do Matsubayashi-Ryu. Seu sucessor foi seu filho Takayoshi. Junto com o mestre C. Miyagui criariam dois Fukyu-Kata, Kata comum às duas linhas de Karate-do (Shorin e Shorei).
Shoshin NAGAMINE

Eizo e Tatsuo Shimabuku: Estes dois irmãos foram alunos do mestre C. Kyan. O primeiro continuou a linha Shobayashi-Ryu de Shorin-Ryu que se expandiu bastante nos Estados Unidos a través dos marinheiros das bases navais em Okinawa. O segundo, que também foi aluno do mestre Miyagui (Goju-Ryu) e de Choki Motobu, foi o fundador do estilo Isshin-Ryu que combina Shuri-te e Naha-te.

Kanken Toyama (1888-1966): começou a aprender o Okinawa-te com o mestre Itarashiki e depois foi discípulo do mestre Itosu. Também treinou com os mestres Ankichi Aragaki, Anko Azato, Choshin Chibana, Kentsu Yabu, Oshiro e Tana. Junto com o mestre Funakoshi foram os denominados “Shibaushi” (protegidos) do seu mestre. Também foi aluno do mestre Higashionna (Naha-te). Fundou do estilo Shudokan.
 

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O Naha-te

 
Kanryo HIGASHIONNA O mais antigo e importante mestre do Naha-te foi o mestre Kanryo Higashionna (Higanuma ou Higaonna) (1853-1915). Este mestre aprendeu o Okinawa-te de S. Matsumura e S. Aragaki, e teve a oportunidade de viajar para a China onde viveu durante aprox. 13 anos. Ali, aprendeu o Kempo com os mestres Ryu Ryu Ko, Wai Xinxian e talvez outros mestres. Retornando à sua cidade de origem (Naha) ensinou sua arte. Alguns dos seus alunos criaram estilos de Karate-do bastante conhecidos hoje em dia e outros menos conhecidos. Apesar de ter sido um homem de baixa escoladidade, era um mestre altamente respeitado em Okinawa, graças a suas habilidades e maestria do Karate.

 

Chojun Miyagui (1888-1953): foi o mais importante e provavelmente o mais conhecido discípulo do mestre Higashionna. O mestre Miyagui abrigou o  mestre Higashionna na sua casa, quando este estava idoso, e continuou a escola quando ele morreu. Também viajou à China várias vezes, seguindo os passos do seu mestre. Em 1929 (na época em que a maioria dos mestres estavam dando os nomes aos seus estilos) o mestre Miyagui decidiu chamar o seu estilo de Goju-Ryu, nome que explica a característica de combinar o duro (Go) com o suave (Ju), força e flexibilidade.  Foi um dos primeiros mestres a criar um sistema de ensino para o Karate-do. Alguns dos mestres criadores de escolas dentro do estilo Goju-Ryu , foram alunos diretos seus: Jin'an Shinzato (1901-1945), Meitoku Yagi (1912-2003, Meibukan), Seikichi Toguchi (1917-1998, Shoreikan), Ei'ichi Miyasato (1921-1999, Jundokan), An'Ichi Miyagui (1931-2009, IOGKF), etc. Chojun MIYAGUI

 
Seko HIGA Seko Higa (1898-1966): este mestre não é tão conhecido para algumas linhas de Goju-Ryu, mas foi sem dúvidas um dos melhores alunos do mestre Higashionna e um fiel seguidor da sua mística e filosofia. Após a morte do seu mestre, foi o braço direito do mestre Miyagui e o único autorizado a ensinar Goju-Ryu fora do Dojo de Miyagui. Chamou à sua escola de Shodokan e ajudou a criar o Kokusai Karate Kobudo Renmei (Federação Internacional de Karate e Kobudo). Seu filho Seikichi Higa (1927-1999) foi seu sucessor. Mestres como Kanki Izumigawa (1908-1969, Senbukan), Seiichi Y. Akamine (1920-1995, Ken-Shin-Kan), Seikichi Toguchi, Choyu Kiyuna (1931-, Seidokan), Seitoku Matayoshi (1941-), Eiiki Kurashita (1941-, Eiiki-Kan) e outros também foram alunos seus. Kyuna e Matayoshi são os atuais responsáveis pela parte técnica nesta Federação que agrupa vários altos graus tradicionais de Goju-Ryu.

Chohatsu Kyoda (1886-1968): foi um dos primeiros alunos do mestre Higashionna, junto com o mestre Miyagui. Criou o estilo Toon-Ryu (o nome do estilo refere-se a uma outra leitura do Kanji do nome do mestre Higashionna) e manteve a tradição do seu mestre. Ele não aceitou algumas mudanças que C. Miyagui introduziu, assim como novos Kata

Também os mestres Kanken Toyama, Kenwa Mabuni e Tatsuo Shimabuku (1908-1975) mencionados anteriormente como alunos do Shuri-te aprenderam Naha-te com o mestre Higashionna e/ou o mestre Miyagui.
 
