Esperamos contar aqui a história dos amigos Dxistas espalhados pelo mundo, caso voce assim deseje, mande seu histórico junto com suas fotografias, que teremos o imenso prazer em publicar aqui.

 

Djaci Franklin Silva, Engenheiro Eletrônico, rádio-escuta desde 1968. Após terminar um curso de rádio-técnico por correspondência, ganhou como premio um receptor valvulado com 2 faixas, ondas medias e curtas (6-17 MHz). Este receptor apesar de não possuir nenhuma calibração confiável, principalmente em ondas curtas, aonde o espaço era mínimo para tanta banda, foi o inicio de uma vida dedicada ao hobby.

OM Djaci revisando alguns logs em seu shack (1999)

Foto no Antigo "shack" em Belém (1997)

Cedo começou a curiosidade pela faixa de ondas curtas, aonde   naquela época degladiavam inúmeras emissoras    estrangeiras   transmitindo   em português para o Brasil. Estavámos em plena ditadura militar, e as transmissões tando do bloco socialista como dos países ocidentais procuravam de algum modo arrebatar mais ouvintes para suas causas. Alheio a toda essa confusão politica que exisitia na época, dedicava-se cada vez mais, apesar dos poucos recursos técnicos a captar mais e mais emissoras não apenas no idioma que ele conhecia (português), mas aventurando-se aos poucos em outros idiomas como o espanhol e o inglês (que sempre foi a sua queda).

Em 1971 junto com um amigo de infância, Arturo Cejas, que era um grande aficionado das ondas curtas, fundou o Clube Internacional DXista do Pará, depois tornou-se Clube Dxista do Pará e alguns anos atrás mudou para Clube DXista da Amazônia; logo muito outros Dxistas do Brasil e do mundo increveram-se no Clube, que tinha uma publicação, chamada LOG, que durante algum tempo foi editada em bases mensais.

Após alguns anos de sofrimento com esse equipamento, um dia ele travou conhecimento com 2 radio-amadores que possuiam uma oficina de manutenção proximo as lojas de venda de peças de eletronica. Ali nasceu uma amizade que o conduziu a ganhar um equipamento Hammarlund HQ-129X, fruto da alienação que os Correios & Telegrafos haviam realizado e que até hoje encontra-se em seu poder. Este equipamento já possuia uma melhor calibração, podendo melhorar a exatidão de seus informes, algum tempo depois conseguiu comprar um Hammarlund HQ-180, que também está até hoje com ele, e ainda funciona.

Foram anos de glória, havia no ar centenas de emissoras que eram captadas facilmente com aqueles equipamentos, com grande clareza.

Em 1983, por força de trabalho mudou-se para a cidade de Tucuruí, no mesmo Estado, aproximadamente a 280 km ao sul de Belém. Alí as condições de escutas eram ideais para quem estava ávido por novas emissoras. Existiam na cidade apenas um emissora de rádio, o que facilitava a escuta principalmente na faixa de ondas médias. Foi um período glorioso de recepções de países da America Latina.

Três anos depois, por rescisão contratual, voltou a Belém, com poucos recursos financeiros, teve que abandonar o hobby, por falta de espaço para instalar suas antenas.

Em  1989 voltou ao cenário DX, tendo que abandonar dois anos mais tarde em função de tranferência de residência. Apenas no final de 1995, após ingressar no mundo da internet, voltou novamente a se interessar pelo hobby com toda a carga. Adquiriu primeiramente um Sony ICF SW7600G, após um mes de uso, e ávido por novas escutas adquiriu um Sony ICF-SW77. Os anos de equipamentos analógicos tinham terminado, em 1998 deu mais um passo em sua trajetoria DXista adquirindo um Receptor de Comunicações Drake R8-B, considerado um receptor 5 estrelas entre o modelos de mesa, entrando para o selecto grupo de DXistas com este tipo de equipamento; que por sinal é muito mais do que já falaram sobre ele. Outros receptores foram adquiridos e vendidos neste meio tempo, como o Grundig YB-400 e o Sony ICF-2010.