Kanbun UECHI Outro grande mestre da cidade de Naha foi Kanbun Uechi (1877-1948): este mestre okinawense estudou durante vários anos Kempo Pangainoon na China e trouxe seu estilo para Okinawa e o Japão, ensinando-o sob o nome de Uechi-Ryu, um estilo que também faz ênfase na tensão e respiração, como o Goju-Ryu, utilizando muitas técnicas de mão aberta nos seus Kata. Após a sua morte, seu filho Kanei herdou a escola, depois seiu neto Kanmei.

    Mestres como Anko Itosu e Chojun Miyagui foram responsáveis pelo crescimento e difusão do Karate-do em Okinawa, ensinado-o nas escolas e na academia de polícia.
 

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O Karate-do no Japão

    O Karate foi introduzido no Japão recém na década de 1920 e sofreu algumas modificações. Como foi dito anteriormente, o significado do ideograma (símbolo da escrita japonesa) Kara significava “Chinesa” e devido a que o Japão e a China haviam entrado em guerra muitas vezes ao longo da história, inclusive poucos anos antes da entrada do Karate nas ilhas centrais, os japoneses não iriam aceitar essa arte no seu país. Ainda, o Karate não tinha, até então, um método de ensino formal e padrão, sendo ensinado por cada mestre segundo o seu gosto particular, nem mesmo havendo um uniforme (gui) especial como os das outras artes marciais japonesas como o Kendo e o Judo, por exemplo. Tudo isto exigiu mudanças para que esta arte okinawense pudesse ser aceita pela sociedade e a cultura japonesa.
To-de-jutsu Kara-te-do
(Tode-jutsu    Karate-do)

    Os ideogramas japoneses podem ser lidos de duas maneiras (“kun” e “un”) segundo o seu significado ou pronuncia chinesa ou japonesa. Existe outro ideograma com a mesma pronuncia “Kara” do Karate, mas com outro significado que não “chinesa”. Este outro ideograma tem origem no termo Sunya ou Sunyata do sânscrito que significa “zero”, “vazio”, e é muito usado na tradição Zen-Budista com esse significado. Vários dos mestres que queriam introduzir o Karate-do no Japão decidiram adotar este outro símbolo e também trocar a expressão “jutsu” (técnica ou arte) por “do” que deriva da palavra chinesa “tao” (via, caminho). Este nome pareceu, então, apropriado já que descreve uma arte de luta sem armas e também duas características importantes do Zen-Budismo: a “mente vazia” (sem preocupações, ódio, inveja ou desejo) e o “caminho”, a “via” que devemos transitar para chegar à iluminação.

 O passo seguinte foi a adoção do karate-gui ("kimono") branco, um uniforme igual para todos, e o sistema de faixas e graduações de Kyu (faixas coloridas, da branca até a marrom) e níveis de Dan (do 1° ao 10° para os faixas-preta) similar ao que era usado no Judo.

 No ano de 1933, o Dai Nippon Butokukai, órgão japonês encarregado das artes marciais, reconheceu oficialmente o Karate-do como arte marcial.
 

Posteriormente, no Japão, foram criados outros estilos de Karate-do, alguns dos quais são muito conhecidos no mundo todo:


    Hoje em dia são muitos os diferentes estilos reconhecidos oficialmente pela federação mundial de Karate-do e falar de cada um deles seria demais para esta pequena contribuição. A idéia deste trabalho é fazer uma pequena introdução sobre a história do Karate-do e dos estilos mais antigos para compartilhar com os nossos Otogai. Cabe dizer que outras artes marciais no Japão e em vários outros países da Ásia também foram influenciados pelo Kempo chinês e tiveram um desenvolvimento muito importante.
 

Agradecimentos:
    Gostaria de agradecer aos Shihan Raúl e Roberto Fernández de la Reguera e ao meu Sensei Radko Balcar  e o Hanshi Eiiki Kurashita pelos seus ensinamentos. Também aos colegas e amigos Sempai Jorge Pezaroglo, Roberto Chocho e Alexandre Zenku Garcia pelo material e as sugestões para complementar este artigo. Ao Sensei Hélio Vaz e o Sempai Cássio Shiten Franco pelo seu apoio para que pudesse desenvolver minhas atividades em Rio Grande.
 

 Gonzalo Velasco C.  (Goju-Ryu Karate-do), 1a edição = Maio de 1999 - atualizada periódicamente.
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   * ATENÇÃO: Esta monografia é fruto do conhecimento repassado oralmente pelos meus Sensei e Sempai e da leitura de muitas revistas, livros e página de internet de diferentes estilos. Seria muito difícil enumerar todos aqui, mas com certeza este trabalho não é uma cópia do trabalho de outras pessoas, mas fruto das minhas análises e reflexões em base a todo esse material.  Não copie daqui sem permissão e sem citar esta página, por favor.
Obrigado!

Recomendo a leitura das seguintes fontes, entre outras:

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