Djaci e Xtal em São Paulo prox. ao Pico do Jaraguá (1991)

Antiga foto com a "xtal" na serra do Jaraguá - São Paulo (1993)

O maior passo em sua trejetória no mundo DX aconteceu no ano de 1998 com a aquisição do receptor JRC NRD-545, considerado um dos mais sofisticados receptores já fabricados no momento, e que agrega a tecnologia de processamento digital de sinal, mais conhecida pela sigla DSP [sobre ele há neste site uma materia completa].

Depois de completar mais de 30 anos no hobby, sente-se gratificado nestes anos das inúmeras amizades que fêz e que permanecem até hoje, apesar de alguns amigos terem já ído ao encontro do grande Criador, ficaram as boas lembranças.

Em fevereiro de 2001 foi tranferido pela empresa em que trabalha para a cidade de Salvador, aonde tem estado convivendo com outros diversos Dxistas, frutos da nova realidade. A cidade é extremamente convidativa em lugares para a prática de escutas.

Seus planos futuros ao chegar a aposentadoria  é voltar ao seu Estado de origem e desde o sitio da família à 30 km de Belém, continuar escutando o mundo pelas ondas de rádio.

João Guilherme Benigno.

MEU ENCONTRO COM O DX-ISMO

Ao longo de minha infância , às vezes parava em frente a um velho receptor valvulado que meu pai insistia em manter guardado, com a esperança de um dia consertar (era um ZENITH)....Esta esperança nunca se concretizou, porém serviu para que eu despertasse para a possibilidade de utilizar rádios domésticos para escuta de países distantes. No dial daquele receptor era possível ler os prefixos de estações como BBC, VOA e outras. Até 1970 nada mudou, pois havia apenas rádio monofaixa em casa e de pouca utilidade para escuta de emissoras de outros locais. Por volta de 1977, o antigo monofaixa queimou e aconteceu a grande revelação com a aquisição de um radio NISSEI de 7 faixas. Eu descobria as ondas curtas, fazia de imediato varia amizades pelo Brasil e outros paises e descobria a existência de um hobby chamado DX-ismo.

João Guilherme e familia em Manaus esperando o Papai Noel

João Guilherme e família

Através de programas DX-istas descobri que havia até um clube em minha cidade o DX CLUBE DO PARÁ, e ao encontrar seu fundador (Djaci F.Silva) obtive toda a orientação e estímulo necessário para progredir no hobby. Os recursos financeiros não eram suficientes para adquirir um moderno receptor, porém a famila fez um esforço e comprou um PHILCO TRANSGLOBE o qual apesar de suas limitações foi o grande companheiro de inúmeras noites de vigília corujando estações do mundo todo. Vieram os QSLs e mais amizades.

Em 1985 terminei meu curso de Engenharia Elétrica , e em 1987 a oportunidade de emprego em Manaus fez uma drástica mudança em minha vida. Foi o começo de uma vida nova, onde os desafios e trabalho árduo em fabrica fizeram com que me afastasse do hobby por algum tempo. Em 1990 veio o casamento, depois os filhos e a nova vida convivia com uma saudade dos tempos da juventude dx-ista. Em 1997 adquiri um 3-em-1 da AIWA o qual surpreendeu-me com ótimos logs de emissoras da Venezuela e Colombia. Ainda em 1998 reencontrei o amigo Djaci o qual apresentou-me a situação atual do hobby e as atividades do Clube, agora chamado de DX CLUBE DA AMAZÔNIA. Conclusão: retornei rápido a uma atividade mais constante no hobby, conheci novos amigos DX-istas em Belém e até adquiri meu primeiro receptor de boa performance (ICF2010).

Após estes quase 30 anos no hobby , sinto-me bastante gratificado pois sempre foi uma forma de expandir conhecimentos e amizades, além de permitir horas e horas de alegrias ao conseguir a escuta de emissoras, povos e culturas distantes.

Agradeço a todos os que tem me ajudado a permanecer em atividade, em especial ao Djaci F.Silva, com o qual espero continuar a colaborar nas atividades do DXC da Amazônia.

Planos para o futuro? Pretendo aprimorar ainda mais minhas condições de escuta, com novos receptores e antenas, atuando sempre em minha faixa preferida (ondas médias), além de cooperar com a disseminação deste hobby para que outros jovens descubram as alegrias e vantagens de ser DX-ista.

Cordiais 73 à todos.

João Guilherme Bahia Benigno
e-mail benigno_br@yahoo.com

 

 

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